sábado, 22 de junho de 2013

EVEOM - Capítulo 12

– Como você pode? – rugiu.
– Fale baixo. Eu iria lhe procurar, explicar sobre ele e mais nada, apesar de não querer... – riu em escárnio.

– Você não tem querer, é nosso filho. É completamente visível o quanto ele herdou de mim, o quanto ele é um Cullen. Ele pelo menos sabe que sou o pai?
– Agora sim...
– Porque fez isso? Você não tinha o direito.
– Eu vou explicar, se me deixar falar...
– É o mínimo que espero. E espero que tenha uma boa explicação.
– Hora! Não me trate como seu eu fosse a traidora da historia. Eu que fui expulsa da minha casa por estar com o nosso filho na barriga, eu que fui rejeitada por você...
– Eu nunca a deixaria sozinha...
– E me transformaria em sua amante como esta fazendo agora? Você foi muito claro e taxativo quando disse para aquela mulher que a assumiria, assim como o filho de vocês, mulher a qual continua sendo sua, sua esposa, mãe dos seus dois filhos, como acha que eu reagiria? Eu fui a traída da historia – rugi a ultima frase.
– Eu não queria que isso tivesse acontecido....
– Mas aconteceu, você me traiu, engravidou e casou com outra, e a idiota aqui ainda tinha corrido para contá-lo sobre a gravidez, você consegue imaginar o quanto isso foi doloroso... eu não tinha nada alem de você e... você esteve com outra...
– Foi apenas uma vez, mas... eu não sei como pode ter acontecido... eu não... – sua fala foi sumindo, andou um pouco e literalmente rosnou – não use isso como uma desculpa. Isso não te dá o direito de esconder e fugir com um filho meu! – disse socando o encosto do sofá.
– Quer saber? Eu não quero saber do que passou, não quero saber sobre seus dilemas, não quero falar dos meus e nada que envolva um “nos” alem do nosso filho. Não me interessa o que faça ou deixe de fazer, desde que não atrapalhe o futuro e felicidade do meu filho.
Carlisle sentou no sofá e me olhou por muito tempo, suas lagrimas caindo em cascatas, assim como as minhas, meus batimentos se controlaram, a dor no peito diminuiu, minha cabeça continuava doendo, me arrastei para o banheiro social e peguei no armário trancado um dipirona, voltei para a cozinha e pinguei as trinta gotas em um copo com dois dedos de água. O gosto amargo lavando minha garganta.
– Eu quero falar com ele – ouvi sua voz rouca, virei para olhá-lo, ele estava parado no batente. As mãos nos bolsos da calça. Fechei o remédio e coloquei no alto da geladeira.
– Eu te levo ate o quarto, mas acho que ele já esta dormindo – digo passando por ele e mostrando o caminho.
Quando chegamos à porta, abri devagar. Emmett coçava os olhos, sorri ao perceber que ele se esforçava para manter-se alerta, acordado. Dei espaço para que Carlisle entrasse.
– o que esta fazendo acordado meu amor? – sussurro removendo o cobertor da cama.
Seus olhos varreram o quarto e seu sorriso idêntico ao do pai e com minhas covinhas surgiu. Olhei para Carlisle, ele estava hipnotizado. Seus mares azuis, pareciam águas límpidas. Segui ate ele e segurei sua mão, arrastando ate a cama de Emmett.
– Já que esta acordado, seu pai veio lhe dar boa noite. – digo me afastando.
– Você é meu pai?
– Sim, temos a mesma cor de olhos e sorriso – disse com a voz risonha.
– Mamãe sempre fala isso... – comentou e ficou vermelho, seus olhos procuraram os meus e depois voltaram para Carlisle. – gosta de ser meu pai?
– Você é tão enorme... – disse pegando a mão de Emmett – é bom saber que tenho um filho lindo como você. Estou muito feliz. –nesse momento me afastei, saindo devagar do quarto. Segui para a cozinha após pegar um cobertor em meu quarto.
