segunda-feira, 29 de abril de 2013

E - Capitulo - 37

E - Capitulo - Fase 2: Recordar é morrer novamente!


POV Autor


– Não sei o que mais poderíamos conversar – disse Edward irritado. Ele não estava gostando da postura de Renée, muito doce e vestida de uma forma tentadora. Ele já passou o inferno por ela e para ela, para saber que boa coisa não aconteceria com ele com esta visita.

– Nunca conversamos realmente – disse caminhando até ele, Renée estava descida, precisa descobrir o que Edward realmente quer com Isabella, arrumar uma forma de afastá-la dele, de quebrar essa influência. Principalmente se isso a levasse a verdade do que aconteceu naquela noite.

– E o que a leva a imaginar que conversaríamos hoje? Que eu realmente acreditarei em você? Eu não sou mais aquele idiota, o imbecil que acreditava em sua doçura. Seu teatro não me engana mais, guarde isso para Charlie – disse tentando conter a voz.

– Você está com Isabella para me provocar não é? – disse a centímetros dele, foi impossível Edward não retesar o corpo, não tremer diante da aproximação. A voz doce demais, trazendo memórias há muito guardadas no fundo de seu âmago.

– No início até poderia ser, mas você não é importante para mim...

Enquanto os dois conversavam ou tentavam o início de uma conversa que poderia ser reveladora, Isabella se sentia inquieta, sem conseguir se prendar as explicações de Alice, esta que também se sentia inquieta. Isabella se perdeu ao “olhar” um dos esboços de sua cunhada, na verdade ela usava o esboço como uma desculpa para a batalha interna que ocorria em seu peito.

Tão concentrada na batalha que não percebeu quando Alice teve uma visão. A jovem estava aflita, afinal esta era a primeira vez que teve uma acordada, uma plenamente nítida. Tão nítida que a deixou apavorada. Quando voltou a si, ficou tranquila por Isabella não ter percebido sua ausência de segundos. Precisa mantê-la ocupada pelos próximos minutos.

Isabella não entendia os motivos, mas tudo a impelia a ir até Edward, algo a dizia para procurá-lo, um pequena dor crescia em seu peito. Levantou determinada a seguir, Alice ainda tentou segurá-la, mas não conseguiu. Isabella disparou pelos cômodos, Alice congelou na porta do quarto tendo outra visão, uma de Isabella correndo. No rosto o retrato do desespero, sombras a envolviam, a cercavam e levavam para longe. Ela precisava impedir isso.

Isabella estacou na porta da sala quando ouvi a voz alterada de Edward. Ele estava com a voz embargada, raivosa, sofrida. Antes que pudesse invadir o cômodo, seu corpo retesou, congelou ao identificar a voz de sua mãe, a voz melodiosa de Renée.

–... Não precisa continuar com isso Renée, não precisa de toda essa cena comigo, vamos lá, eu não sou o Charlie. Você já me mostrou o seu verdadeiro lado.

– Eu só quero a verdade Edward, você está com ela pra me atingir. Você não pode me ter, você não conseguiu me tirar de Charlie e agora usa nossa filha, a minha própria filha que você sequestrou ainda recém-nascida... – disse se aproximando mais, tocando no peito de Edward – é a mim que você quer? Eu me dou a você, serei sua e deixe minha filha, pare de usá-la, Isabella merece ser feliz – dizia Renée, contendo o nojo e esperançosa de conseguir a suposta liberdade da filha.

Isabella ficou ultrajada com o que ouvia, com a firmeza na voz de sua progenitora, na forma aveludada em que Renée tratava Edward, a forma completamente oposta em que tratou durante os meses em que conviveu com todos. Agora ela vem tentar seu marido... Se insinuar descaradamente para Edward e o mais importante, ele parecia inclinado, quando os viu apertarem as mãos...

...Seu corpo chicoteou e uma dor a dominou, naquele momento ela sentiu que perderia ele, ela não quis ver o que viria a seguir, não conseguia acreditar que sua própria mãe botava um fim em sua felicidade, que após tantos anos... Logo agora ela resolveu se entregar... Por que se importa com ela? Por que não conversou quando ela pediu? Por que isso? Não queria presenciar a traição de seu marido apaixonado por sua mãe e da punhalada de Renée.

