segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

S - Capítulo 11

Enquanto nos dirigíamos para a casa dos meus pais, eu olhei para minha linda mulher ao meu lado no banco de trás do táxi. Ela parecia tão forte e determinada mas eu sabia que ela estava nervosa. Afinal, era a primeira vez que ela veria meus pais e seriam todos apresentados, mas vínhamos com uma informação a mais: estávamos esperando um bebe. Pode ser que meus pais não reajam como esperamos, ou como eu espero, os conhecendo muito bem. Mas pode ser que eles façam exatamente da forma como estou imaginando. Minha mãe seria a pessoa doce que ela sempre é, nada mudaria mas ela nunca ficava contra meu pai, apesar de fazer com que ele acabasse concordando com ela mais tarde. Meu pai me daria um sermão, mas depois aceitaria o fato.


Enquanto observava seu perfil, ela olhou para mim e sorriu e eu me senti um sortudo por tê-la encontrado. Ela é o amor da minha vida. Essas últimas semanas morando juntos, organizando a nova casa, indo as consultas juntos, foram as melhores em anos. Bella dormia nua ao meu lado todas as noites e isso fez com que eu mudasse meus hábitos também. Passei a dormir nu com ela e só o calor de nossos corpos sob o cobertor nos aquecia. Era uma conexão que eu não queria perder. Mas eu não consegui dormir nu no apartamento que eu aluguei aqui em Dublim durante o mês das gravações. Eu nem consegui dormir direito de tanta saudade do corpo dela grudado ao meu.

Como se pressentisse que estávamos chegando ao nosso destino, Bella pegou minha mão e apertou de leve. Eu levei sua mão até meus lábios e beijei para tentar tranquilizá-la. Estava chovendo desde ontem a noite fazendo com que o cenário parecesse meio triste com todos os tons de cinza do céu refletidos no cenário portuário onde meus pais viviam.

Saímos do táxi de mãos dadas e eu mantive comigo a mochila de Bella, que estava até meio pesada para apenas três dias em Dublim. Com o casaco não dava para ver a barriga de quase 20 semanas de gravidez mas quando ela o tirasse lá em cima, seria impossível esconder. A barriga de Bella cresceu bastante e a gente costumava a brincar dizendo que poderiam ser gêmeos e que o segundo bebe estava escondido atrás do primeiro.

O que não esperávamos era um monte de gente na padaria hoje. Todas as mesas da padaria estavam ocupadas assim como parte do balcão. Assim que entramos, as pessoas pararam de falar. Tudo ficou no mais absoluto silêncio. Minha mãe que estava atrás do balcão hoje, quando nos viu, sorriu mas parecia cansada. As pessoas sabiam que eu estava gravando em Dublim e como a mesma não era tão grande assim, as pessoas acabaram sabendo que a padaria pertencia aos meus pais. Bella parecia surpresa com toda aquela comoção. E eu a puxei pela mão assim que minha mãe suspendeu o balcão para passarmos. Eu não queria dar autógrafos durante toda a manhã, afinal era meu dia de folga por causa do mau tempo. Minha mãe nos acompanhou até o andar de cima. Ajudou Bella a despir seu casaco e pendurá-lo no porta-casacos do corredor. Ao entrarmos na sala de estar, minha mãe parou bem perto do primeiro sofá e ficou me encarando ao mesmo tempo que olhava para Bella e seu olhar alternava entre nós. E eu entendi que ela estava esperando pelas apresentações.

— Dona Esme, essa é Isabella, minha namorada. — Bella estendeu a mão e minha eu continuei as apresentações. — Essa é minha mãe, Esme! — Mas para o espanto de Bella, minha mãe ignorou sua mão e a abraçou de forma calorosa.

— É um prazer, minha querida! Pode me chamar de Esme, mas sem o “Dona”. — minha mãe disse assim que se afastou um pouco de Bella, sem contudo, se afastar completamente. E eu me perguntava se ela tinha percebido o volume avantajado do ventre da minha morena.

