sexta-feira, 7 de junho de 2013

S - Capítulo 2

Capítulo 2
POV Isabella Swan

Olhei para meu filho ressonando calmamente em sua cama. Soltei um suspiro. Ele estava protegido, assim eu esperava. Agora que minha decisão estava tomada, ele não teria que viver com mentiras ou respostas evasivas.

Com apenas nove meses de idade e já tão grande. Vai puxar a altura do pai, com toda certeza. E não apenas na altura. Os olhos, os cabelos... Até mesmo o jeito dele andar é de Edward.
Respirei fundo novamente. Doía lembrar-me dele. Edward tinha sido tudo para mim. Eu tinha renunciado parte da minha liberdade por ele e tinha amado isso. Esperei de todas as formas que nosso compromisso se consolidasse.
Era assim tão errado nossa relação? Por um acaso eu era algum motivo de vergonha para ele não me assumir e ao próprio filho? Ele queria, por um acaso, que eu compactuasse com essa indústria cinematográfica que reduz pessoas a simples objetos?
A verdade é que eu inventava perguntas por que era mais fácil lidar com elas do que com a realidade. A realidade que nunca seriamos compatíveis um com o outro, nem em ideologias e nem em ciclo sociais.
Se bem que eu também era envolvida com a arte de atuar, cantar e interpretar. Mas eu não fazia isso pelo retorno financeiro e muito menos deixava que o meu meio ditasse quais seriam minhas atitudes e com que eu deveria ser vista em publico. Eu fazia pela arte de encantar e levar a reflexão. Eu, no fundo, ainda mantinha acesa a chama que deseja mudar o mundo, conscientizar as pessoas, emocionar, transformar a humanidade.
Que bobagem a minha. Se nem o homem que amo eu conseguir mudar...
— E agora, o que vai fazer? — A pergunta feita em idioma alemão veio de Alice.
Ela estava recostada no batente da porta, bebericando uma taça de vinho seco.
Como era nosso costume, mantive nossa comunicação na língua alemã. Seria triste termos batalhado para aprender e depois por falta de uso, esquecermos dela.
— A minha decisão está tomada, Alice. É o melhor para mim, e melhor para Noah também. E futuramente, para minha bebê. — Expliquei acariciando o meu ventre, levemente projetado e que abrigava minha filha.
Alice me olhou longamente, desviei o olhar e peguei a mala em cima do guarda-roupa. Calmamente, como se quisesse adiar tudo e com esperança que alguma coisa mudasse, eu comecei a colocar as roupas do meu filho dentro da bagagem.
— Sabe, eu não acredito que o Edward seja do tipo que deixe a mulher que ele ama ir embora levando os filhos. Ainda mais agora que ele sabe que é uma menininha. Lembra que desde o início ele queria uma menina? E vocês ficavam brigando porque você sabia que era um menino e ele insistia que seria uma menina? Judith, se não me engano, o nome que ele tinha escolhido. — Olhei para Alice, mas não parei de colocar as roupas do meu Noah na mala. Logo seria minha mala que eu estaria fazendo com as poucas roupas de Judith. Sim, eu manteria o nome que Edward escolheu para nossa filha. — Você deveria ser um pouco menos cabeça dura. Não acha? Ele ligou e queria conversar. Talvez ele realmente vá tomar alguma atitude agora.
Bufei.
— Alice. — Fechei a mala. Respirei fundo e fechei os olhos. — Quando a gente escuta a mesma conversa um bilhão de vezes, é fato que independente das promessas feitas, os resultados continuarão a ser os mesmo. — Abri meus olhos e não evitei que uma lagrima se formasse. — Eu não posso esperar que ele mude se eu mesma não mudei. — Disse com voz contida para não acordar meu filho. Passei por Alice que deslocou minimante seu corpo, segurando agora a taça vazia. — Eu não estou fazendo isso para força uma atitude dele. Só que não dá, entende? — Cheguei ao meu quarto e coloquei em cima da cama minha mala, um pouco maior que a mala de Noah. — Não me sinto bem. — Alice adentrou o quarto e sentando-se na cama, ao lado da mala, depositou a taça no criado mudo. E depois foi me ajudando a dobrar algumas roupas. — É como se tivesse compactuando com essa história. E céus, Alice. Você consegue imaginar como eu me sinto? Para todos, ele e Rosalie são companheiros. Pela logica do raciocínio, para todos eu sou a amante, Alice. Se eu continuar aceitando essa situação, o que vai ser de Noah? E de Judith? — Alice me lançou um olhar sagaz, compreendendo que o fato de eu aceitar o nome que Edward tinha escolhido para nossa filha ainda significava que nossa relação tinha uma chance. — Vão virar piada na escola por que não são reconhecidos pelo pai? Pior, Alice, pense. Edward nem vai poder ir brincar com os filhos, nem pegá-los na escola, muitos menos será visto como o pai deles. O telefone dele nem vai poder ser disponibilizados para caso aconteça algo a nossos filhos. Porque onde já se viu: Edward, namorado de Rosalie Hale, tem filhos com sua amante, Isabella Swan. É isso que todos verão. E se eu continuar aceitando essa situação eu vou permitir que do mesmo modo que essa indústria os transformou em produto, também me transforme e transforme aos meus filhos. No caso... — Forcei a minha voz para parecer com o de um apresentador de televisão. — Tenham a honra de conhecer a destruidora de lar e os filhos bastardos de Edward Cullen.

