As palavras de Alice entravam por meus
ouvidos e devastaram minha mente. Buscava entender o “como” não o “porque” isso
já era de se esperar. Mas como Victoria passou por nos? Como eu não ouvi sua
mente? Como Alice não viu antes?
– Edward? – Alice se põs em
minha frente – temos que sair agora.
Vi em sua mente as rotas, o que
enfrentaríamos para escapar e nosso tempo era curto, muito curto.
– Pegue apenas o
celular e documentos – digo já revirando a pequena mochila.
Alice colocava um pequeno envelope colado
à porta, endereçado a Aro, vi em sua mente que escreveu após sua visão.
Deixamos as bolsas no chão do quarto e seguimos para a janela, os humanos
veriam apenas um forte brilho, mas na parte dos fundos do castelo havia apenas
mata, não teríamos problemas em escapar.
Pulamos, caindo direto na mata e
disparamos. Como ainda estava claro, teríamos que nos manter sobre as copas.
Alice já discava para nossa família.
– Mãe?
– Alice? Filha!
Como estão?
– Não tenho
tempo, mãe. Chame nossos amigos, Victoria esta com Ale.
– O que? – ouvi a reação de
Pamela.
– Pamela,
espere?
– Eu vou com
ela! – Alex
respondeu e ouvi o suspiro de Esme.
– Como isso
aconteceu? Eles a mataram.
– Não, estávamos
focados em nossa dor que deixamos isso escapar.
–
a esta altura Jasper tomou o celular dela.
– Estamos
voltando e preciso que chame nossos amigos como testemunhas, precisamos parar
Aro e se tivermos vampiros ao nosso lado, vendo do que ele é capaz...
– Não podemos
pedir isso, Jasper! –
Carlisle estava na linha.
– Carlisle se não chamarmos ele atacará todos
nos, depois irá ate nossos amigos para que não comentem sobre a nossa
destruição. Isso não é uma questão de espaço e sobrevivência. Ele quer poder e
a certeza de soberania entre nos. Ele forçará Alice, Emmett, Edward, Bella,
Kate. Quem tiver poder estará em perigo. Chame os Denali e quantos puder...
– Estão vindo,
com Alec na frente –
disparou Alice.
– Faça isso,
Carlisle
– disse desligando.
Ouvi suas mentes, o vento estava levando
nosso cheiro, assim com nossa posição para eles, Alec já estava espalhando seu
dom como uma serpente entre a mata.
– Precisamos ser
mais rápidos, Alec esta usando o dom dele.
– Edward,
ficarei para pará-lo – ouvi Jasper, voltei minha atenção á seu semblante
serio, passando imagens de como seria.
– Não, Jasper. – Alice rugiu.
– Pode dar
certo.
– Não.
– Aquela arvore
é alto o suficiente?
– Ele esta
usando para cobrir o chão, não esta preocupado em elevar...
– Edward? – Alice resmungou
coberta de indignação.
– Você vê que
temos chances!
Ela podia ver e estava fazendo isso,
analisando suas visões e a cada erro eu mudava minhas ações, mudando suas
visões e o resultado final.
– Só há um jeito
de pará-lo, isso colocará a todos em risco. Todos – respondeu
seria, seus olhos firmes sobre os meus.
– Nossa única
opção esta em lutar, Alice. Lutar enquanto tivermos nossos membros – respondi
resignado.
– Eu prefiro uma
guerra a vê-la de volta aquele lugar. – jasper respondeu enlaçando a mão dela e
beijando, antes de se afastar e remover o casaco.
– Alem do mais,
eles nos subestimaram, acham que Alec daria conta de nos imobilizar, os outros
guarda vieram para ajudar a nos incinerar, um é especialista em batalhas o
outro tem uma agilidade impressionante, e foi capturado na ultima missão de
Alec.
Dei impulso para que Jasper pulasse o
mais alto possível quando ficamos abaixo da copa escolhida. Pela altura, vi na
visão de Alice que eles não sentiriam o cheiro de Jasper, mas não teríamos um
minuto de hesitação.
