terça-feira, 30 de abril de 2013

E - Capitulo - 47

E - Capitulo - Fase 2 : Final e inicio


POV Bella

Meus olhos abriram para a escuridão. Minha consciência demorando a voltar. Como da outra vez, algo úmido e morno raspou por minha bochecha, algo gelado e muito úmido tocou meu pescoço, um choramingo animal rompeu o silencio do quarto. Cérbero? Estiquei a mão e sua língua deslizou por minha palma.

– Eu estou bem menino! – minha consciência voltou em um estalo doloroso. O quarto estava realmente escuro. Cérbero se aninhou em meus braços e pernas. Deitando em silencio.

Não foi preciso esperar muito para que o quarto fosse clareado, Mike entrava acompanhado de um capanga. Seu braço enfaixado. O capanga deixou uma bandeja no quarto, meus olhos lacrimejavam tentando se acostumar com a claridade. Cérbero rosnou para o capanga quando ele fez questão de tentar removê-lo do meu lado. Segurei-o colando ao meu peito, por medo de tentarem algo com ele.

– Deixe nos – ordenou Mike e seu capanga não demorou a atender sua ordem. – agora poderemos ficar bem, minha cisne. – disse com olhos brilhantes.

– O que quer dizer? – sussurrei.

Mike se aproximou com um sorriso macabro, tateando a cama como uma serpente. Sua mão asquerosa vindo para minha bochecha, onde fez um caricia. Aproximou seu rosto do meu. Comecei a tremer apavorada, o medo de que ele tentasse me violar novamente, crescia de forma acelerada. Aproximou sua boca do meu ouvido.

– Quero dizer...ele chegou perto de mais. – disse beijando meu pescoço – mas nunca nos encontraria na gruta bem abaixo do nariz dele, mas isso não voltará a acontecer... a esta hora... o Cullen esta morto.

Não.... é mentira.... – Edward não... – não consegui terminar de dizer, sua mão pesada fez meu corpo girar, junto com meu rosto, quando sua bofetada me acertou.

– Nunca mais ouse dizer o nome deste maldito entendeu? – rosnou sacudindo meus ombros. Os soluços e choro já estavam derramados.

Eu não conseguiria viver em um mundo sem Edward, eu preciso dele, nossa filha precisa dele... eu me recuso a acreditar nisso! Mike só esta me amedrontando, me desiludindo, afundei meu rosto no travesseiro. Meu corpo convulsionando com os tremores do soluço.

– Vou deixá-la descansar... – disse beijando minha cabeça. – cuide dela Cérbero. – disse brincando com o cachorro. Cérbero se enroscou em meu corpo, resmungando baixinho.

...

– Eu só quero tomar um pouco de sol... não farei nada... – pedi para Mike deslizando minha mão por minha enorme circunferência. Já havia passado algumas semanas.

Entre essas semanas descobri mais sobre como começou sua obsessão e sobre onde estávamos, como boa menina, fui permitida a andar pela casa, recebendo um novo quarto, Mike havia construído cômodos luxuosos para uma casa no meio da mata. Seus capangas circulavam por toda a casa e pelo perímetro, sei disso por ele me contar.

O pai e tio de Mike, trabalhavam para meu bisavô Joseph. Ele fez uma brincadeira ou algo próximo a isso, que ele me encontraria e me entregaria para Mike, para ser dele, para fundirmos as famílias, Mas o pai de Mike morreu após ser descoberto pelos mafiosos parentes de Edward.

Pelo que entendi, o pai dele tentou roubar Esme em uma das visitas, ele a queria como pagamento de uma divida. Tentando inutilmente roubá-la, tentativa que ao que parece, não chegou aos ouvidos de Esme. Isso aumentou o ódio deles e após saber que Edward havia me levado, que ele poderia saber meu paradeiro, fez com que articulassem sabotagens.

Desde o inicio, foi Mike, ele desde de pequeno aprendeu a mexer neste “mundo” aprendendo as manhãs de uma simples trapaça para um golpe de mestre, provocou todas as trapaças entre os Swan e Cullens, alimentando o ódio deles, ate o ponto em que ele não precisasse mais armar, deixando a cargo deles. O que foi bem sucedido por Edward e minha mãe.