— O prazer é todo meu, Esme. — as duas caminhavam até o sofá mas agora minha mãe estava olhando discretamente para a barriga de Bella.

Quando nos sentamos, eu perto ao lado de Bella de frente para minha mãe que ocupava uma poltrona, Esme perguntou de forma perspicaz.

— Para quando é o nascimento do bebe? — olhei de soslaio para Bella e vi seus olhos arregalarem com a pergunta.

— Meados de março. — Bella disse e eu podia sentir o embaraçado mal disfarçado em sua voz.

— Mas ainda não sabemos o sexo, mamãe! — eu fui categórico pois sabia que essa seria a próxima pergunta. — Bella e eu estamos morando juntos, alugamos uma casa em Berlim, que é onde já vivia.

— Nossa! — minha mãe parecia mesmo surpresa, seus olhos brilhavam mas ela ainda estava absorvendo toda a informação. — Estou muito surpresa, pois quando você esteve aqui no último natal, eu pensei comigo mesma se você não estava se sentindo um tanto sozinho em Los Angeles. Cheguei a comentar com o seu pai que você estava precisando de uma namorada que o fizesse dar um tempo com os porres. — eu sorri levemente ao lembrar que ela desaprovava minhas bebedeiras. — E agora você nos visita para apresentar sua namorada, e vocês serão pais... — sua voz estava começando a ficar embargada. — Eu acho melhor eu preparar um chocolate quente para vocês.

— Mãe! — eu a chamei antes que ela desaparecesse pela cozinha. Ela se voltou para mim em expectativa. — Desde quando a padaria tem esse fluxo intenso de clientes?

— Desde que começaram as filmagens do seu novo filme. Ás vezes contratamos a prima de Allan, o rapaz da entrega para nos dar uma mão, mas hoje ela não pôde.

— Eu posso te ajudar por lá, se você quiser, Esme. Minha família também é dona de padarias. Talvez eu possa lavar algumas louças e dar ao seu marido algum descanso.

— Não... — mas Bella astutamente a interrompeu.

— Eu faço questão. Sou saudável e um pouco de trabalho não vai me matar. — Esme apenas sorriu.

— E eu posso ajudar papai atrás do balcão, enquanto ele fica no caixa.

— Será que isso vai ser boa ideia? — Bella perguntou e eu já sabia onde ela queria chegar.

— Não acho que vão causar tumulto se eu deixar claro que hoje sou um simples funcionário.

[…]

Descemos todos pela escada da cozinha. Eu fiz uma rápida apresentação entre meu pai e Bella. E eu acho que eu nunca tinha visto meu pai corar até aquele momento. Bella era realmente bonita, mas eu não esperava que meu pai também atentasse para esse fato. Deixamos as mulheres na cozinha lavando a louça e conversando enquanto eu coloquei o avental branco e assumi meu lugar atrás do balcão. Eu ainda pude ver minha mãe empurrar uma xícara de chocolate quente para Bella antes de eu sair da cozinha. Coitada da minha mulher! Em três dias aqui na casa dos meus pais, ela poderia engordar 10 kg facilmente.

— Sua namorada é muito bonita, meu filho! — meu pai me disse sorrindo um pouco antes de caminhar para o caixa.

— Sim, papai, ela é linda... — eu sorri ainda mais.

Sim, minha mulher é linda. E eu sou um homem de muita sorte por ela ter me escolhido. Diante desse pensamento, eu não me sinto tão egoísta por privá-la da vida que ela tinha planejado para si. Uma vida cheia de liberdade e fluidez. Se ela não estivesse comigo, estaria agora viajando para algum lugar remoto e bem exótico porque eu sei que ela não era de se prender a nada e nem ninguém. Eu sou o homem que conquistou seu coração mas o preço era o meu remorso. Eu nunca quis que ela se sentisse uma prisioneira como aqueles pássaros selvagens destinados a passar a vida toda numa gaiola, mesmo que essa gaiola fosse de ouro.