Diminuímos o passo e mantive minha mente
aberta, atento a Jasper, Alec e Alice. E assim foi feito.
Jasper saltou sobre as costas de Alec,
arrancando a cabeça com rapidez. Não houve tempo para processar o que
aconteceu, no mesmo instante voltamos e saltei sobre guarda estrategista,
arranquei sua cabeça.
Paralisei ao ver que o terceiro
manteve-se parado quando avançamos. Mas voltei a arrancar os membros enquanto
mantinha minha mente focada nele.
Patrick estava triste, sentindo-se
vingado ao ver Jasper e Alice atando fogo ao corpo de Alec. Ele teve a família humana
e vampira morta. Seus pais não passavam de idosos. Ele queria vir conosco,
mesmo se não permitirmos.
– Pode vir
conosco.
– respondi e ajudamos Jasper a isolar as chamas.
– Já esta bom, o
vento não espalhará o fogo.
Partimos novamente e quando o sol
finalmente se escondeu, corremos despreocupados pela cidade, não víamos
exatamente onde estávamos, apenas corríamos ate que nos aproximamos do
atlântico.
Patrick sumiu por segundos, vi em sua
mente o que faria e segui o mesmo caminho após sinalizar para Alice e Jasper.
Patrick estava roubando um bimotor.
Pulamos na porta aberta da aeronave e ele
manteve a rota fora do alcance de radares, permaneci na sala de controles com
ele, dando privacidade para Alice e Jasper.
Disquei novamente para casa, precisa
saber sobre Bella, sobre Ale. E me concentrar no minha família faria e esquecer
do casal transando lá fora.
– Alice?
– Sou eu mãe.
Como esta?
– Estamos preocupados Edward. O bebê foi levado e
não há pistas, eu estou indo ver Bella, Carlisle passara para cuida da Bella e
os outros foram procurar pistas.
– Como ela esta
mãe?
– Charlie disse que ela não reagiu, continua em
estado de choque no quarto.
– Nos... – não sei se
seria adequado contar para ela sobre Alec, talvez pessoalmente – nos estamos levamos companhia. Um novo membro
talvez...
– Contando que cheguem bem, pode trazer quantas
famílias quiser, filho!
– Estamos a
bordo de um bimotor.
– E Jasper e Alice. Estão bem?
– Estão.. tendo
um momento.
– Oh... e esta me escondendo algo?
– Eu só preciso
falar com Carlisle.
Então a ligação caiu.
– Conseguiremos
ir ate perto da costa, mas teremos que deixá-lo despencar no mar e nadar ate
Maine... – disse
Patrick.
– De lá
partiremos em um jato particular – completou Alice entrando na sala, mostrando
o cartão de credito.
As horas pareciam ir contra, cada parte
do meu corpo exigia estar perto de Bella, segurá-la em meus braços, Alice me
confortava com visões de Bella dormindo sobre o olhar atento de Laura.
Teria muito o que agradecer a esta
humana, todo o carinho e atenção que depositava em Bella era a único motivo
para suportar ficar longe quando exigia minha distancia.
Quando chegamos perigosamente perto da
costa e do alcance de algum radar saltamos para fora da aeronave, estilhaçando
onde podíamos, antes de saltarmos em uma queda livro na água, vendo o bimotor
tomar distancia, incendiar e explodir um pouco antes de alcançar o mar.
– Os Denali já
estão a nossa espera. Bella esta com Esme e Laura.
Alice começava a narrar o que acontecia,
quando já estávamos decolando no jato particular, devidamente vestidos após uma
passada em um shopping por Maine.
Ainda era dia e ficar preso não estava
me ajudando, apesar de Jasper e Patrick sempre me incitar a responder as
coordenadas de cada plano. Quando em fim anoiteceu e o comandante anunciou
nossa parada, eu estava a poucos instantes de enlouquecer.
