Há alguns anos temos
presenciado a conversão de ficwriters, em bookwriters. Eu inventei a segunda
terminologia ― eu acho ― na falta de coisa melhor, no intuito de estabelecer as
diferenças entre essas vertentes.
No fundo, toda ficwriter
começou a escrever suas fanfics como uma “homenagem” aos personagens que tanto
gostaram. Algumas trazem possíveis desfechos a eles, e outras trazem um enredo
completamente diferente. Essas últimos são as que mais se acercam do que eu
chamei de “bookwriter”, aquela pessoa arrogante, presunçosa, e que se acha a
dona do mundo, que um belo dia acorda e diz: “Eu vou escrever minha própria
história! Do meu jeito! E se eu quiser matar a protagonista, eu vou matar a
protagonista.” A essa pessoa eu batizei de “bookwriter”, mas minha mãe a
batizou de Evelyn (hahahaha’).
Deixando minha
presunção e arrogância no cantinho, eu venho aqui com toda a humildade do
mundo, tentar clarear alguns pontos em nossas cabeças. Como por exemplo: “Tia
Evelyn, o que é preciso para ser uma escritora best-seller?”
Bom, eu não sei. Que
tal perguntarmos para um/a escritor/a best seller?
A verdade é que se eu
conhecesse a fórmula, eu já teria feito uso dela, e estaria ficando rica com
palestras por aí. Mas na verdade não há “uma fórmula”, e sim alguns passos que
você tem se certificar de estar seguindo, e então deixar tudo nas mãos da
sorte. Ou de Deus. Ou do destino. Ou dos três juntos.
O que sempre devemos
ter em mente no tópico “Tia Evelyn, o que
é preciso para ser uma escritora best-seller?”, é que: um bom escritor, é
antes de tudo um excelente leitor. Se você não lê, como pretende escrever?
Melhor: o QUE pretende escrever, exatamente? Eu fiz essa diferenciação, mas uma
coisa está atrelada à outra. Não há enredo, por mais fantástico que seja, que
consiga sobreviver ao assassinato da LÍNGUA PORTUGUESA! Assim mesmo, tudo em
maiúsculas, para que você veja o quanto respeitar seu idioma é bom. E ele
gosta. Como gosta. Mas ser bacharel em Língua Portuguesa não vai fazer de você
o Machado de Assis do século XXI! Calma aí, meu chapa! Ainda que você tenha um
linguajar impecável e irrepreensível, não vai ajudar em nada se você decidir
escrever sobre uma lontra comendo cocada. Não vai.
Então chegamos a um
dilema (e é aqui que eu fujo do tema. Oficialmente, eu quero dizer, porque
ainda tinha esperanças de não fazer isso): o que priorizar? Como se
escreve, ou o que se escreve? Bom, eu respondo: que tal os dois?
Não, eu não quero que
você seja perfeito! Nem que tente, porque pode terminar louca em poucos dias.
Mas que tal se tentarmos dar uma equilibrada básica? Só se aprende escrever
escrevendo, porém a leitura é um (SENHOR!) suporte. E além do mais, você vai
precisar de ideias para um enredo, não vai? E eu não estou fazendo apologia ao
plágio, olha a blasfêmia! É só que, gente, ideias surgem de algum lugar! (Oh!
Que gênio!) E um enredo nasce assim, da junção de várias ideias, que surgem de
vários pontos distintos. Fim.
E você deve estar se
perguntando onde exatamente entra o título. Bom, ele entra aqui: uma ficwriter
vê as ideias surgindo dos personagens já existentes, e vai dando forma a eles,
certo? Oh, certo! Isso acontece na maior parte dos casos e, sem querer
desmerecer ao pessoal dessa vertente, isso facilita a vida. Os personagens
estão ali, prontos, e as ficwriters vão apenas se divertir com eles, e
colocá-los nas mais diversas situações.
Quando se escreve uma
história original (chega desse lance de “bookwriter”, porque né?), você entra
num território vazio, e tem que se rebolar dar o melhor de si, para
construir os personagens, o enredo, e fazer tudo isso de uma forma coerente!
Mas vamos falar também das meninas que começaram escrevendo fanfics, e que hoje
têm seus livrinhos lançados? Bom, eu citei essa possibilidade no começo do
texto, e acho que vale a pena ressaltar que esses livros nasceram sim como
fanfics, mas com a ambição de se tornar uma original, sabe? As autoras
basicamente usaram os nomes dos personagens já existentes e... Só. As
semelhanças se limitam aos nomes, e uma ou outra característica física.
