segunda-feira, 24 de junho de 2013

MDOV - Capítulo 1

Notas iniciais do capítulo
Bless my soul, I love you
Take this heart away
Take these arms I'll never use
An' just believe in what my lips have to say
You give me fever
When you kiss me
Fever when you hold me tight
Fever (fever, burn through) in the mornin'
Fever all through the night
(Fever - Little Willie John)



— Você gosta mesmo deste corpo, não é? – perguntei testando a suavidade de que minha nova voz era capaz.
— Sim, eu gosto. Mas o que eu gosto mesmo é do fato de ser você dentro dele. E de você me desejar como eu desejo você.
Então ele me beijou de novo. E de novo. E eu me sentia como se pudesse voar, mesmo que tudo o que eu quisesse fosse fechar minhas asas em torno dele.
— Como você sabe tão bem o que fazer? – perguntei com uma voz que me escapava entrecortada enquanto ele beijava meu pescoço e despertava meus sentidos todos.
— Meu corpo se lembra – ele respondeu, sem parar o que estava fazendo.
— O meu também. Mas nunca foi assim, como é com você. Minha hospedeira nunca sentiu o que estou sentindo agora.
— O quê? Desejo? Amor? – perguntou ele, me apertando ainda mais contra si.
— Os dois combinados. De um jeito que me tira o fôlego e não me deixa pensar em mais nada. Este corpo pertence a você. Ele responde ao seu toque como se estivesse encantado.
— Humm – ele balbuciou, respirando o cheiro de minha pele. – Pra quem não consegue pensar em mais nada, até que você está bem falante. Eu podia pensar num jeito de deixar você quietinha, mas é bom demais ouvir isso. Pode continuar.
— Você é lindo – disse eu, enfiando as mãos embaixo de sua camiseta e puxando-a para cima, forçando-o a levantar os braços para que eu me livrasse dela.
Corri meus dedos pelos músculos de sua barriga e senti sua pele se arrepiar e se retesar ao meu toque.
— Você também é linda – disse ele inspirando todo o ar e deixando-o sair num som delicioso por entre seus lábios. – Minha vez – ele falou em voz baixa enquanto me colocava na frente do espelho. – Vamos explorar esse corpo que é só meu. – Essa última palavra, essa frase toda, aliás, soou surpreendentemente prazerosa aos meus ouvidos.
— Veja que lindo rosto você tem – disse ele passando o nariz pelo contorno do meu maxilar – E essa boca que eu não posso parar de beijar – sussurrou, passando a ponta da língua sobre meus lábios. A simples visão desse gesto no espelho acabou comigo!
Então ele se colocou atrás de mim e, novamente, passou os dedos por baixo de meus cabelos, afastando-os enquanto roçava minha nuca com as mãos.
— Ruiva — disse ele beijando de leve a curva de meu pescoço, depois de ter jogado meu cabelo por sobre meu outro ombro. – Eu gosto muito disso. – Seus dedos se entrelaçaram nos fios vermelhos e compridos, correndo rápidos até as pontas. – São macios. E você cheira tão bem! Está gostando do que vê, Estrela?
— Hum – respondi de olhos fechados, incapaz de articular qualquer som inteligível.
— Porque eu estou ficando muito orgulhoso de mim mesmo com a escolha que fiz – continuou enquanto desabotoava minha blusa e acariciava meus ombros, percorrendo-os com dedos hábeis e firmes. – Gosto especialmente dessa pele. Tão branca e delicada! – Num movimento rápido, mas delicado, Logan me girou e me abraçou, nossas peles em contato, e foi como se pequenos choques percorressem meu corpo. Ele afundou o rosto em minha clavícula e inspirou – E você cheira tão bem, Estrela. É o seu cheiro. E é exatamente como eu imaginava. Acho que não quero parar de tocar em você nunca mais – disse ele, correndo os dedos por minhas costas nuas.
— Então não pare – pedi. – Estou pronta. Acha que pode me dar minhas lembranças agora?
— Oh, sim. Eu posso! – E seus olhos faiscaram com o desejo mais ardente e poderoso que poderia haver.
— Eu te amo – eu disse, jurando não só este corpo a ele, mas todo o meu mundo, toda a minha vida.
— Eu também. Pra sempre.
Isso foi muito bom de ouvir, mas com o que me diziam seus olhos, ele não precisava jurar nada. Eu acreditaria em qualquer coisa que se refletisse sobre o verde profundo e brilhante onde eu estava mergulhada.
Então ele me tomou nos braços e me levou de volta para o nosso mundo. Aquele, habitado apenas por nós dois e pelas novas lembranças que me moldariam e me fariam esquecer as outras.