Alice e Jasper se deram ao trabalho de
encenar para os humanos, mas eu já estava impaciente. Assim que tivemos certeza
sobre nossa segurança partimos entre a mata.
Sentir minhas pernas vencendo
distancias, ultrapassando os Estados, faziam a sensação de incapacidade
diminuir e o desejo de estar com Bella crescer.
Sem que eu percebesse eu já havia tomado
um distancia perigosa de Alice e Jasper, apesar de saber que eles conseguiriam
combater facilmente, caso Patrick resolvesse se voltar contra nós.
Quando atravessei os limites de
Washington, meus pés afundavam na terra, na mata fechada, ate que meus pés mal
tocavam o chão quando a reserva Olimpic se formou no horizonte.
Ouvi a mente de minha família, meu
desejo estava afetando o alcance de minha leitura mental. Os Denali estavam no
jardim dos fundos e param os treinos ao ouvir minha aproximação.
– Edward? Onde esta Alice, Jasper? –
perguntou Tanya surgindo em minha frente.
– Estão vindo com o convidado.
Minha atenção estava em ouvir cada um da
casa, Emmett estava no jardim, treinando com Kate e Irina.
“Você poderia se
acalmar? Olhe em minha mente e terá respostas” – Tanya exigiu em
minha mente.
As imagens começaram a passar por sua
mente, Esme havia saído com Rosalie para ver Bella, que tanto Rosalie como Alex
e Pamela estavam buscando ajuda por perto e aproveitando para encontrar
rastros. Imagens dos treinos que faziam desde que descobriram o sequestro de
Ale.
– Esme deu alguma noticia?
– Não, ela esta tentando trazer Bella para
cá, vocês precisam conversar e ela saber sobre que acontecerá por aqui!
– Tudo isso é de mais para ela...
– Edward... você não precisa carregar o mundo
nas costas, não parou para pensar o quanto você é importante para ela?
Tanya se pós em minha frente, os olhos
âmbares fixos nos meus. Em sua mente imagens nossas, quero dizer, suas
lembranças sobre mim. A força que ela vê em mim, a coragem e esperança que
sempre depositou em mim.
Essas imagens foram tomando espaço pelas de
agora, o quanto eu mudei durante essas décadas.
– Não é isso que quer mostrar a Bella. – disse
e levou sua mão ao meu rosto. “esqueceram
de lhe avisar que um relacionamento é construídos por duas pessoas, não uma”
– pode ter começado com vocês, mas todas
as decisões levaram todos para o mesmo barco. Isso nunca esteve em suas mãos,
Edward. É melhor que se acostume logo com isso. – disse beijando minha
bochecha. E se afastou.
“E a propósito,
eu dei a ideia para Esme trazer Bella” – pensou ainda de costas, voltando para
o jardim.
– Vai se lavar idiota, não vai querer estar
fedendo e com essa cara de cachorro quando ela chegar – ouvi Emmett e sua
estrondosa gargalhada. – ei, tira essa
mãozinha elétrica de mim!
Ouvi a gargalhada de Kate acompanhar a
de Emmett desta vez, vi a luta que travavam. As Denali entendiam a gravidade,
mas Emmett, apesar de entender, não se importava, desde que tivesse a liberdade
de matar quantos volturis puder.
Meu quarto estava da forma que deixei,
pelo odor Esme entrou algumas vezes, o cheiro de limpeza e seu cheiro e um
pouco do meu impregnavam o local.
Entrei no banho para remover a maresia,
não que algum odor permaneça por muito tempo em nossa pele, mas o conforto do
ato serviria para acalmar meus nervos ate que Alice e Jasper chegassem, assim
como Esme com minha razão de existir.
– A ideia era chegarmos juntos, mas Edward
simplesmente desapareceu em nossa frente! – ouvi os resmungos de Alice,
enquanto Emmett a esmagava em um abraço.
– Eu só queria noticias que você não pode me
dar aquele momento, Alice.