Paper Bag
Fiona Apple
Composição: Fiona Apple
I was staring at the sky, just looking for a star
To pray on, or wish on, or something like that
I was having a sweet fix of a daydream of a boy
Whose reality i knew, was a hopeless to be had
But then the dove of hope began its downward slope
And i believed for a moment that my chances
Were approaching to be grabbed
But as it came down near, so did a weary tear
I thought it was a bird, but it was just a paper bag

Hunger hurts, and i want him so bad, oh it kills
Cuz I know I'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold cuz these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works
When it costs too much to love

And I went crazy again today,
Looking for a strand to climb
Looking for a little hope

Baby said he couldn't stay, wouldn't put his lips to mine,
And a fail to kiss is a fail to cope
I said, "honey, i don't feel so good, don't feel justified
Come on put a little love here in my void"
He said "it's all in your head", and I said "so's everything"
But he didn't get it
I thought he was a man
But he was just a little boy

Hunger hurts, and i want him so bad, oh it kills
Cuz i know i'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold cuz these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works
When it costs too much to love

Hunger hurts, but i want him so bad, oh it kills
Cuz i know i'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold cuz these hands are just too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works
When it costs too much to love

Hunger hurts, but i want him so bad it kills
Cuz i know i'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold cuz these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works,
When it cost too much to love.

Eu estava olhando para o céu, apenas procurando por uma estrela.
Para orar, fazer um pedido ou algo assim.
Eu estava tendo uma doce fixação de um devaneio sobre um garoto
Cuja realidade eu sabia não ter esperança de acontecer
Mas então a pomba da esperança começou sua descida
E eu acreditei por um momento que minhas chances
Estavam se aproximando para serem agarradas
Mas enquanto caía por perto, também caía uma lágrima cansada
Achei que fosse um pássaro, mas era só um saco de papel.

Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.
Pois eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar
Tenho que desistir, pois essas mãos tremem demais para segurar.
Fome machuca, mas morrer de fome funciona
Quando custa demais amar

E eu enlouqueci de novo hoje,
procurando por um fio para escalar.
Procurando por um pouco de esperança

Meu bem disse que não poderia ficar, que não iria pôr seus lábios nos meus.
E um fracasso no beijo é um fracasso na competição
Eu disse: ?Querido, não me sinto tão bem, não me sinto justificada.
Venha e ponha um pouco de amor aqui no meu vácuo?
- ele disse
"Está tudo na cabeça" - e eu disse ?Como tudo está?.
Mas ele não entendeu
Achei que ele fosse um homem, mas era só um garotinho.

Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.
Pois eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar
Tenho que desistir, pois essas mãos tremem demais para segurar.
Fome machuca, mas morrer de fome funciona quando custa demais amar
Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.

Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.
Pois eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar
Tenho que desistir, pois essas mãos tremem demais para segurar.
Fome machuca, mas morrer de fome funciona quando custa demais amar
Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.

Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.
Pois eu sei que sou uma bagunça que ele não quer limpar
Tenho que desistir, pois essas mãos tremem demais para segurar.
Fome machuca, mas morrer de fome funciona quando custa demais amar
Fome machuca, mas eu o quero tanto que mata.

Alice revirou os olhos, se levantou da cama, pegou sua taça e caminhou até a porta. Antes de sair, se virou e acrescentou:
— Só acho que está exagerando demais. Logo você que defende tanto o fato de não comprar produtor dessa indústria, bem se vê que já comprou. Comprou um produto chamado Edward que tem um péssimo caráter, quando nós duas sabemos que ele não é assim.
— É mesmo. Isso eu não sei. Pensei que o conhecia, mas veja a situação que me encontro. — Disse em tom azedo. — Pior de tudo, eu que permitir chegar a esse ponto.
Alice não se deu ao trabalho de me responder. Saiu pela porta e eu me concentrei em colocar minhas roupas calmamente.
Eu não queria tomar nenhuma atitude extrema. Mas ao que parecia, ou era isso ou continuar vivendo escondida de tudo e de todos, com exceção aos pais dele e aos meus. E por falar nos meus pais, eles não estavam satisfeitos com essa situação. Não que a opinião deles alguma vez tenha influenciado nas minhas, mas uma coisa minha mãe tinha razão: que futuro eu queria para meus filhos, se nem um pai, publicamente, eles poderiam ter? Entre ser mãe “solteira” e ser amante de um ator hollywoodiano1, era preferível ser mãe solteira. Pelo menos isso encaixa mais com minha filosofia de vida.
Quando enfim terminei de arrumar minha mala, colocando por cima de tudo as poucas roupinhas de minha bebê, Alice apareceu na porta, com sua taça de vinho cheia.
— Acho que você deveria assistir uma coisa.
Estreitei os olhos, estranhando a proposta. Alice revirou os olhos e caminhou até a TV do meu quarto. Pegou o controle remoto e ligou o aparelho. O que se passava na tela fez meu coração palpitar e minha boca secar. Era assim que meu corpo reagia toda vez que eu o via, não importava se ao vivo ou não.
Minha primeira reação, foi caminhar até Alice e tentar tirar o controle de sua mão e desligar a TV. Mas a minha amiga, prevendo minha reação, atirou o controle pela janela aberta.
Olhei para ela espantada, a boca aberta.
— Um pouco dramático isso, não acha? — Critiquei. Dei um passo a frente. Iria desligar o aparelho pelo botão mesmo. Alice, novamente, prevendo minha reação, colocou a mão sobre o mesmo impossibilitando que eu fizesse algo. — Alice. — Exclamei irritada.
— Escute, dona cabeça dura. Apenas escute. Acho que as coisas estão mudando.
Contra minha vontade eu comecei a escutar. Ele dava uma entrevista explicando sua situação com Rosalie. Tomei um gole de ar. Aquilo era surpreendente.
Eu estou sonhando? Acho que não. Mas pera, como ele pode está anunciando isso se até...
Ouvi o termo: quarto e ultimo filme já concluído.
— Esqueça, Alice. Isso não prova nada. — Disse me afastando. A tv ainda ligada.
— Isso me parece alguma coisa. — Disse ela vindo atrás. — E a entrevista de Rosalie nessa semana, não significa nada? — Alice tentou ponderar. — Ela vai se casar com Emmett. Toda a impressa já sabe disso.
— Ele só está anunciando isso porque finalmente a saga acabou, não porque me ama. Isso só significa que esse meio é mais importante para ele que a família que ele tem aqui. Basta um novo filme que ele vai deixar novamente outro rumor se formar. — Disse firme. — E bem sabemos que já tem outro filme em vista, não é mesmo? Como é o nome da atriz mesmo? — Fingi pensar por dois segundos. — Ah, sim. Victoria Preston. Esquece, Alice. Nunca que ele vai contra o que manda a agente dele, Jane Volturi. É obvio que isso não significa nada. A próxima futura senhora Cullen nunca será eu e sim, Victoria e depois outra atriz qualquer. — Lamentei, deixando minha voz minguar.
— Meu Deus, como você é cabeça dura. Que custa escutar a entrevista até o fim? Que custa conversar com ele. Vocês são adultos, oras. — Alice reclamou. — Eu não queria acordar meu afilhado, mas se o único jeito é esse... — Alice não concluiu o que iria falar. Apenas passou por mim e foi até a cozinha a passos rápidos.
— O que? — Perguntei estranhando sua atitude e tentando entender o que ela quis dizer.
Não foi preciso pensar muito. Logo a pequena TV da cozinha estava ligada no volume máximo, no mesmo canal da entrevista.
Arregalei meus olhos.
Alice é doida por um acaso? Me perguntei, sem saber se eu corria até Alice ou se corria até meu filho que logo despertaria com o barulho. Antes que pudesse realmente me decidir, ouvi o que mudaria meu futuro radicalmente.
— Eu dedico essa canção para uma pessoa muito especial. Isabella, eu espero que você receba isso de mente e coração abertos. — Era Edward em sua entrevista. E logo em seguida, a nossa musica soando de seus lábios.
Meu mundo girou e pude me recordar perfeitamente da época que cair de amores por eles sem nem mesmo me permitir a isso.