Eu não lembrava de um dia tão movimentado assim quando eu trabalhei aqui há alguns anos. Eu mal tinha tempo de respirar entre um embrulho ou um pedido. Ás vezes, um grupo de adolescentes se aproximavam pedindo autógrafo, e eu dizia que eu estava ali apenas como um simples ajudante de padeiro hoje. Eu sorria e perguntava se eu podia ajudá-las em mais alguma coisa e elas sempre compravam algo para que eu colocasse me um saco de papel pois eu tinha que escrever a quantidade do lado de fora para que meu pai soubesse quanto. E eu dei autógrafos indiretos como esse até ás onze, que foi quando parei um pouco e fui para cozinha ver se minha mãe e Bella ainda estava por lá. Mas não. Eu acho que elas tinham saído para começar a fazer o almoço, pela escada que liga uma cozinha a outra.

Depois que meu pai e eu fechamos a loja para o almoço, eu subi imediatamente pela escada principal passei pela sala e não havia ninguém. Meu pai foi direto para o seu escritório, fechando-se nele. Minha mãe estava na cozinha, me dirigi para lá e ao notar que Bella não se encontrava, perguntei.

— Mãe, onde está Bella? Pensei que ela estaria aqui te ajudando.

— Ela estava cansada e admitiu que sentia um pouco de cólica. Eu pedi para que deitasse, pois pelo que me lembro bem, gravidez nos primeiros 3 meses é assim mesmo. Você deveria estar de olho nela para que ela não se esforce mais do que necessário.

— Ela está quase completando 20 semanas, mãe. E foi proibida de andar de bicicleta até sua faculdade pela médica mas desconfio que quando não estou por perto, ela faz exatamente o que não pode fazer. É muito teimosa!

— Seu pai também é, mas não há nada que um pouco de delicadeza não resolva. É só conversar com ela de maneira gentil e ela vai entender.

— Falando do papai, ele olhou diretamente para o ventre de Bella mas até agora não disse uma palavra. Ele comentou algo com você?

— Só disse “pobre moça” quando passou rapidamente na cozinha da padaria para pegar uma nova fornada de pão doce, mas falou para dentro e eu só escutei porque o conheço muito bem.

— Pronto! Agora eu sou um monstro insensível. Papai está muito calado e isso nunca é bom. Se ele planeja me sentir culpado, não vai funcionar porque eu já me sinto um canalha.

— Você está com ela por sentir culpado? Não me diga que está com ela por obrigação... — minha mãe se aproximou de mim para me olhar nos olhos, largando a montagem da lasanha em cima da bancada da pia.

— Não, mãe! Eu estou com ela porque eu a amo muito. Mesmo que não tivéssemos esperando um filho, eu já tinha planos de viver com ela. Mas me sinto muito culpado por não ter sido cuidadoso com ela. Eu a engravidei e com isso a impedi de seguir seus sonhos mesmo que temporariamente. Tenho medo que ela me odeie por isso no futuro.

— Nada de se martirizar, meu filho. — minha mãe tocou meu rosto com suas pequenas mãos, uma de cada lado. — O que está feito, está feito. Mas de uma coisa eu tenho certeza, sua namorada te ama muito também. Por que você não vai dar uma olhada nela enquanto eu coloco a lasanha no forno, hein?

Eu apenas assenti beijando sua testa antes de caminhar até o meu antigo quarto. Quando abri a porta pude ver a silhueta da minha mulher deitada na cama dormindo mesmo. Não sei se foi minha mãe que lhe indicou esse quarto ou se ela o escolheu intuitivamente mas gostei de vê-la dormindo na minha cama.

Tirei minha blusa de manga comprida e deitei ao seu lado, colado às suas costas e de costas para a parede. Ela gemeu um pouco antes de acordar e olhar para trás e me encontrar olhando de volta.

— Edward... eu dormi tanto aqui. Acho que foi o barulho da chuva lá fora. Perdi a noção do tempo.