            Logan deitou meu corpo nos lençóis macios onde eu tinha estado há pouco, e o cheiro tinha uma mistura descontrolada de nós dois. Assim que seu corpo se afastou do meu, eu o queria de volta, mas ele não veio. Apenas ficou parado ao pé da cama me observando, os olhos felinos cravando-se em mim feito garras.
            O calor de seu olhar era intenso demais, então desviei os olhos de seu rosto perfeito, buscando os músculos definidos de seu torso e o volume acentuado em seu jeans, reparando na maneira como sua cintura se afinava numa curva onde o cós caía pouco abaixo de onde devia.
            Céus!
            Sentei-me na cama, sorrindo para ele e provocando-o com os olhos e desfiz com elegância o fecho de meu sutiã, mas não o tirei. Isso produziu o efeito desejado. Ele se aproximou e se inclinou sobre mim, entrelaçando os polegares nas alças e descendo-as devagar. Quando deixei a peça descer por meus braços, pude ouvir um som delicioso sair de seus lábios. Um arquejo baixo e feroz, enquanto seus olhos se estreitavam. Senti meu corpo responder imediatamente àquele chamado inarticulado e meus mamilos se intumesceram. Ele me olhou e depois se sentou ao meu lado, segurando meus seios nas mãos em concha e encarando meus olhos, enquanto seus polegares circulavam os bicos sensíveis.
Foi minha vez de arquejar, um apelo sem palavras por mais quando ele passou a língua por minha aréola e me mordeu levemente, fazendo com que um arrepio poderoso se espalhasse por meu corpo como um leve choque elétrico. Ele repetiu tudo do outro lado e um gemido fugiu de meus lábios fazendo com que ele me apertasse em resposta, seus dedos se enterrando com força em minhas costas e meu corpo sendo comprimido contra o dele, contra a pele macia e cheirosa esticada sobre seus músculos.
Ele fez com que eu me deitasse e desabotoou meu jeans com um sorriso novo nos lábios. Eu inclinei meus quadris para facilitar que ele o puxasse para baixo, fechando meus olhos e me contraindo aos sentir seus dedos roçarem minha pele quando ele o fez.
Escutei o baque surdo da roupa sendo arremessada longe, mas mantive meus olhos fechados por causa da intensidade da sensação que tive quando ele me tocou sobre a calcinha. O calor de sua pele era tão forte que atravessou o tecido e minha própria pele, instalando-se dentro de mim na forma de um prazer que era quase uma dor sob seus dedos.
—  Tão linda! —  ele disse, e sua voz era um estranho carinho que arranhava.
—  Quero ver você —  sussurrei, encontrando minha própria voz apenas depois de um gemido alto abrir caminho para ela.
Logan não disse nada, apenas levantou-se novamente e ficou de pé ao meu lado. Eu me sentei de frente para ele, deixando meus dedos percorrerem suas pernas rígidas. Tirei as mãos quando ele próprio abriu o botão do jeans e, num movimento ágil, deixou que ele deslizasse pra baixo junto com a boxer branca que ele chutou para o lado.
Aquilo era uma visão. Certamente, eu não sabia nada sobre a arte humana que ele tanto amava, mas tinha certeza de que aquele homem em minha frente era algo melhor do que a arte jamais conseguira produzir. E ele me amava. Era meu. E, obviamente, me desejava.
Uau!
Fechei minha mão firmemente em torno daquela pele mais macia e mais quente que o resto, deixando meus dedos brincarem na ponta sensível. Um rosnado primitivo veio rasgando desde o fundo de sua garganta e o som fez minha pele se arrepiar de desejo.
Nesse momento, eu não podia estar mais feliz por essa hospedeira experiente que eu tinha recebido. Vivian sabia como agradar um homem, então eu obedeci aos comandos de meu corpo e deixei meus lábios deslizarem por toda a extensão macia de pele, substituindo minha mão.
—  Estrela! — murmurou ele, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás com a força do gemido que saiu de seus lábios, uma espécie de rugido quente e cortante que se derreteu dentro de mim.
Saber que eu conseguia produzir aquele efeito nele, fez com que eu me sentisse... Dona do mundo! Afundei meus dedos em sua bunda deliciosa e o puxei para mim, enquanto ele entrelaçava as mãos em meus cabelos. Eu o senti trêmulo e vulnerável sob meu comando. Aquele homem forte e dono de si estava inteiramente à minha mercê.
Oh, o poder!, era embriagador.
Fazer o que eu quisesse de Logan. Mandar nas reações dele. Controlá-lo. Eu nunca imaginei que isso fosse possível!
Eu me deleitava nessa ideia quando o senti fugir de mim, um leve puxão em meus cabelos me impedindo de continuar.
Mas o quê...?
—  Se você não parar agora, isso vai acabar mais rápido do que deveria.
Ele se abaixou e arrancou minha calcinha num gesto brusco, apertando meu corpo com as mãos ao fazê-lo. Então ele levou a pequena peça encharcada e inútil até o nariz e inspirou.
—  Seu cheiro...