Afastou-se, iria embora, sumiria da vida deles, os olhos transbordando as lágrimas de sua alma, estava abrindo a porta da frente quando Alice surge, segurando firme em seu braço – onde pensa que vai? – sussurrava.

– Eu vou – disse alto, mas se calou – eu vou embora daqui! – disse aos sussurros e choro.

– Você não vai a lugar algum, não desse jeito, não sem ouvir a verdade – disse Alice olhando para a sala.

– Eu já ouvi demais, eu não quero ver a mulher que me pôs no mundo beijando o homem que eu amo, não quero ouvir o homem que eu amo confirmando o que todos sabem, que só se casou comigo para infernizá-los, para chamar a atenção dela!

– E quem disse isso? Pareço estar ouvindo sua mãe! Meu irmão jamais diria isso, mesmo se fosse verdade, ele está com você porque você mexe com ele, porque vocês se completam, porque mesmo ele não enxergando ainda, ele te ama. Agora você vai voltar comigo, quieta e vai ouvir a conversa toda.

– Eu não quero ouvir mais nada!

– Você vai entendeu? Teve a falta de educação de ouvir a conversa dos outros, tenha a inteligência de ouvi-la inteira, eu já vi muita merda acontecer por ouvirem meias conversas – disse arrastando Isabella de volta a porta da sala, escondidas ela viram a reação de Edward, dele balançando com as palavras de Renée, mas também a mudança. Algo havia rompido nele, era visível para todos, principalmente para Renée.

Edward riu, gargalhou das palavras de Renée, com delicadeza removeu as mão pequenas de seu peito e deu um passo à trás – talvez se me fizesse esse... Convite a alguns anos... Eu até cairia... – disse se afastando e seguindo até o bar – Você não se importa com Isabella, se ela fosse importante, você teria conversado com ela, não vindo falar comigo...

Renée percebeu que teria de ser mais direta, de desvendar as resposta, as dúvidas que seus filhos tentavam mostrar a ela, talvez se descobrisse isso, conseguiria entender tudo, na verdade ela queria tempo, tempo para pensar em outra estratégia para afastá-lo de Isabella, para levar sua filha antes que ele a machucasse.

– Eu me importo, eu amo Isabella, mas vê-la com você.... Depois de tudo, foi.... Me diga, ao menos uma vez a verdade? – Edward olhou para ela, lutava para entender, para descobrir o que essa mulher queria. Ela seguiu até ele - diga Edward, porque você fez isso, por que levar a minha filha?

– Eu não quero e não vou falar sobre isso! – disse passando por ela, voltando para as vistas de Alice e Isabella.

– Por que me fez sofrer tanto? Por que arrancou a minha filha dos meus braços? – disse segurando a blusa dele.

– Você é muito burra! Egocêntrica... Se tivesse parado para pensar em algo além de você já teria percebido a verdade, mas continua a mesma idiota, pior, acredita que eu continuo o mesmo imbecil que beijava o chão em que pisava.

– O que quer dizer com isso?

– Que eu fiz por amor, por amor a você, eu passei o inferno por você, pra te salvar – disse raivoso, sacolejando Renée e a socando no sofá – acha mesmo que teria saído viva daquela pensão? Joseph nunca teve a intenção de deixá-la viva, de deixar a criança viva, acha mesmo que Victoria teria conseguido esconder o bebê? Você é uma imbecil! – gritou e apontou o dedo para Renée que estava encolhida, assustada com o rompante de Edward, apesar de tudo, ele nunca havia alterado a voz com ela, para ela.

– Do que esta falando, ele nunca soube do Emmett!

– Nem poderia – exaltou Edward – ele não poderia saber sobre Emmett, eu... eu interceptei as papeladas que o investigador entregava, eu me arrisquei durante meses – remexeu nos cabelos já desgrenhados – eu... Eu não poderia remover os dados da sua gestação, ele desconfiaria.