— Não se preocupe, o almoço nem está pronto ainda. — eu afastei algumas mexas de cabelo de seu pescoço e beijei ali sentindo o delicioso aroma de seu perfume. — Que perfume é esse? Tá tão cheirosa hoje...

— Apenas sabonete. O cheiro dos meus perfumes me enjoam.

— Mas o seu não me enjoa nem um pouco. — eu continuei beijando seu pescoço e minhas mãos passeavam por seus seios agora maiores. Senti seus mamilos enrijecerem e ela gemeu. — Bella, faz semanas que não toco em seu corpo desse jeito. — minhas mãos estavam impacientes, eu estava impaciente pois busquei o contato com sua pele por debaixo de sua bata. Logo, desatei o seu sutiã e toquei seus mamilos levemente com meus dedos, tomando o cuidado de não apertar seus seios.

Mas eu não estava satisfeito, eu precisava percorrer o caminho do pescoço até seus seios com minha boca. Bella gemia baixinho com medo de chamar a atenção. Ela gemia principalmente meu nome. E pelo que pude perceber, ela sentia a minha falta também. E novamente me lembrei que a porta estava aberta. Parei o que estava fazendo e disse antes de me levantar.

— Amor, tire toda a sua roupa que eu vou trancar a porta.

Ela apenas assentiu e eu me virei para trancar a porta, pois isso evitaria constrangimentos. Quando me virei, Bella estava nua sobre a cama, seus seios maiores do que eu me lembrava, seu ventre levemente redondo, não sei o por quê mas isso me excitou ainda mais. Eu a queria como nunca quis, mas sabia que não poderia tomá-la pelo meu medo de machucá-la. Eu tirei minhas roupas também sem deixar de olhá-la.

— Amor, eu tive uma ideia. — eu disse ao me aproximar da parte traseira da cama. — Abra as pernas para mim. — Bella parecia confusa mas depois fez o que eu pedi porém um leve rubor surgiu em suas bochechas. — Não quero você tenha vergonha ou pudor, pois eu também não terei, amor. — eu toquei meu membro já ereto e molhado por ela. — Eu quero que você se toque para mim, não seja tímida. E eu quero que olhe para mim o tempo todo enquanto fizer isso pois vou fazer o mesmo enquanto olho para esse seu lindo corpo. — ela começou a se toca timidamente mas já estava bastante molhada dos beijos que trocamos antes. Logo começou a gemer mas seus olhos fixos em mim e na minha movimentação. Em dado momento gememos juntos, e vê-la daquela maneira, tão entregue e tão gostosa me deixou louco. — Isso, meu amor, goze para mim! — eu aumentava o meu ritmo e ela também, parecíamos estar sincronizados. — Ah, isso gostosa, isso... — eu pequei minha regata que estava por perto e coloque abaixo do meu pênis, pois sabia que estava prestes a explodir e assim faria menos sujeira. Bella começou a gemer de forma mais rouca e eu percebi que estávamos em nossos orgasmos quase que ao mesmo tempo. Bella primeiro e eu logo em seguida.

Depois de embolar a camisa e colocá-la dentro de minha bolsa para lavar em casa mais tarde, eu me deitei ao lado de Bella novamente, beijei-lhe o ombro.

— Essa foi uma maneira criativa de fazer amor sem nos tocarmos realmente. — Bella disse suspirando logo em seguida.

— E você é a primeira mulher com quem fiz amor em meu quarto. — ela virou para trás com um olhar de incredulidade e eu sorri. — Estou falando sério, nunca fiz nada com ninguém nesse quarto até agora.

Ouvimos uma batida na porta e voz abafada da minha mãe do outro lado, informando que o almoço estava pronto. Mas antes que nos vestíssemos, eu a fiz virar a cabeça para trás e me olha enquanto eu falava.