Sentei me cobrindo esperando o retorno de Carlisle, o tempo foi passando e finalmente o remédio fez efeito, minha dor começando a passar e o sono chegando com força total. Senti meu corpo balançar suavemente e um cheiro cítrico me dominou, tentei forçar minhas pálpebras, mas não consegui.
Assim que senti meu colchão praticamente me atei a ele, mas estava diferente, estava quentinho... o cheiro cítrico me dominou novamente e me apertei a ele. Acordei com afagos em meu rosto, reconheci de imediato, seus mares safiras foram a primeira coisa que vi, seu sorriso quase rasgava o rosto, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa seu corpo se chocou com o meu.
– Calma! Vai machucar a mamãe... – digo tentando segurá-lo de forma confortável.
– Obrigado mamãe... ele é maneiro, meu pai ficou comigo um tempão – disse sentando na cama sobre suas pernas e esticando os braços para mostrar o tempo.
– Quem não gostaria de ter um filho como você? Meu príncipe – digo segurando sua mão. – cuidado com os pontos! – digo vendo-o se mover despreocupado.
– Quando ele volta mamãe? – Carlisle havia conquistado nosso filho rapidamente.
– Eu não sei amor, mas ele vai nos procurar, sim. Agora... que tal visitarmos alguns colégios pra você? – Emmett bufou, não pelo colégio, ele adora estudar, mas por não saber quando o pai voltaria.
Desci da cama com ele ao meu lado, fizemos nossa higiene bucal juntos e logo ele voltou com sua muleta para o quarto dele e eu tomei meu banho e me arrumei, segui para o seu e ele terminava de se vestir, esticou a perna para que pudesse trocar o curativo, seu pé estava menos inchado, mas ainda não estava cem por cento.
Sem muitas opções por sua perna estar como esta, verifiquei com Sarah alguns endereços, nosso computador iria demorara chegar e ainda ficaríamos sem internet por mais alguns pares de dias. Depois de receber alguns endereços, seguimos á carro. Tentei ser rápida para que Emmett não andasse muito, dos três que olhamos ele preferiu um mais centrado, digo, menos colorido e com um enorme pátio.
Eu fiquei um pouco preocupada, afinal o pátio poderia ser do tamanho de um campo de futebol, eles poderiam perder uma criança por ali facilmente. A diretora que me recebeu garantiu que isso nunca aconteceu e que todos os funcionários são completamente qualificados e que há muitos responsáveis por cada área do pátio.
Após conversas que envolviam todas as preocupações de uma mãe e medica no meu caso, eu fiquei contente, não teria problemas com a piscina, ela fica em uma área completamente fechada, onde a própria diretora confirmou que ela mesma verifica a entrada e saída de cada turma e tranca assim que saem todos e ela acompanha a contagem de alunos. E que os de cinco anos á menos fazem em oura área, em uma piscina rasa onde as mães são convidadas a participarem do dia da natação.
Emmett sabia nadar ate melhor que um peixe, então sei que ele não me daria problemas quanto a isso, verifiquei a segurança das outras áreas e tudo estava devidamente arrumado. Passei a documentação de Emmett, garantindo sua vaga, mas a noticia melhor veio com o auxilio da pedagoga e da diretora.
Emmett faria uma serie de provas, para garantir que não ficaria atrasado e começaria na semana que vem na turma de sua idade. O que me deixou ainda mais contente com o colégio. Ele teria aulas extras ate chegar às mesmas matérias que os colegas, já que estamos no mês de abril e eles já se encaminham para as provas finais.
Voltamos para casa e havia um carro parado em frente á ela, estacionei atrás e não dei importância, ajudei Emmett a sair e caminhamos com cuidado para a porta de casa. Estava destrancando quando ouvi sua voz me chamando, eu jamais esqueceria, mesmo após tudo. Girei olhando-a, seu caminhar estava lento, parecia ter dificuldade.