Isso me deu tanto nojo, só me deixou ainda mais revoltada com toda essa situação, louca para que me encontrasse e Deus que me perdoe, mas que a morte batesse para Mike, nos livrando desse maldito, deixando-me livre e tranquila para viver com minha família e amigos, em um mundo sem nenhum deles, apenas. Eu, Edward, nossa filha. Um mundo onde Mike não existira para assombrar a felicidade dos meus sobrinhos e filhos...

– Talvez, amanhã.... – disse e seus olhos mudaram, brilhando de uma forma sombria, me encolhi na poltrona, minha cutucadora, chutando com ímpeto. - agora eu tenho outro planos... – disse e no outro segundo, estava me carregando para o quarto.

Meu corpo gelou, a muito que eu vinha evitando suas investidas, sempre conseguindo uma boa desculpa para afastá-lo e ele sempre acreditava em minhas desculpas, mas isso não me deixava tranquila, confiante que da próxima vez funcionaria. Isso só servia para me deixar ainda mais apavorada, ainda mais agora que pareço que vou explodir a qualquer momento.

– Mike... – tentei quando me deitou na cama e começou a remover sua blusa.

– Não aceitarei desculpas hoje minha cisne, será minha, por bem ou por mal. – disse abrindo a calça.

Sem mais delongas segurou-me, puxando meu vestido, rasgando as mangas no processo. Tentando me beijar a força, tentei empurrá-lo da melhor forma possível, sem deixar meu ventre desprotegido. Meu medo era por ele tentar algo contra meu bebê. Afundei minha unha em seu tórax na esperança de afastá-lo.

– Filha da puta! – rugiu segurando meu cabelo com força, socando minha cabeça na cabeceira da cama.

Um rosnado surgiu no quarto, Cérbero mordeu Mike, que praguejou e se afastou, rapidamente o cachorro estava sobre a cama, rosnou assustadoramente para Mike, ele levantou pegando uma arma sabe-se lá de onde. Sem me atar ao perigo de mexer em um cachorro que estava furioso, puxei Cérbero para minhas costas com muita dificuldade.

– Por favor... não faça nada conosco - Mike levantou rápido, a arma engatilhada, minha cabeça rodava um pouco, mas consegui me por entre ele e o cachorro. Minha bebê chutando forte, me causando um grande desconforto.

– Eu juro Isabella... – disse e senti uma queimação em meu braço, antes que eu ouvisse o barulho do tiro – juro que se levantar a mão pra mim, mais uma vez não será em seu braço que vou atirar – gritou encostando o cano quente em minha barriga exposta pelo vestido rasgado. Meu grito rompendo o súbito silencio após sua fala.

Minha mente pesando e a queimação em meu braço aumentando, meus ouvidos zumbiam, pude ouvir ao longe, Mike gritar alguém, segundos depois duas pessoas entravam no quarto, uma foi ate o cachorro, amarrando no canto do quarto, a outra estava me vestindo. Tento a percepção de ser uma mulher mudando minha roupa após amarrar algo em meu braço.

Quando voltei a minha plena consciência, estava deitada sobre Mike, ele me balançava em seu colo, Cérbero estava ao pé da cama, subindo nela assim que percebeu que despertei, meu braço direito estava enfaixado, ardia um pouco. Evitei mover...

– Você acordou meu amor? – disse de forma estranha. – me perdoa meu amor, você me perdoa não – disse de forma doce – você foi má, você me machucou e ninguém me machuca – rosnou – eu prometo que não vou te machucar mais – disse de forma mais terna possível, como se estivesse segurando uma criança de colo, enquanto me sacudia com um pouco mais de velocidade do que alguém que tenta ninar um bebê. – mas também tem que prometer ser uma boa menina e fazer tudo o que mandar! – disse autoritário.