Dois Anos Antes

— Nunca te vi tão interessada em talk-shows2. O que mudou? — Comentou Jasper pegando um pedaço de queijo que estava disponível no centro da mesa da republica onde ele morava.
Essa era a noite de queijos e vinhos, sempre fazíamos isso após uma exposição bem sucedida, era a nossa forma de comemorar com tranquilidade.
Alice estava sentada perto de Jasper, bebericando um vinho de uvas do gelo3.
— Não posso me interessar pelas novidades? — Questionei em tom de brincadeira.
— De famosos? Não sei. É diferente. — Comentou rindo. — O que acha, Lice? — Questionou se virando para ela e passando o braço esquerdo pelo ombro amiúde.
— Vai ver ela está encantada por alguém especial. — Disse me lançando um olhar malicioso. — Já viu os novos atores? Todos altos e sedutores e com um olhar que é capaz de prender qualquer borboleta...
A fulminei com o olhar.
— Uau, se olhar matasse, Lice, meu bem, eu estaria de luto agora. — Zombou Jasper, pegando a taça de vinho das mãos de Alice e sorvendo um gole. — Então, me conta aí... Quem é esse ser digno de seu interesse?
— Não é ninguém. — Disse com desinteresse.
Mas para meu azar, era justamente a hora que ele entrava no palco do entrevistador Jay Leno4 e foi impossível fingir não me importar. Meu corpo vibrou e automaticamente eu estava extremamente atenta.
— Bom, esse ninguém é esse aí? — Perguntou Jasper, se inclinando sobre a mesa de centro e pegando o controle remoto para aumentar um pouco o volume.
Eu não sabia se agradecia por facilitar que eu escutasse a entrevista ou se me defendia de algo que nem sabia bem o que era. Por fim, o extinto venceu.
— Ora, Cachinhos... — Disse citando o apelido de Jasper. — Nunca escondi de ninguém que sou fã da saga heróis.
— Em quadrinhos. — Lembrou-me Jasper. — Porque sei bem que você não ficou nem um pouco contente com as escolhas dos atores. Como foi mesmo que você disse... Ah, sim. Eles conseguiram estragar a melhor saga de todos os tempos. Nenhum livro ou quadrinho deveria ser adaptado para o cinema, eles sempre deixam de lado a almas das histórias. Lamentável.
Nessa hora Leah se aproximou com Jacob logo atrás e também resolveu relembrar todas as minhas declarações.
Nota mental: Tomar mais cuidado com o que digo, poderá e será usado contra mim nas horas que eu mais precisar de discrição.
— E ela também tinha dito que os atores não tinham cara de homens viris.
— Isso era na época, pessoal. Depois que ela conversou com Edward Cullen no aeroporto de Dublin, ela mudou de ideia radicalmente. — Confidenciou Alice me fazendo olhar para ela pasma.
Peguei uma almofada dourada e atirei nela sem pensar duas vezes. Ela era louca? Não, só era Alice sendo extremamente constrangedora quando o assunto é o outro, e até mesmo a melhor amiga.
— Sério? Você conheceu o ator ao vivo e a cores? Pegou o telefone dele? — Questionou Jacob interessado.
— Não. Acaso, lembra?
— Não acredito. — Exclamou Leah.
— Ela conta demais com a sorte. — Brincou Jasper.
— Eu é que não deixava essa passar. — Acrescentou Alice.
Foram vários minutos entre assovios, risadas e perguntas desnecessárias. Quando finalmente consegui acalmar os ânimos, percebi que tinha perdido toda a entrevista. E meu humor ficou um pouco abalado com isso. Mas não permiti que ninguém notasse. Afinal, estavam me interpretando mal. Eu não estava interessada em Edward Cullen. Bem, não da maneira que pensavam. Só achei muito interessante o fato dele ser um arqueiro por causa da preparação para o filme. E sinceramente, ele atuava muito bem. Fiquei curiosa. E quem não ficaria? O que mais ele sabia por causa dos laboratórios5 necessários à interpretação.