— Bella, você tem que me prometer uma coisa. Você precisa parar de andar de bicicleta. E nem tente negar porque eu sei que você faz isso e muito mais quando eu não estou em casa.

— Tudo bem, você tem razão.

— Pense no nosso bebe, meu amor! Promete? — eu acariciei sua bochecha com meu polegar.

— Prometo, amor!

[…]

O almoço transcorreu bem. Meu pai foi cordial com Bella e até muito simpático em alguns momentos. Perguntou sobre sua vida na Alemanha e sobre seus pais no Brasil. Bella contou tudo com um sorriso nos lábios carnudos, mas eu percebi que meu pai foi ficando cada vez mais sério enquanto a ouvia. De vez em quando ele olhava para mim forma penetrante, como se quisesse dizer alguma coisa. E eu notei que ele estava avaliando a situação, pois Bella e eu íamos ter um filho e estávamos morando juntos mas não éramos nem noivos. Acho que meu pai estava um pouco decepcionado comigo pois minha irmã tinha ligado para eles e depois para mim informando que ficara noiva. Garrett tinha pedido antes dela voltar para Dublim. Ele viria no final do mês para pedir sua mão e conhecer melhor nossos pais. Nem quis pensar nisso pois talvez, eu não estivesse mais em Dublim. Agora meu pai comparava as duas situações. Tem horas em que eu tenho raiva de Kate por ser sempre tão sem noção sem se dar conta.

Mamãe trouxe a sobremesa, bombons recheados de trufa. E ela marcou os que tinham licor e os que não tinham. Dona Esme sempre foi muito atenciosa. Conversamos sobre assuntos aleatórios, eu contei a eles como estava minha agenda e os próximos trabalhos que eu faria. Eles perguntaram como estava Rosalie, Emmett e meus outros amigos. De repente, meu pai, que estava sentado a minha frente e ao lado de Bella, olhou para ela e tomou uma de suas mãos entre as dele.

— Bella, saiba que tanto eu quanto Esme ficaremos feliz se no futuro você vier nos visitar, trazer o bebe para passar um tempo conosco, mesmo se Edward não estiver com você. Você é bem-vinda nessa casa. Sei que seus pais estão longe e que você não tinha ninguém além de Edward até agora. Por isso, eu quero que nos considere como seus sogros, mesmo que não seja oficial. — meu pai olhou rapidamente para mim ao dizer isso e logo seu olhar se voltou para Bella novamente. — O que você acha?

— Eu estou feliz com a sua receptividade, aliás, você também Esme. — Bella olhou para minha mãe que estava sentada a sua frente, do outro lado da mesa, e sorriu.

Meu pai levantou-se da mesa e disse virando-se para mim, indicando com o braço estendido na minha direção em forma de convite.

— Venha, meu filho. Preciso conversar com você.

Segui seus passos até seu pequeno escritório. Fechei a porta de correr atrás de mim. Meu pai já estava sentado em sua cadeira atrás da antiga mesa de mogno. E eu me sentei na cadeira de visitantes do lado oposto da mesa. Nos encaramos por alguns segundos e eu sabia que lá vinha alguma bomba.

— Edward, eu estou muito desapontado com você! — meu pai estava bastante sério o que me fez ficar sério também.

— Eu já sabia papai. Mas nós dois sabemos que em algum momento você teria uma ou outra decepção comigo, pois não sigo sua religião e nem seus dogmas.

— A questão aqui não é religião e nem dogma. A questão aqui é caráter, responsabilidade e consideração.

— Lá vamos nós... — eu estava começando a ter problemas para controlar minhas emoções. Carlisle é meu pai mas é muito inflexível quando se trata de pontos de vista.

— Você tem ideia do que fez? Ou até que ponto o seu egoísmo te levou. Olha, Edward, você é meu filho e eu te amo apesar de conhecer todos os seus defeitos, mas uma coisa que sempre me deixou intrigado, foi o tamanho da cegueira que seu egoísmo provoca em você. Você engravidou uma moça que estava estudando, que tinha um planejamento, uma direção a seguir na vida. Que é mais do que você já teve. Bella está por conta própria, longe dos pais e de que qualquer laço familiar. Mas você não pensou nisso, não é?