Mike estava tendo algo que só poderia ser um surto psicótico. Ele estava transtornado, completamente incontrolável e nunca temi tanto por minha vida como agora. Eu não poderia continuar esperando por Edward. Minha filha não pode nascer comigo ainda aqui, eu não faço ideia de quanto tempo estou, mas sei que esta próximo. Sei que ela pode nascer a qualquer momento. E todo esse martírio com Mike poderia provocar meu parto.

– Eu vou cuidar de você, vou a cidade hoje comprar guloseimas o que acha? – perguntou com um sorriso distorcido. – vou comprar roupas para nosso bebê o que acha? Nosso filho esta próximo de nascer... temos que aquecê-lo, Forks é fria e aqui na mata é mais – então eu estou em Forks?!

Mike gritou algo em outra língua e dois capangas entraram no quarto. Ele ditou ordens em um dialeto desconhecido por mim, um dos capangas me pegou no colo e levou-me do quarto, enquanto vi o outro responder seja o que for que Mike dizia. Já eu fui deixada em um porão ou algo assim, havia muitos entulhos, caixotes com alguns alimentos e outros com coisas metálicas.

Um tempo se passou ate que a porta foi aberta, Mike desceu a pequena escada, sua roupa como a de mochileiros, dava pra ver as armas por baixo de seu suéter. Ele sorriu doce novamente, caminhou ate onde estava e dei alguns passos para trás. Seu sorriso desaparecendo. Caminhou rápido. Segurou meu rosto entre suas mãos e beijou minha testa.

– Se comporte. Voltarei logo, não tente nenhuma gracinha minha cisne. – disse e saiu novamente.

Joguei-me sobre os caixotes, eu preciso arrumar um jeito de sair daqui, não poderia mais confiar no tempo, deslizo minha mão por meu ventre, após sentir um chute potente. – mamãe vai dar um jeito tá, eu prometo. – digo sentindo um leve desconforto, minha barriga parecia mais pesada que nos outros dias. Talvez seja só a perda de sangue.

Fiquei um tempo pensando no que eu poderia fazer para fugir, como fugir e o principal como sobreviver na mata seu eu conseguisse fugir, enquanto pensava eu andava pelo longo porão, daqui eu conseguia ouvir os barulhos externos, algo que eu não consegui no quarto em que me deixou. Consegui ouvir o barulho típico de um rio.

– Isso! – exaltei maravilhada.

Um rio sempre desemboca no mar, e antes disso há possibilidades de que corte uma cidade... onde há cidades, há telefone, eu poderia ligar pra casa, poderia escapar desse martírio, eu só preciso pensar em como sair daqui. Comecei a revirar ainda em silencio alguns dos caixotes, se esse era o abastecimento deles, haveria algo perto de um quite de sobrevivência.

Encontrei algo parecido com sinalizadores, separei alguns rezando para que realmente fossem sinalizadores. Havia um caixa de papelão com bolsas, muitas bolsas, peguei a menor que tinha e coloquei os sinalizadores. Peguei alguns canivetes e facas que haviam em outro caixote. Subi a pequena escada par verificar a porta, estava trancada.

Desci e sem opções, me vi obriga a instiga-lo a vir ate o porão, pegue alguns caixotes vazios e coloquei nas lacunas que traziam luz. Peguei obejeto que parecia uma pá, quebrei a lâmpada e me habituei a escuridão, após um tempo onde eu já consegui distinguir tudo a minha volta, comecei a derrubar tudo o que encontrava.

Minha intenção era instiga-lo, deixa-lo preocupado com o que eu poderia estar fazendo, assim esse capando dos infernos desceria esquecendo de fechar a porta. Me escondi em baixo da escada, a madeira rangendo com seus passos pesados, sai o mais silenciosa possível. Ele estava de costas, ergui a pá com a força e velocidade que consegui acertando-o no meio das cosas.

Mas para meu desespero, minha força não foi o bastante, ele girou arrancando a pá de minhas mãos, batendo em meu rosto, me desequilibrei e levei minhas mãos ao caixote ao meu lado, derrubando tudo, consegui distinguir o som do metal tilintando no piso. Senti um puxão em minha blusa, consegui puxar um dos objetos metálicos, quando me girou para tentar deter-me, soquei o objeto com toda a força em sua cabeça.