Jasper
se moveu desconfortável e uma linha de pensamento gritou a minha frente,
Patrick que estava calado e no canto da sala, mantinha as mãos fechadas dentro
do bolso da calça.
Apesar da expressão neutra, tanto eu
quanto Jasper podíamos sentir a intensidade de seus sentimentos e desejo por
Tanya. Olhos fixos em cada movimento que ela fazia.
Sorri ao ver a força para se conter e
não removê-la do lado de Emmett. Enquanto ela não percebia o real motivo para
os olhares.
– Alice, talvez queiram fazer as
apresentações...
– Claro, faremos lá fora. Esme esta chegando
com Bella. – disse sorrindo.
– Vamos explicar a todos, enquanto isso
explique para Bella. – Jasper completou.
– Realmente não seria adequado as
apresentações com ela por perto. – completou Tanya olhando para Patrick,
ela começava a se incomodar com o intenso olhar que recebia.
Seguiram para o jardim dos fundos e me
arrastei para a varanda, a medida que ouvia o barulho do carro de Carlisle
sobre os pedregulhos foi como voltar ao domínio de meu corpo, meus instintos e
sentidos aguçavam em busca de mais contato.
Quando em fim o carro estacionou, eu já
estava perto da porta. Por alguns segundos o medo de sua rejeição, merecida, me
afetou, removendo a coragem.
“Abra filho, ela
esta mais dormindo que acordada! Os remédios que Carl receitou não surtiram o efeito esperado, ela esta apenas desorientada.”
Com esse pensamento e após um forte
abraço de Esme, ao qual retribui, que em fim abri a porta.
“Vou ligar o
aquecedor do seu quarto”. – completou o pensamento enquanto entrava com uma
bolsa de Bella.
Bella estava encolhida no banco, os olhos
fechados e fortes bolsas roxas em volta de seus olhos, sua respiração lenta,
ela começava a entrar em um sono e não tive coragem de movê-la.
Agachei-me na porta, admirando seu
semblante, sugando o máximo que eu poderia ter de seu aroma de morango, fechando
os olhos e apreciando aquele som que tanto amo, que tanto senti falta, o som
essencial para minha existência, após sua voz.
Não consigo pensar em um futuro, em nada
que possa ser mais valioso que seu coração batendo, que tê-la viva. Eu lutarei
para que meu campos Elíseos particular exista.
Quando seu coração seguiu a frequência
lenta, que tanto acompanhei nas noites ao seu lado, removi seu cinto, tomando-a
em meus braços e segurando-a com toda devoção.
Sua
forma frágil quebrava-me, causando a ardência costumeira pelo choro preso.
Depositei seu corpo sobre a cama, com toda a lentidão que minha forma vampirica
pode permitir, toquei cada pedacinho de seu rosto, seus cabelos...
As ondas de calor vindas de sua pele
causam sorrisos fáceis, mesmo que uma pequena parte pedisse atenção ao assunto
que ocorria no jardim, não havia forma de não devotar minha atenção para ela.
– Minha Bella! – sussurrei, dando vazão
aos meus pensamentos, tomando sua palma e beijando.
Quando em fim o aquecedor lhe causou uma
fina camada de suor, subi sobre a cama, adornando seu corpo, não contendo um
sorriso ao ver que, mesmo em sono, movia-se de encontro a mim, suas mãos
correram por meu peito.
Foram preciso algumas horas para que
Bella despertasse, horas que passei abraçado ao seu corpo quente, horas em que
minha família se encarregou de tomar decisões sobre nosso futuro.
Sobre como agirmos, agora que destruímos
Alec, trazemos um guarda. Não havia
duvidas sobre um guerra, na qual dificilmente sobreviveríamos, mas não teríamos
como fugir.
Sem esquecer os recém criados de
Victória e o sequestro de Ale.
Voltei meus olhos sobre Bella. A
incerteza de nos mantermos seguros sempre existirá, mas ao menos trarei Ale de
volta, se o pior acontecer ele terá Charlie e Laura.