Sua cabeça onde antes havia uma camada grossa de fios negros, agora ostentava um lenço negro, amarrado de lado. Seus olhos passaram dos meus para Emmett que eu mantinha apertado em meus braços. Não conseguia entender como raios conseguiam encontrar tão facilmente minha casa!
– Eu... – começou a falar encarando Emmett. – soube que estava de volta... – dizia nervosa – podemos... conversar – pediu ficando um pouco pálida, ela estava mal, muito mal... e eu não sabia se queria ou não uma conversa.
Sua pele estava mais clara, parecia mais delicada do que antes, como se fosse rasgar, parecia fazer uma força muito grande para permanecer em pé. A senhora a minha frente não era nem a sombra da mulher que um dia minha mãe foi. Uma preocupação por seu estado cresceu em meu peito sem minha autorização. Mesmo após tudo, eu não poderia esquecer que ela é minha mãe.
– Podemos – foi o que escapou por meus lábios, antes que eu processasse.
Abri a porta e ajudei Emmett a entrar, ele já estava exausto por causa da muleta, voltei para minha mãe e ajudei a entrar, sua pele estava realmente delicada e um pouco áspera, seus olhos vagaram pela sala, pousando em Emmett sentado na pequena poltrona um pouco afastada dos outros moveis. Sorriu para ele que retribuiu.
– Querido, vá descansar... dormir um pouco, amanhã terá aulas – digo beijando seu rosto.
– Tá bom mamãe... tchau senhora – disse sorrindo e seguiu para o quarto.
Esperei um pouco antes de me voltar para minha mãe, quando fiz ela limpava lagrimas com a manga de seu suéter. Eu não sabia como começar uma conversa, então passamos um bom tempo apenas nos olhando, as lembranças de suas palavras duras voltavam e conscientemente eu fazia uma comparação com a mulher que me disse tudo aquilo com esta em minha frente.
– Ele é lindo – sussurrou – se parece muito com você, as covinhas – disse sorrindo.
– Sim, uma mistura perfeita...
– Os olhos... tão intensos...
– Emmett é muito intenso quando quer...
– Lindo nome – disse remexendo na manga do suéter.
– Pergunte. – digo sabendo que ela tentava encontrar formas de fazer suas perguntas.
– Eu... tentei saber sobre você... depois de tudo, mas não consegui... não tive mais noticias do seu irmão.
– Eu tive ajuda da Renée... ela conseguiu contatar Charlie em Portugal. – um sorriso surgiu em seu rosto.
– Como ele esta? – perguntou como uma menina esperando o presente de aniversario.
– Eles se casaram... Renée e Charlie...
– Mesmo?
– Sim, eles tem duas meninas, Débora de cinco anos e Isabella de três, bom ela completará em setembro, mas é muito inteligente.... aqui... – digo pegando uma foto em minha agenda – essa foto foi tirada no ultimo aniversario do Emmett. A de olhos verdes cinzas é a Débora e obviamente a de cachinhos é a Isabella.
– Tão lindas... – disse com lagrimas nos olhos, elas realmente estão lindas, Débora estava com um vestido branco em renda com uma fita azul turquesa na cintura. Isabella usava um vestido azul piscina com detalhes em renda preta. Emmett estava com uma blusa polo e calça jeans de lavagem escura, no meio delas que tinham o braço atado aos dele.
– E a senhora? – perguntei quando o silencio se tornou constrangedor, afinal ela permaneceu olhando a foto por longos minutos. Sua feição mudou, seus olhos se tornaram ainda mais triste, mas sem rastro de lagrimas ou marejados, apenas me olhou conformada.
– Eu estou bem, nada que não possa suportar ou como gosto de dizer, nada que eu não tenha buscado... soube que esta trabalhando em uma clinica aqui perto...