– Você sempre esteve do lado dele, acha mesmo que eu acreditarei nessa conversa? – disse Renée irredutível, ela não conseguia acreditar que ele poderia ter se arriscado, que ele fez isso para ajudá-la, não entrava em sua mente.

– Ele só queria uma assinatura, só o comando das empresas, ele queria mantê-la presa até que se casasse comigo, caso não aceitasse ele tinha planos para você, mas quando descobrimos da gravidez, ele se transformou, ele disse que a mataria, que mataria os possíveis herdeiros.

– Isso é mentira! Não é verdade... – Renée se sacudia no sofá, Bella e Alice ouviam em silêncio, assim como o choro de ambas.

– Quando eu encontrei a garota com o bebê... A determinação de Victoria. Ela só iria nos atrapalhar, eu mandei ela se esconder, na esperança que ela e o bebê ficassem quietos até o imbecil do Charlie aparecer. Quando entrei naquele quarto, era você ou Isabella, eu não poderia levar as duas, seria um grande atraso – Edward se aproximou dela, sentou na mesa de centro – minha mãe sempre foi o amor em pessoa, sempre dizendo que somos a luz da vida dela, que daria a vida dela pela nossa sem pensar. Você era uma mãe, quem escolheria?

– Minha filha, sempre... – disse após conter o choro.

– Foi o que imaginei, eu não pensei muito além disso. Eu a devolveria após conseguir provas contra Joseph... Mas... Era tarde demais. Já estávamos muito atrasados, ele foi mais rápido no raciocínio. O seu colar, seria uma prova no futuro, uma prova para ajudá-la...

– O que quer dizer com isso? Como mais rápido? Você levou Isabella, ele não descobriu sobre Emmett....

– Eu vou contá-la exatamente o que aconteceu, desde que você fugiu com o Charlie.

Flash back on - pelo POV Edward

A dor da traição me assolava, como eu pude ser tão imbecil, tão patético? Aquela cara de boa moça, de anjo... Toda aquela atenção e cuidados, apenas para me ludibriar, para me fazer acreditar nela, para que ela continuasse a se encontrar, a armar em minhas costas.

– Edward? – chamou Joseph, me trazendo a realidade, ainda estava sentando em sua sala, digerindo o fato da minha noiva traidora ter fugido com o meu, até então, melhor amigo.

– Nós vamos encontrá-la meu jovem, minha palavra não voltará atrás! Renée é sua noiva, sua. Aquele moleque pagará pelo abuso. Irá para a cadeia por aliciar minha neta!

– Todo esse tempo fingindo... O olhar doce... A fala suave, todo o carinho com Alice... Tudo fingimento! – digo socando a mesa de centro. Usar a minha irmã pra me enganar...

– Eu já tomei as principais ações. Meus empregados e seguranças já estão vasculhando as saídas da cidade. Eles não podem ir muito longe.

...

Uma semana. Passou uma semana sem noticias de Renée, eles sumiram. Nada sobre eles, nenhuma pista. A noticia sobre a fuga de Renée foi escondida, dizemos que ela havia passado mal e estava em um tratamento fora do país. Joseph pediu a ajuda de meu pai, um investigador, tínhamos um eficiente. Ele começou a vasculhar em tudo, começando do quarto da própria Renée.

Foi mais uma semana de investigações, ele vasculhou vários lugares e direções, chegando com novas notícias, eles estavam em um vilarejo, minúsculo, partimos para lá. Alguns moradores os reconheceram pelas fotos, os viram no mercado, mas não sabiam onde eles moravam, uma das moradoras avisou sobre uma senhora que havia conversado com eles, mas quando chegamos para falar com a senhora, ela havia falecido.

Joseph insistiu, achando que era teatro, que a senhora estava fingindo e invadiu a casa, assustando toda a família. Voltamos com as mãos abanando e sem rastro de onde poderiam estar. Aos poucos eu fui me afastando, não ficarei parado, esperando, buscando por uma pessoa que não quer ser encontrada, que não me ama e provou das formas mais dolorosas, eu já não queria outra coisa além de distancia de Renée e Charlie.