— Você não pode falar de algo que não sabe. Eu amo a minha mulher. E sou completamente apaixonado por ela. E eu já amo o nosso bebe desde o primeiro dia que ela me contou.

— Desculpe, Edward, mas você não sabe o que é o amor. Nunca soube. Você sempre age como se suas namoradas fossem sua posse e não pessoas que você realmente ama. E Bella ainda não é sua mulher, afinal você nem mesmo a pediu em casamento. É sua obrigação casar-se com ela, mesmo que você ache que isso seja antiquado.

— Não. Numa coisa concordamos, eu tenho a obrigação de pedi-la em casamento mas acontece que se eu fizesse isso, ela fugiria. Ela nem mesmo queria namorar comigo, e se eu não fosse um cara insistente, ela estaria grávida em algum lugar da Alemanha, sozinha e eu nunca saberia. Eu moro com ela e posso te dizer que a conheço melhor que você. Se agora ela é minha é porque trabalhei muito para conquistá-la e não quero que um pedido de casamento a assuste e a leve para longe com meu filho a tira colo.

— Olha Edward, eu acho que você é um estúpido pois mesmo que seja do jeito que você falou, tenho certeza que ela, como qualquer mulher gostaria de ouvir um pedido de casamento, mesmo que fosse para recusá-lo.

— Papai, bem que eu queria mas estive conversando com minha agente e nós estávamos analisando o contrato da saga na qual trabalho, e tanto Rose quanto eu estamos meio que, atados a ele e por enquanto deveríamos ser discretos quanto a nossa vida pessoal pois não podemos atrapalhar a publicidade dos filmes ou seremos processados.

— O que você está dizendo? — meu pai sorriu por pura incredulidade. — O estúdio responsável pelo filme agora manda também em seus relacionamentos?

— Não é bem isso, pois não há nada escrito que nós não podemos namorar ou casar com quem quisermos, só precisamos ser discretos quanto a isso. E desde o começo, Bella me pediu para sermos discretos pois ela gosta ter sua privacidade, de sair e fazer coisas que pessoas comuns fazem.

— Mas você tem certeza que ela está bem com isso? E a imprensa? Nós andamos lendo algumas coisas que deve deixar sua namorada chateada. Alguns jornalistas dizem que ela é sua amante...

— E outros que ela apenas amiga de Rosalie e por tabela minha amiga também. Bella está bem, e a imprensa não sabe que eu moro de fato na Alemanha. Apenas me veem por lá mas não sabem bem o motivo.

— Mas, imagine o seu filho no futuro. Eu quero dizer, imagine quando ele precisar que você vá a sua escola para uma apresentação ou para reunião de pais e professores. Imagine que ele pode se machucar na creche e que Bella não está disponível para ir até lá. Está entendendo onde quero chegar?

Sim, papai! Eu entendo perfeitamente que você está querendo dizer, que meu filho será um filho de chocadeira para a imprensa e para todo mundo. Eu pensei me sentindo triste de repente.

— Até lá, minhas obrigações com a saga já vão ter acabado e eu serei um pai de família exemplar. Minha mulher e meu filho vão ter tudo que precisam, afinal, é por isso que eu trabalho feito um condenado.

— Ora, Edward, eu te conheço muito bem e você trabalha muito porque você é ambicioso e tem um ego enorme. Vê que você trata a sua futura família como posses? “Minha mulher e meu filho”. — Ele disse imitando a minha voz. — Sabe o que me deixa mais chateado nessa história toda? Eu acho que você a engravidou de propósito para prendê-la a você. Eu poderia apostar que você não era o único interessado nela, não é?