– Sim, estou supervisionando todo o hospital...
– E o menino ficará sozinho? – perguntou preocupada.
– Não, ele estudará, semana que vem ele começará, apesar de passar algum tempo no colégio para se habituar.
– Ele pode... eu posso ficar com ele enquanto trabalha – disse cautelosa e eu não gostei da proposta, apesar de sentir que ela estava sendo sincera, mas...
– Eu estou bem organizada, ficaremos bem – digo e seus olhos desviam dos meus.
– Mamãe... eu to com fome! – disse invadindo a sala e se chocando comigo, sentando ao meu lado e me abraçando, dei um beijo em sua cabeça.
– Mamãe já vai fazer – sussurrei.
– É melhor eu ir... – disse com tristeza – me daria um abraço? – pediu se levantando com dificuldade, Emmett levantou e caminhou devagar, ergueu a cabeça olhando por um tempo, antes de abraçá-la, mamãe apertou Emmett em seus braços fracos, sorriu beijando o topo de sua cabeça.
Foi estranho, sei que essa imagem ficaria pregada em meus olhos, tão frágil, tão afetada pela doença, mesmo sem uma palavra, Emmett pareceu entender do que se tratava, ele sabia que aquela mulher que o abraçava era importante em minha vida, seu sorriso terno mostrando que ele havia a abraçado por saber que ela é importante para mim. Emmett a acompanhou ate o carro, fazendo todo o percurso com a postura firme, tentando não se importar com o pé, mas não permiti que ele escorasse o peso dela em seu pé machucado, por isso permaneci ao lado.
Almoçamos em silencio, Emmett estranhamente não me encheu de perguntas após a sua partida, apenas sentou no balcão e permaneceu me olhando, quando cansou, pegou um bloco de anotações e começou a desenhar. Nosso dia passou tranquilo, quando a noite caiu, nosso telefone tocou, achei estranho, afinal ainda era madrugada em Portugal e Sarah não ligaria a noite, Emmett correu para atender, um sorriso grande surgiu em seu rosto e gritou papai.
Tentei não me importar com o fato de Carlisle saber meu numero, terminei de arrumar tudo e preparei os pratos na bancada, de minuto em minuto eu prestava atenção em Emmett, ele gesticulava bastante enquanto falava empolgado. Permaneci na cozinha e esperei que ele terminasse. Então ouvi seus passos e me trouxe o aparelho, me estendendo com os olhos brilhantes.
– Oi? – digo ao telefone.
– Boa noite Esme...
– Boa noite... – fez-se silencio por segundos
– Eu queria saber se há algum compromisso para Emmett amanhã?
– Apenas a compra escolar...
– Então eu poderia fazer isso? Eu quero passear com ele, conversar um pouco – me interrompeu, sua voz estava diferente, mas alegre. E era claro que não estava pedindo permissão e sim me comunicando, isso me irritou um pouco. Emmett me olhava com olhos grandes e brilhantes.
– Tudo bem, eu farei as compras pela manhã, passe na hora do almoço para levá-lo.
– Eu quero acompanhar as compras, passar muitas horas de qualidade. – eu entendi direito, Carlisle quer fazer compras para Emmett comigo, como se fossemos uma família?!
– Deixa mamãe? – Emmett sussurrou com suas mãos atadas em minha cintura. Sem opções, suspirei rendida.
– Sairemos as 8h... preciso encomendar o uniforme.
– Já escolheu o colégio? – perguntou retoricamente e surpreso – estarei ai pontualmente.
Desliguei após isso, sem esperar um tchau ou boa noite. Emmett estava se apegando rapidamente ao pai, mas ele não é o único filho de Carlisle, cedo ou tarde viria com as perguntas de onde o pai mora, porque não estamos juntos. Eu não quero esconder mais nada dele, mas não há formas de explicar a uma criança de sua idade que não moramos com o pai por ele ter outra esposa e filhos...

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