Ele voltou para a cama e fez com que eu me deitasse ao lado dele, deslizando dois dedos para dentro de meu corpo. Eu gemi, não pude evitar fazê-lo, enquanto ele tomava de volta todo o controle pra si.
Por mim tudo bem!, pensei enquanto meu corpo se retorcia ao seu comando.
Senti-me fraca, tonta como se estivesse sob o efeito de algum sedativo. E um torpor, um formigamento desconhecido, subiu lentamente por minha pele, se apoderando de meus músculos, irradiando e ao mesmo tempo indo ao encontro dos dedos dele.
—  Pare! — gritei, porque eu não queria que acabasse e aquilo só podia ser o meu fim.
Logan me fitou, surpreendido, esperando uma resposta que não dei. Fechei os olhos quando ele tocou meu rosto, respirando fundo para tentar equilibrar meus sentidos. Então os abri e comecei a me mexer contra seus dedos no meu próprio ritmo, sentindo o toque lento e contido, adiando ao máximo.
Eu estava trêmula de expectativa, sedenta pela sensação e ao mesmo tempo temendo sua intensidade, porque aquele era Logan, o homem que eu amava. Éramos nós. Sendo humanos juntos pela primeira vez.
Por isso eu queria que fosse lento, queria que fosse eterno. Mas mesmo enquanto Logan me cedia o controle eu não conseguia mantê-lo, e comecei a me mexer mais rápido, me esfregando nele com cada vez mais força. E quando ele retomou o ritmo de antes, sabia que eu não queria realmente que parasse.
— Mais devagar — sussurrei.
—  Não — ele disse, impassível, cruel.
Eu tentei lutar, tirá-lo de dentro de mim, mas não tinha mais controle de meus membros, de onde terminava meu corpo e começava o dele. Corri meus dedos pelos músculos de seus braços, a pele deliciosa retesada pelo movimento de me segurar, de entrar em mim. E quando o polegar dele começou a fazer círculos concêntricos bem acima de onde seus outros dedos deslizavam sem descanso, eu fui vencida.
—  Ah! — explodi em chamas luminosas.
Olhei nos olhos dele e eles estavam como eu nunca os tinha visto. De um verde profundo, claro e arrebatador, quentes e úmidos como uma floresta tropical.
—  Por favor! — implorei.
—  Eu sei — ele disse e num movimento rápido estava dentro de mim.
Minha nossa! Eu não pensei que isso pudesse ficar melhor!
Senti o peso de seu corpo, o contato de nossas peles, o jeito delicioso como nossos ventres se chocavam num movimento sincronizado e como seu cabelo roçava a base de meu pescoço enquanto ele sugava meus seios.
E então tudo começou de novo. O torpor que se apossava de mim, me deixando sem forças, o desejo desesperado de que aquilo nunca acabasse.
—  Pare! — pedi, tonta, mas eu mesma não conseguia parar. Não conseguia controlar meu desejo e Logan sabia. — Pare — insisti, baixinho, quase sorrindo das minhas próprias contradições.
—  Não — ele rosnou de volta, segurando meus braços para que eu não o empurrasse.
Senti-o entrar em mim mais rápido. Uma, duas, três vezes... E então mais forte, mais fundo.
—  Ah!
Minha visão se turvou e um pequeno raio de luz prateada se desfez em pequenos outros raios, enquanto eu era novamente sugada para um lugar à parte do tempo e do espaço.
Eu queria que aquilo nunca acabasse, então contraí meus músculos em torno dele, tentando prendê-lo, tentando reter a sensação. Ele levantou os olhos arregalados para mim, surpreso e extasiado, e seu rosto ficou vermelho e o verde felino mais selvagem e mais claro enquanto um tremor se apossava de seu corpo.
—  Faça isso de novo — ele pediu e eu obedeci. Ele afundou em mim de novo e soltou um gemido alto e áspero antes de seu corpo desabar sobre o meu.
Eu sentia todo o meu corpo palpitar e todos os meus músculos davam pequenos espasmos. Ele levantou a cabeça e me beijou, passando a mão por meu rosto onde tinham brotado pequenas gotículas de suor.
—  Por que você me pediu pra parar? — perguntou ele.
— Por que você não parou? — perguntei, obviamente ciente da resposta.
Ele soltou uma risada de menino levado, uma espécie de lufada de ar incrédula que se misturava com sua respiração ofegante.
—  Você queria mesmo?
—  Não — respondi.
—  Então...
— Eu só não queria que acabasse — disse, sabendo o quanto parecia ridícula.
Logan riu, girando o corpo para que eu me deitasse em seu peito.
—  Temos muito tempo para repetir isso quantas vezes você quiser.
Pensei em suas palavras com meu corpo entrelaçado ao dele e meu ouvido sobre seu coração, que começava lentamente a se desacelerar. Eu não tinha me dado conta, mas ele tinha razão.
Isso era apenas o começo.






Notas finais do capítulo
Essa é minha primeira experiência hot, por isso, por favor, sejam pacientes e comedidos nas críticas. Eu o fiz para saber se conseguiria fazer algo sexy, mas ainda mantendo o clima da fic e meu estilo de escrita. Espero que gostem e comentem se acertei no meu propósito.
Capa e edição do olho verde by Daniela Martins Fonseca (DaniMandT)
Obrigada por tudo, Dani.

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