....

– Algum problema? – digo me sentando na mesa ao fundo do bar, uma verdadeira birosca que o investigador pediu para nos encontrar.

– Vários, senhor... – ele parecia muito nervoso e com medo, pois sempre olhava para todos os lados – eu descobri algo importante... - dizia apertando as mão.

– Diga logo, do que se trata?

– Eu os encontrei! – após tantos meses, finalmente.

– E Joseph, já foi encontrá-los?

– Não senhor, eu ainda não estive com o senhor Joseph... – continuei olhando-o, esperando que ele me contasse logo – o senhor Joseph... Tem um comportamento incoerente e violento – não consegui entender onde ele queria chegar.

– Diga logo!

– Eu fiquei desconfiado de sua última reação quando disse que estava perto de uma pista sobre o paradeiro da jovem... Ele disse e deu ordens para alguns capangas, ele não percebeu que eu ainda poderia ouvir, ele quer o jovem Swan – sussurrou o sobrenome – morto. Assim como a jovem.

– Esta é uma forma de falar... – não acredito que ele realmente faria isso.

– A questão é que eu gostaria de saber o que fazer com estas informações... – disse me entregando uma pasta.

A pasta continha fotos dos dois, de pessoas que convivem com eles, na última que olhei, Renée sustentava uma barriga arredondada, Renée estava grávida. Foi impossível conter a raiva por aquela realidade esfregada em minha cara, guardei cada foto, cada documento que se quer olhei e devolvi para o investigador. Precisei de um tempo para me acalmar.

– De quanto tempo ela está?

– Acredito que seja de quatro meses senhor... – disse e continuei pensando.

– Diga que eles se mudaram. Dê falsas pistas, invente circunstâncias que sejam realistas e entregue para ele. Ficarei com a pasta, quando decidir o que fazer, entrarei em contato – digo e ele me entrega a pasta, guardo-a em minha maleta, espero ele sair e só meia hora depois que me retiro por outra porta da birosca.

Preferi recorrer ao meu pai para decidir o que fazer, eu não sabia qual poderia ser a reação de Joseph, eu sei que ele pode ser violento quando quer, mas seria capaz do que o investigador disse?

Essa dúvida me corroia, fiquei a o restante do dia no escritório, lendo e relendo cada documento, olhando cada foto. A maioria das fotos, Renée estava com uma menina, pele tão clara quanto à dela, os cabelos em cachos vermelhos e revoltos. As outras eram com aquele traidor, com uma senhora ou sozinha.

Quando meu pai chegou ficou surpreso com tantos detalhes, e ainda mais por eu não ter recorrido a Joseph - meu pai sempre teve um pé atrás com ele, mas como ele sempre tratou minha mãe, meus irmãos e eu com toda a educação e respeito, ele passou a ignorar isso – lhe expliquei os motivos, mostrei tudo o que estava na pasta.

Meu pai não pestanejou com suas decisões, pedi para que eu seguisse com as ordens que dei ao investigador, que mandasse uma pessoa de confiança para ser o médico dela. O fiz entender que isso chamaria atenção, então resolvemos deixar essa parte mais para frente. Graças a habilidade do investigador desaparecer, conseguimos manter o fato de Renée estar grávida longe de seu conhecimento, mas ele já estava começando a desconfiar, e o pior estava por vir.

Eu acompanhava de perto os passos de Joseph, quando descobriu sobre a gestação e o paradeiro de Renée... Foi quando descobri o verdadeiro Joseph. Tudo a sua volta foi destruído, sua aparência de cinquentão, escondia sua real força. Quebrou mesas e cadeiras em sua fúria.

– Eu vou atrás deles, eu vou destruir aquele maldito! – explodiu.

– Calma, Joseph! Talvez isso seja melhor! – ele me olhou de uma forma que fez meu sangue gelar.

– Eles vão me pagar Edward. Cada um que me traiu irá me pagar! – disse olhando em meus olhos, me fazendo levar aquilo como um recado. De alguma forma ele sabia.