Para que tudo voltasse ao normal mudei completamente de assunto, começando a contar como tinha sido minhas férias e perguntar como tinha sido as férias deles.
Expliquei como estavam meus pais e o encanto crescente deles pelo Brasil. Dona Renée estava até entrando na escola de samba. Ela tinha comprado6 uma fantasia na ala das baianas7 e iria desfilar já no ano que vem. Charlie não tinha se interessado muito, mas estava apoiando ela incondicionalmente.
Alice explicou sobre seus pais estavam querendo ir visitar o Japão. E Jasper contou que sua banda estava com cada vez mais contratos, pequenos, mas significativos.
Os meses se passaram e eu me dividia em exposições de artes que eu organizava a participações pequenas nas bandas de amigos e amigos dos meus amigos. Confuso, eu sei. No entanto, nunca deixei de acompanhar em jornais a peregrinação de Edward pelo mundo e a divulgação dos filmes.
Alice sempre que entrava em contato comigo, comentava sobre uma ou duas coisinha, como quem não quer nada. Mas eu sabia que ela tinha conhecimento que estava alimentando meu interesse.
E tudo que fiquei sabendo que ele era um homem maravilhoso, mas comprometido. Mas isso não me importava, não é mesmo?
A saga que ele estava interpretando não era o primeiro papel dele nas telas, mas os anteriores eram filmes de baixo orçamento e até mesmo independentes8. Ele até tinha o apelido no meio artístico de camaleão. Embora o sotaque dele fosse marcante, quando ele se propunha a interpretar um papel, ele assumia todas as características pessoas do personagem: sotaques, gestos, personalidade...
Não era a toa que ele estava contato entre os melhores atores do momento, mesmo sendo jovem. E segundo as especulações, se ele continuasse sendo tão talentoso não demoraria nada para ele deixar impresso suas pegadas na calçada da fama9.
E ao lado dele, Rosalie Hale. Uma atriz linda e também em ascensão, mas um pouco temperamental, ao que contava a impressa. Edward e Rosalie nunca assumiram nada, mas a especulação de impressa mostrava muitas fotos deles em momento íntimos, dividindo apartamentos e viajando aos mesmos locais, mesmo nas férias.
A vida dele parecia ser tão cercada de aventura que eu ao lado dele devia passar por uma pessoa provinciana. E só de pensar nisso, eu me jogava na vida ainda mais intensamente.
Aceitei participar de exposições no Peru, viajei para Índia e conheci os elefantes pintores10. Contribuí em faculdades tailandesas com alguns quadros modernistas. Ajudei um Sebo11 no Tenessee — os alunos estavam arrecadando livros vendendo livros usados e em bom estado: o dinheiro seria usado numa obra social num bairro que precisava de uma revitalização na educação. E ainda por cima, conheci os Gêmeos12 que estavam com um novo trabalho de decorar uma estação de trem.
Mas parecia que nada disso era suficiente. Eu precisava aliviar minha alma, sempre que possível. E foi numa dessas vezes, que aceitei substituir uma cantora que estava grávida, mal sabendo que a mão do destino iria pousar novamente sobre mim.