Toda a culpa que eu vinha sentindo veio como uma marretada. Sim, eu não era o único interessado nela. E tenho certeza que eu a deixasse agora, muitos correriam para tomar o meu lugar, mesmo com a gravidez. Eu não havia feito de propósito mas não pensei no que estava fazendo quando a agarrei daquela maneira no camarim. Eu queria que ela fosse minha e de mais ninguém.

— Olha pai, estávamos ambos bêbados, mas eu não fiz nada de forma premeditada. Eu realmente não pensei no que estava fazendo.

— Sei... Edward, você sempre aguentou beber muito, sua tolerância é alta. Mas acredito que Bella não é tão forte para bebidas quanto você. — Meu pai levantou-se e sentou-se novamente num mesmo instante. Ficou quieto como se estivesse tentando se acalmar. Sua voz estava mais modulada quando ele voltou falar. — Você se aproveitou dela e não teve nem a decência de protegê-la e se proteger. E você ainda diz que a ama. Que amor é esse? — meu pai estava angustiado. Com a cabeça entre as mãos, ele continuou. — Que tipo de canalha você se tornou? Pois eu tenho certeza que você não era assim quando você saiu daqui. Eu tenho vergonha de você!

Eu me senti também angustiado porque parte do que ele disse era exatamente como eu pensava e sentia que tinha feito. Eu teria mesmo me aproveitado dela? Sim, eu estava mais sóbrio do que ela mas ambos nos deixamos levar pelo momento.

— Pai, isso não é justo. Eu estava um pouco menos bêbado que Bella, mas eu não sou nenhum aproveitador. Ela me chamou para um lugar mais reservado e eu a segui. Nos deixamos levar e sim, eu não a protegi e nem a mim, mas não foi dessa maneira que você está pintando.

— Você não consegue nem mesmo admitir, não é? — ele praticamente cuspiu meu nome. — Edward! — seu tom de voz subiu rapidamente. — Você só pensa em você mesmo, você é egoísta! — meu pai socou a mesa ao gritar essa última frase. — Você só pensou em si, viu algo que queria e pegou sem ao menos pensar nas consequências. Você mudou. Ou talvez, eu tenha sido cego até agora e não nunca quis ver. — ele pareceu se controlar mais uma vez. — Você...você... olha eu não quero vê-lo ou recebê-lo aqui até que você conserte essa situação com a sua namorada casando-se com ela. É o mínimo que você pode fazer por ter feito o que fez com ela. Eu não quero nem mesmo falar com você. Não, até você admitir que o que você fez para aquela moça lá fora foi errado. Eu não tenho um filho que age dessa maneira. Saia, por favor! Apenas saia daqui.

Ele tava me expulsando? Estamos na idade média agora...

Eu me levantei sem olhar para ele novamente, me sentindo mal com tudo que ele me disse. Será que ele estava certo? Eu não poderia deixá-lo me jogar pra baixo dessa maneira. Ele não entendia o quanto eu amava minha Bella e nosso filho. Como ele podia fazer isso comigo? E então eu percebi que meu pai nunca me aceitaria do que jeito que sou, acho que era uma lembrança constante do choque de gerações entre a gente.

Fui para meu quarto e peguei minha bolsa e a de Bella, e quando voltei para a sala eu não pude esconde o quão chateado eu estava. Mas mesmo assim eu sorri para minha mãe e Bella.

— Vamos, meu amor! Eu quero te mostrar o apartamento que eu aluguei para esse mês.

— Já estão indo? — Minha mãe parecia meio confusa.

— Sim! Não quero aborrecer o pai ainda mais por isso mãe, você é mais que bem-vinda no meu apartamento, a qualquer hora. — eu a beijei na testa.

— Seu pai é cabeça dura mas não é rancoroso, lembre-se disso. — minha mãe me olhou de maneira afetuosa.

Enquanto caminhávamos para o corredor para pegarmos nossos casacos, Bella perguntou também parecendo meio confusa.

— Mas o que houve? — eu ajudei rapidamente a colocar seu casaco.

— Eu te falo quando estivermos no apartamento.

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