Precisei reunir forças para não demonstrar que havia entendido o recado, precisava me fingir de morto, após um tempo, após ouvir suas supostas ordens, segui para minha casa, soube naquele momento que o que acontecesse com eles me atingiria. Me levaria a sentir a dor dela.

Após isso não tive outra alternativa que não fosse recorrer a outra parte da família, ao meu tio Aro, precisava de “seus serviços” claro que não foi nada de graça, ele queria que eu mantivesse sua filha ocupada e em um futuro, se tudo desse certo, me envolver com ela, mas disse que obrigado eu não me casaria.

Ele aceitou, por assim dizer, mandou alguns homens para me ajudar. Após quase 24h planejando, seguimos até a cidade, um informante, já estava lá, agindo como um médico, haviam sequestrado o verdadeiro. Estava próximo de Renée dar a luz, a hora mais sensata seria agora, com um bebê seria difícil fugir. Chamaria a atenção e qualquer barulho o faria chorar. Seguimos para a cidade que mais parecia um vilarejo.

Escondemos-nos entre a mata fechada ao lado da pousada, longe dos olhos dos moradores, permaneci focado na pousada, foi então que a vi. Renée... Linda, mesmo longe dava para notar a beleza de sua pele, uma menina que deveria ter no máximo 10 anos estava em sua frente, gesticulando e a fazendo sorrir. Apenas quando a menina arrumou uma cadeira que pude ver a circunferência. Uma barriga enorme, parecia que poderia dar a luz a qualquer momento.

Senti-me fascinado. Um desejo desenfreado de estar ao seu lado, de tocar sua barriga, meu corpo tomava impulso para ir até ela, precisava ir... Como para mostrar que eu não poderia, uma senhora apareceu, a dona da pousada, a menina pedia algo freneticamente e todos que estavam ao meu lado engatilharam suas armas ao som do grito da menina. Sua gargalhada ganhando espaço, pulou um pouco e beijou a barriga de Renée.

Quando surgiu o crepúsculo houve uma pequena movimentação na pousada. Afton avisou que estava caindo uma tempestade na cidade vizinha, que a senhora havia ligado para ele, Renée havia entrado em trabalho de parto. Isso dificultaria tudo. Tivemos que reformular todos os planos. Apesar de dizer para as senhoras que não conseguiria chegar a tempo, nos assustamos com sua aproximação.

– Ele está vindo! – disse esbaforido.

– Como? Quem? – pergunto assustado.

– Pegaram Randall, ele conseguiu me avisar, mas... – ele não precisou terminar a frase para que soubéssemos o que aconteceu.

– Não podemos mais esperar – assim que termino de dizer, um raio corta o céu.

– Vamos de uma vez, antes que a tempestade chegue aqui! – disse Afton.

Seguimos em silêncio pelo quintal da pousada, não haviam outros hospedes. Arrombamos as portas, alguns vinham atrás e colocavam no lugar, quando me aproximei das escadas a garota que vi mais cedo apareceu com um bebê em seu colo. antes que eu pudesse perguntar algo, ouvimos o grito de Renée, seguido de um choro agudo. A compreensão em minha face.

– Corra, corra o mais rápido que puder e por nada no mundo olhe para trás ou deixe o bebê chorar, entendeu? – ela me olhava assustada apertando mais o bebê em seus braços – não importa o que aconteça, que a chamem, só aparece se for o próprio Charlie lhe chamar ou este homem! – puxei Felix – entendeu?

– Sim, mas minha tia Renée?

– Ela ficará bem. Agora vá! – digo após colocar um rastreador na manga de sua blusa.

Seguimos para o andar superior. Foi fácil encontrar o quarto. A criança ainda chorava. Ouvimos o cantar dos pneus, não havia escapatória. As palavras de minha mãe ecoaram em minha mente. Sem pestanejar, invadi a o quarto, Renée ninava o bebê, uma senhora tentou me impedir, mas Felix a segurou.