Tombamos, meu corpo caindo sobre o dele, não pensei muito apenas puxei a mochila no canto da escada e corri o mais rápido possível para a casa, trancando a porta. Cérbero estava sentado em frente a porta e latiu quando me viu. Vasculhei pela casa e tudo estava trancado, ouvi a voz de outro capanga e corri para o meu quarto, mantendo Cérbero sempre por perto claro. Eles não me procurariam ali, consegui abri a grade de dentro da janela, quando sinto um puxão em meu cabelo.

Antes que eu pudesse reagir, Cérbero já havia pulado, atacando o outro capanga, vi quando erguei a arma para matá-lo, eu ainda estava com o objeto de metal, apenas arremessei em sua cabeça, acertando no meio da testa, a arma rolou pela cama, peguei a própria com muito medo atirei em um dos trincos, isso poderia chamar atenção dos outros, mas para meu alivio não apareceu nenhum.

Peguei alguns lençóis e amarrei o capanga, arrastando para fora do quarto, você não pode simplesmente sair pela frente do seu cativeiro, mas mesmo assim eu tentei, descarreguei a arma no trinco da porta, mas nada adiantou, não vez nem cócegas. Ouvi vozes e permaneci em silencio. Meu coração parecia que sairia pela boca quando reconhecia voz, eu nunca me esqueceria dela.

– LAURA? LAURA? SOCORRO? – não pensei dias vezes em gritar.

Pude ver pela janela que ela seguia para longe da casa, céus, se ela chegasse perto do ribeiro, ela não me ouviria nunca. Segui para o quarto e me esgoelei, sorri em delírio quando vi seus passos travarem, ele me procurava. Comecei a esmurrar a janela com o objeto de metal, sua atenção veio para ate onde estava, seus passos tornaram-se certeiro.

– Bella?

– Laura por Deus, me tire daqui! – implorei ao choro.

– Tem algum objeto duro e pesado? Isso esta praticamente lacrado! – sua voz abafada, passando pela pequena fresta no topo da janela, a única coisa que consegui quebrar após socar diversas vezes. – se afaste? – puxei Cérbero para o outro lado do quarto, foram diversas pancadas, mas Laura estava sendo mais eficaz do que as minhas.

Após alguns minutos havia um bom buraco na janela e madeiras rachadas. – você consegue passar? - perguntou pondo a cabeça para dentro – nossa! Nunca pensei que fosse um luxo aqui dentro, essa casa parece estar caindo aos pedaços.... – sussurrou perdendo a voz ao olhar minha barriga – o que eu preciso saber?

– Estou casada, fui sequestrada pelo inimigo do meu marido, que saiu e pode estar voltando a qualquer momento, ele nos matará se nos encontrar e eu estou muito perto de dar a luz e não quero que nasça sobe os olhos dele – disparei.

– Ok, venha que vou te levar ate a tribo e de lá iremos para Forks. Pegue os lençóis para cobrir aqui, assim não se cortará – disse e segui seus comandos.

– Primeiro o Cérbero – digo quando esticou as mãos para me ajudar.

– Cérbero?

– Meu cachorro adotivo!

– Isso pode ser tudo, mas não um cachorro – disse assustada quando ele se pôs em pé na janela.

– Vai menino – digo levantando sua traseira, Cérbero pulou rapidamente.

Passei a bolsa logo depois. Sentei-me na janela de costas e Laura foi me ajudando a sair, puxando-me para fora. Meu peito latejava de alivio por pisar fora daquele lugar, sorrimos pelo reencontro, abracei Laura com desespero e felicidade.

– Céus... o que passou minha pimentinha... – retrucou alisando meu rosto, certamente inchado pela pancada.

Então a minha realidade rompeu, um tiro soou perto de mais, ouvi um barulho no quarto, quando olhamos, havia um capanga entrando. Laura passou o braço por minhas costas e me arrastou ate um trilha perto do rio, nos escondemos entre as matas, Cérbero bem a nossa frente. Minha barriga ficando ainda mais pesada.