Agora

— Papa... Papa... — Meu filho estava de pé diante da TV, dando pulinhos de felicidade, reconhecendo o pai na tela. — Papa, mama. Papa... — Disse olhando para mim e batendo as palminhas.
Olhei Edward na televisão, terminando de cantar a nossa música, a que embalou tantos momentos bons, com um sentimento conflitante: eu dava uma nova chance para nós ou eu colocava de vez um ponto final? Realmente agora seria diferente ou seria mais uma das promessas de Edward que ele nunca cumpria?
Comecei a justificar para mim que seria crueldade afastar Noah do pai. No entanto, tinha consciência que eu estava mais uma vez inventando uma desculpa esfarrapada para ocultar a verdade: eu não sabia viver sem Edward, e estava desesperada para ter qualquer motivo para me manter cega, mas inquestionavelmente ao lado do amor da minha vida.

---
1 Termo aplicado a todos os profissionais com renome no meio artístico e que tenha feito algum trabalho em Hollywood, na cidade de Los Angeles.
2 Programas de Televisão que entrevistam famosos de um modo bem humorado e quase íntimo.
3 Vinho feito com uma safra de uvas especificas que passaram por um congelamento abrupto, na época de inverno.
4 Jay Leno é um dos mais renomados entrevistadores de talk-shows, conhecido e prestigiado pelo seu ótimo humor.
5 São experiências vividas propositalmente por atores e demais profissionais televisivos com a função de viver na pele todos os prós e contras da realidade que ele irá interpretar, dirigir, ou escrever.
6 Todas as fantasias nas escola de samba são compradas. Dependendo da fantasia, o valor pode variar em trezentos reais a mais de duzentos mil reais. E é daí que vem grande parte do dinheiro que possibilita o espetáculo carnavalesco uma vez ao ano.
7 E umas das alas dentro de uma escola de samba que são obrigatórias.
8 São filmes de longa ou curta metragem que não são produzidos por empresas, mas sim pelo próprio recurso dos atores, diretores, e roteiristas. Parte da renda desses filmes vem de patrocinadores, que oferecem dinheiro em troca da divulgação de suas marcas. Lembrando que é bem difícil se ter um patrocinador, ainda mais, um que dê uma boa quantia.
9 conhecido em português como Passeio da Fama  ou Calçada da Fama  é uma  calçada ao longo das ruas Hollywood Boulevard e Vine Street em Hollywood, Califórnia, Estados Unidos, constituído por mais de 2 000 lajes com estrelas, fazendo menção a celebridades honradas pela Câmara do Comércio de Hollywood pelas suas contribuições para a indústria do entretenimento.
10 Muitos elefantes são introduzidos na arte. Seus tratadores oferecem pinceis, tintas e quadros e disso saem obras de artes que são vendidas pelo mundo por valores altíssimos. Muitas dessas obras, fica impossível de se acreditar que tenha sido feita por um elefante.
11 Venda de livros usados e em bom estado, com finalidades sociais ou até mesmo para ajudar projetos de grupos.

12 É uma dupla de pintores que têm seu trabalho reconhecido pelo mundo. Eles possuem traços muitos marcantes: rostos amarelos, olhos pequenos e amendoados.

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