– Edward? – disse Renée, mas não havia tempo, não sabia se sairíamos vivos, mas pelo menos os bebês sairiam. Arranquei seu colar e o bebê de seus braços – O QUE ESTA FAZENDO! DEVOLVA MINHA FILHA? EU QUERO MINHA FILHA!


– Você me agradecerá por isso! – digo dando meia volta e escapando pelo sótão da pousada.


Teríamos que pular de lá, a casa já estava invadida, os silenciadores das armas impediam que os moradores nas redondezas ouvissem a pequena carnificina que acontecia. Olhei pela primeira vez o embrulho em meus braços. A criança me olhava, com grandes olhos marrons fixos em mim. Silenciosa, pele tão clara quanto Dona Marie.


– Ande logo Edward – despertei dos devaneios com Felix chiando.


Segurei com mais firmeza e pulei, sendo amparado por ele, corremos por um tempo. Até que nos avistaram, não poderíamos nos embrenhar pela mata, era por lá que Demetri resguardava a menina com o bebê. Seguimos por uma viela, senti uma queimação em minha perna, certamente um tiro. Os gritos de Renée ecoando pela noite já caída.


– Peguem ele – um grito se impôs e fomos cercados.


Rapidamente Afton e Felix me resguardaram, vários caiam a nossa volta, Afton é um dos atiradores do meu tio. O arqueiro verde como alguns o chamavam, ele nunca erra.

Felix me ajudou a seguir com o bebê que agora chorava pelos sacolejos. Passamos pelas cercas sem as vermos. Deixando pedaços dos tecidos agarrados no arame - que por sorte não encostou no bebê – e ele removeu todos.

– Faça Isabella para de chorar Edward ou não sairemos vivos! – exasperou Felix.

– Que Isabella? – pergunto contendo um gemido pela dor em minha perna, que só aumentava.

– Esse é o nome da bebê, é uma menina, lembra-se da senhora gritando? – não me atei a isso.

– Lembro-me de Joseph dizendo que mataria a todos que o traíssem! Isso eu me lembro perfeitamente.

– Me dê ela – disse pegando a criança, ele removeu um embrulho de uma bolsa dentro de seu casaco de couro rasgado. Uma pequena mamadeira.

– O que está dando a ela?

– Um suplemento, Heidi preparou isso, imaginando que ela daria a luz antes do tempo. Isso fará ela dormir.

– Você esta drogando a bebê? – digo espantado.

– Claro que não, eu não sei o que é, mas Heidi disse que isso a manteria hidratada, alimentada e sem choros – nossos sussurros e o barulho de suguissão da pequena, drenando com voracidade o líquido esbranquiçado da mamadeira, eram cortados pelo vento – pegue o pano em minha jaqueta, no bolso superior. Faça um torniquete.

A cada segundo a dor se tornava cada vez mais insuportável! Eu não conseguiria ir muito longe. Felix ainda estava inteiro. Poderia levar a menina. Ruídos próximos nos sobressaltaram e seguimos, com Isabella ainda mamando. Não tínhamos muitos caminhos, foi quando Alec surgiu em nosso frente.

– Venham por aqui! – disse senti um tiro passar de raspão por meu braço e me encolhi.

Felix girou me empurrando e revidou o tiro, a menina não estava mais em seu colo. Alec corria em nossa frente. Isabella em seus braços, algo bateu forte em minhas costas e minha visão nublou, Felix atirou novamente em nosso perseguidor e só consegui dizer ou gritar um “fujam”, antes de tudo apagar.

Flash back off - fim POV Edward.

– Prefiro não comentar o que aconteceu comigo para estar vivo, sei que entende perfeitamente o que ocorreu – disse Edward para uma Renée chorosa – mesmo distantes, passamos pelo mesmo tratamento.

Isabella estava assustada com os relatos e não conteve o soluço após cair a fixa de que Edward havia sido torturado por seu bisavô, que todas as marcas foram causadas por que ele tentava protegê-la. Renée em um impulso abraçou Edward. Chorando compulsivamente, pedindo perdão por tudo e agradecendo por ele ter cuidado de Isabella.