Todo o nosso percurso foi feito em pavor de sermos alcançadas, enquanto os tiros permaneciam. Eu já estava muito suada, minhas pernas doíam. Laura também estava cansada, afinal ela estava firmando meu corpo, mais do que eu mesma. Cérbero foi um bom garoto e mesmo com todo o inferno na mata, ele permaneceu calmo, caminhando um pouco a nossa frente, como se os tiros não fossem nada.

Vamos parar um pouco Laura... falta muito? – pergunto me escorando em uma das arvores. Senti uma fisgada no meu baixo ventre.

– Precisamos passar pela clareira... o outro caminho esta na reta dos tiros. – disse apontando para onde ocorria o pandemônio. – pela clareira, só teremos uma reta para descer, não posso te levar para a tribo, é perigoso de mais para você e para os índios... – sorriu fraco, removendo o suor da minha testa – você esta bem, digo, esta sentindo algo em relação ao bebê?

– Não se preocupe... eu estou bem e minha cutucadora esta bem...

– Fala com tanta convicção que será uma menina, se for um menino? – disse sorrindo enquanto recomeçávamos a andar.

– Não, digamos e eu tenho meus motivos para acreditar que terei uma menina, linda como o pai, só terá meus olhos, cabelos de cobre, pele branquinha, forte como Edward! – sorri feito idiota.

Sua barrica esta pontuda e caída, tem certeza que não esta sentindo nada diferente? – se eu dissesse sobre a pontada de leve no ventre ela surtaria. Apena movi a cabeça em negação.

Nossa caminhada continuou por muito tempo, quando estávamos perto da tal clareira, onde Laura apontou. A tal fisgada veio forte, fazendo-me encolher sobre meu ventre. Laura não percebeu por estar removendo galhos para que eu pudesse passar, sem maiores dificuldades.

Mas eu não poderia deixa-la no escuro, cada passo fazia a dor aumentar, os tiros já haviam cessado, eu sei que Edward esta junto e a esta altura, ele deveria estar a minha procura, eu o quero aqui quando minha menina nascer... aguentei apenas cortar o caminho da campina, linda, com flores de diversas cores e espécie.

– Eu não aguento mais Laura. Minha filha vai nascer... – digo e sinto um liquido escorrer por minha perna.

– Merda Bella.... – disse assustada me ajudando a sentar, após abrir uma manta pequena no chão.

– Vai ate ele. Laura! Sei que Edward esta lá, ele começou o tiroteio, trago-a pra mim, por favor? – digo me contorcendo ao sentir minha pequena girar em meu ventre.

Laura removeu seu casaco, embrulhando ele e a bolsa com sinalizadores, após remover três dos vários que peguei, me entregou um canivete. Acomodou-me de forma confortável, ajudou-me a rasgar a meia calça, e a remover minha calcinha. Cérbero se pôs ao meu lado. Prestando atenção como se entendesse o que acontecia.

– Eu vou Bella, mas... pelo que entendi, correrei risco. Não queria deixá-la sozinha, mas sei que só ficara bem na frente do seu marido... tente não gritar muito... aqui – me estendeu um sinalizador e um isqueiro – se alguém tentar algo contra vocês acenda rápido.

– Tudo bem... vou fazer isso!

Sorriu de leve e seguiu de volta pelo caminho que fizemos. O sol iluminava toda a clareira, as dores só aumentavam. O tempo entre uma contração e outra estava menor, me contorci sentindo meu corpo se expandir para que minha menina nascesse. Consegui trincar o dente e prender meus gritos a cada bendita contração.

*agora de o pay*

Cérbero moveu-se ao meu lado, seu atenção voltada para o lado da campina, um contração arrancou meu ar quando vi uma cabeça castanha surgir, movi apavorada ao reconhecer os traços, mesmo não sendo loiro como Mike, notava-se de longe, de quem ele herdou todos os traços.