Honestamente, eu acho
plausível quem consegue pegar suas ideias e costurá-las a personagens já
existentes. Eu não consigo (não me julgue! Você não sabe tudo o que eu já tive
que enfrentar na vida, viu?!), porque para mim é bem mais desgastante do que construir
tudo exatamente como pensei.
Isso. Chame-me de
presunçosa. Tudo bem. Eu já me acostumei a isso.
Agora, meus amores, não
se enganem: o fato de sua fanfic ter 993989283283 reviews, quer dizer apenas
que as pessoas gostam da história como uma fanfic. FANFIC. O que não quer dizer
que ela seja uma história original substancial (rimou!).
Então, pese as coisas.
Analise qual seu verdadeiro estilo, e siga por ele. No fim de tudo, por mais
que escrever seja uma diversão, não é uma tarefa fácil, e ainda que você
escreva para si mesmo, apenas para você, para ninguém mais além de você, escrever
não é uma tarefa solitária, eu asseguro. Trocar ideias nunca matou ninguém,
gente, e é também uma forma de evoluir. Essa é sua chance de parar e ver o que
escreveu através dos olhos de outra pessoa. Pense nisso, e agarre um beta de
sua preferência (eu já agarrei a minha e era a última vaga, então... sinto
muito), aquele ser mágico que vai te ouvir e compreender sempre (e querer te
dar safanões).
Eu poderia (e deveria) comentar algumas coisas sobre o porque de ter gostado tanto desse texto mas eu prefiro imprimir e abraçá-lo contra o peito mesmo! HAHAHAHAHA
ResponderExcluirOkay, não foi engraçado, diferentemente do seu texto que foi. U_U E muito...
Não basta dar dicas, tem que pincelar comentários de uma ironia linda no meio delas, não é mesmo?
Minha colunista preferida do Heart! hahaha Espero ansiosamente os próximos textos!
Ai, mas como é linda, gente! Toda trabalhada na sutileza e na delicadeza! hahahahahaha'
ExcluirSuper obrigada pelo apoio, viu? Ele é mega importante pra nós! Como escritora, você sabe disso! U_U
Eu curti seu comentário e achei graça dele! Conviva com isso! Supere! Sejamos felizes! \o/
E... ironia? Onde você viu isso? Por favor, por quem me tomas? U_U
Obrigada, M! Apoio incondicional é seeempre welcome.
Beijocas. <3
"Ser mágico que vai te ouvir e compreender sempre (e querer te dar safanões)" se apresentando!
ResponderExcluirEntão escorre sarcasmo por minhas palavras, né? Uhum. E pelas suas? Já sei por que a gente se entende.
E os estudos comprovam que o índice de concordância entre a Eve e a Mai continua em ascensão. Porque nada vai te ajudar se você resolver escrever sobre "uma lontra comendo cocada". Véi, eu ri.
E estou rindo ainda e esperando com todo meu coração que as pessoas te levem a sério (apesar de toda a "paliassada"), porque esse texto vai no meio do alvo.
Campanha pelo casamento entre um bom enredo e um bom português. Já estou shippando.
2 beijos
Troque os "safanões" por "bofetes". Isso é muito mais a SUA cara, minha doce e sardônica Mai. =D
ExcluirE é isso mesmo! Nós nos entendemos porque "somo tudo da merma laia!" É isso aí! U_U
Cara, por que você riu? Acha engraçado uma lontra comendo paçoca? Porque deveria ser trágico! Tipo... Cara! É trágico! Ler a descrição, então, deve ser um horror! Sem or!
E ninguém me leve a sério nessa casa, é triste! ¬¬
Ah, antes que eu me esqueça: casamentos como o citado acima já foiram realizados diversas vezes pela pessoa que primeiro o shippou. O último enlace atende pelo nome de "Entre a Luz e as Sombras", vulgo, Cleric.
Gosta de números pares?
50 beijos. ;)
É claro que é trágico! Vc fica mudando a comida da pobre lontra! Não é paçoca, é cocada. Vc escreveu. True Story.
ExcluirVc tb realiza casamentos com esse ship, mas a gente precisa dar força para a campanha, uai.
80 beijos.
Eu deveria ter enviado a resposta pra você betar antes de postar. Viu a falta que você me faz?
ExcluirCara, eu devo ter algum transtorno, porque quem é que confunde cocada com paçoca? Além de mim, eu quero dizer. ¬¬
Mas enfim, independente do que a lontra vai comer, o problema é que ela está lá.
Infinitos beijos. =D