– Eu só não entendo uma coisa, como saiu vivo?

– Felix, me ajudou. Ele conseguiu fugir com Isabella e Alec, foram perseguidos também, não tiveram alternativas a não ser entrega-la a um casal conhecido. Eles fugiram com ela.

– Sim, mas eu tive ajuda, Eleazar conseguiu provas contra meu avô, conseguimos provar acusações. Ele ajudou... Charlie... – Renée olhou para Edward, estudando cada feição – não foi Eleazar que conseguiu as provas?

Edward suspirou, as lembranças voltando com força, fechou os olhos e apertou as temporas. Esfregou o rosto, ergueu a cabeça. Com esse olhar Renée entendeu tudo, moveu os lábios em uma pergunta muda. Ele levantou e caminhou para a janela, olhando o belo jardim florido.

– Dois amigos me ajudaram, encontraram meu cativeiro, eu já havia dado as coordenadas de onde encontrar os documentos que incriminariam Joseph. Um desses amigos morreu na nossa fuga. Ele me disse o nome do casal ao qual entregou Isabella antes de morrer, morrer com um tiro que era pra mim. Felix fez tudo ao alcance por mim e por Isabella. Conseguiram documentos falsos para Charlie e as crianças ficarem no México. Mandaram uma das “agentes” para ser a empregada de Charlie. Mante-los seguros e a todos com notícias confiáveis.

Isabella que ouvia tudo ficou chocada, pois para ela, Felix estava vivo... Felix era o seu motorista... A dúvida sobre quem os cercava a envolveu, precisou de Alice segurá-la para que ela não interrompesse o diálogo entre sua mãe e seu marido. Alice também queria ouvir, ninguém conversou com ela sobre esse assunto, ela tinha poucas memórias, confusas demais, não sabia nada da historia. Os “por quês” dos sumiços do irmão, o motivo para as hostilidades gratuitas entre as famílias Swan e Cullen.

– Felix não é o motorista da Bella?

– Esse é o irmão de Felix, por alguns problemas e segurança ele prefere usar o nome do irmão morto.

– Eu... Não sei o que pensar, mas isso não explica o fato de estar envolvido com minha filha ou me dirá que se encantou por ela assim que a viu ainda bebê? – dizia atordoada, para Renée era difícil aceitar, na verdade entender que tudo o que sempre pensou, que tudo o que fez e o ódio que alimentou por Edward foi em vão. Que tantos problemas poderiam ter sido evitados com uma simples conversa – e por que não contou isso antes? Afinal você já não tinha o que perder... Nos não tínhamos!

– Eu fiz um acordo com a outra parte da minha família. Não poderia envolve-los e vocês certamente exigiriam provas, testemunhas... Certamente entende sobre o trabalho da minha família italiana? Eu não poderia expor Chelsea!

– Sim, entendo... – disse percebendo que nunca poderiam se envolver com a máfia italiana. Com assassinos cruéis e traficantes... Renée sentia a cabeça borbulhar de tão quente e dolorida que estava – eu só preciso entender uma única coisa... – Renée mesmo confusa precisava desta resposta, afinal foi para isso que foi até ele, por esta pergunta – Por que minha filha?

Edward girou, olhando dentro dos olhos de Renée. Edward pensou na pergunta, afinal ele mesmo já se fez várias vezes essa mesma pergunta, nunca obtendo resposta. A única coisa que passava em sua mente sempre que perguntava pra si mesmo sobre o motivo que o levou para Isabella: seu rosto, seu sorriso e sua petulância, apenas flashes desses momentos vinham em sua mente e um sorriso idiota contemplava sua face.

– Eu realmente ainda não tenho essa resposta... Mas acredite, sei que no fundo... Não tem nada haver com ela ser filha de vocês....

– Como não? Tenho certeza que isso aconteceu pela empresa, afinal você devolveu e logo apareceram casados... – tentava raciocinar.

– Porque estamos lutando por nossa felicidade. – disse Isabella entrando veloz na sala, surpreendendo ambos, com Alice tropeçando em suas costas, na inútil tentativa de detê-la.

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