Minhas mãos tatearam por meu lado, consegui ligar o isqueiro. Desesperei-me quando o vi correr ao perceber o que eu estava fazendo. Consegui acender o sinalizador, segurei Cérbero com uma mão quando vi que ele avançaria no tio de Mike. Quando chegou perto o bastante para chutar minha mão o sinalizador já havia disparado.

– Maldita! – rosnou – vai pagar por ter causado a morte do meu sobrinho, aquele Cullen não terá você e nem essa cria de merda – disse apontando a arma.

Uma dor diferente rasgou-me, minha filha estava nascendo, saindo do meu corpo, meu grito ecoou pela mata, junto com o disparo. Por algumas frações de segundo pensei que havia morrido, meu corpo aqueceu, meu peito queimou, mas não era por um tiro. Meu peito aqueceu pelo choro estridentemente agudo que rompeu a careira.

Voltei meus olhos em busca do meu bebê, da minha menina. Um corpo flácido caia sobre meu ombro e me desesperei, para meu alivio Cérbero puxou o corpo, rapidamente curvei meu corpo em direção ao meio das minhas pernas. Minha menina chorava a plenos pulmões.

Sei será clichê de mais, mas... não há palavras que descreva o que estou sentindo... tão pequenina, minha cutucadora, era um misto de placenta e sangue, parecia carequinha, mas sei que teria muito cabelo cobre embaixo de toda placenta. Assim que moldei seu corpinho em meu peito, encostando nossos rostos, seu chorinho foi diminuindo.

Segurei literalmente o meu mundo nos braços. Sorria entre lagrimas, o tempo não havia parado, mas foi o que eu senti. Ainda hipnotizada por seu rostinho gorducho e delicado. Ouvi passos esmagando galhos e flores e voltei meus olhos assustados. A visão que tive foi como estar no paraíso.

Edward caminha como um predador. Seus olhos passaram do cadáver ao meu lado para os meus, meu coração falhou varias batidas quando senti seu olhar sobre mim e suspirei em deleite ao ver seu sorriso torto nascer em seu rosto imperial. Seus olhos seguiram para a pequena em meu colo e vi a pequena fagulha negra em seu olhar desaparecer. Tudo isso aconteceu em poucos segundos.

– Meu amor – ouvi sua voz me deixou lívida. Senti que finalmente podia respirar, seus lábios cobriram os meus delicadamente e minha cutucadora mostrou para o que veio e nos estapeou com seus bracinhos agitados.

– Nossa menina Edward... - cantarolei. Senti que mexiam em mim. Laura se aproximou para pegar minha filha e não permiti. – segurei-a...

Edward pegou nossa princesa, o cuidado em que a depositou em seu colo, seus mares verdes estavam profundos, límpidos, puros como deveriam ser. Sua mão enorme segurava a palma da nossa cutucadora como se ela fosse um cristal. Pude ver uma manchinha vermelha, tão vermelha que nem mesmo a placenta no braço acobertou, toquei de leve, mas ela não choramingou.

– Desculpe quebrar o clima, sei que os recém nascidos conseguem sobreviver por muitas horas, sem alimento e cobertores, mas estamos em Forks. Na mata com mosquitos assustadores, não queremos outra mancha alem desta de nascença não é papais? – disse Laura estendendo seu casaco. Edward entregou nossa princesa par ela cuidar.

Estiquei meus braços para Edward, seu calor me domando. Tive o vislumbre de Eric olhando assustado e intrigado para Cérbero. De Laura sorrindo para minha bebê, que estava embrulhada nos braços do meu pai Samuel. Senti os lábios quentes do meu homem, do pai da minha filha sobre os meus. Quando seus lábios se afastaram pude ver alguns homens e mulheres em formação logo atrás.

– Durma minha Bella. Eu cuidarei de vocês miúda. – sussurrou em meu ouvido.

– Não esqueçam do Cérbero, ele é nosso. – sussurrei sem saber se Edward ouviria, minhas pálpebras estavam pesadas, então apenas afundei meu nariz em seu peito que estava amostra pela blusa rasgada, me entregando ao cansaço.

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