– Filho? Vamos ate a fronteira, precisamos
conversar com os Quileutes sobre tudo, e Alice viu que ela acordará em
instantes, será melhor conversarem sozinhos.
– Obrigado, mãe.
O
coração de Bella começava a aumentar a frequência das batidas, sua respiração
aos poucos tornando-se superficial, suas pálpebras tremeram, desenterrou um
lado da face de meu braço.
Confusão passou por seu rosto, um
choramingo passou por sua garganta, enquanto seu rosto tomava um tom escarlate
e lagrimas transbordavam pela face frágil.
– Porque me castiga tanto? – soluçou
virando sobre a cama.
Por um tempo não soube como reagir, mas à
medida que a incredulidade me extasiava, Bella encolhia-se em uma bola fetal e
seu choro ganhava altura, devastando minhas forças.
– Bella?
– Ate a voz, não! – soluçou novamente.
– Bella, me dê seu desprezo, mas não chore. –
implorei, tomando-a em meus braços, ainda sobre a cama, não queria que ela se
removesse de meu colo e caísse.
– Você... você esta mesmo aqui? Eu... –
seu coração falhou uma batida e me preocupei, ele estava disparado.
Seus dedos tomaram meu rosto, enquanto
ela impulsionava o corpo, sentando sobre a cama, suas orbes chocolate chocaram
com os meus e então seu corpo veio de encontro ao meu.
Poder acompanhar seu movimento, o brilho
em seus olhos. Bella queria estar ali, afundei meus dedos por suas costas, não
me importando de ser impróprio, apenas queria sentir sua pele, seu cheiro.
Seus braços pareciam tentar me apertar,
mas o que conseguia era uma deliciosa caricia, um sentimento que me fazia
acreditar que minha alma grita em meu corpo, tamanha felicidade.
Sua boca veio de encontro a minha, eu
não negaria, não poderia, não teria forças pra negar algo que tanto anseio.
Encerrei a distancia provando de seu hábito, quente, vivo, intensamente
convidativo.
Eu preciso desse calor, de senti-la como
antes, levei minha língua, tocando a sua com lentidão, o calor e a vibração me
tiravam a razão. Seu gemido despertou cada lembrança de nossos beijos, de meu
desejo.
Suas pequenas mãos seguravam mechas de
meu cabelo, enquanto diminuíamos a distancia entre nos, eu poderia permanecer
assim, mas lembrei que ela precisa respirar, mas não contive meu desejo e
espalhei beijos por seu pescoço, seu rosto.
Quando o desejo começou a falar mais
alto, afastei meus lábios de sua pele deliciosa, Bella permaneceu olhando,
quieta, muitas palavras em seu olhar, mas não pronunciou uma única frase.
– Acredito que esteja... confusa.
Minha frase ou ate mesmo minha voz,
pareceu despertar, remover Bella de um estupor. O mar de palavras e duvidas
desapareceu, sua testa enrugou e se ergueu, seguindo para o divã, sentando na
ponta e respirando rápido de mais para que o ar entrasse devidamente em seu
pulmão.
– Eu quero lhe pedir que me ouça, que depois
que lhe explicar tudo o que me aconteceu, se ainda quiser olhar... se ainda me
quiser...
– Eu já... perdi tanto! – disse levando
as mãos para o rosto, bagunçando os cabelos – você era pra ser minha certeza, esse amor...
Suas palavras congelaram as minhas e
preferi ouvir seu jorro, antes de tirar sua paz ao contar sobre os Volturis. Se
encolhia sobre o divã, a mão repuxando a blusa em desespero.
– Porque quer conversar? Vai me drogar como
da ultima vez?
– Perdoe o que eu fiz, eu fui equivocado –
digo me ajoelhando em sua frente. – eu
só quero mantê-la viva, humana. Agora Ale sofre por minha culpa...
– Não é sua culpa! É minha. – diz secando
as lagrimas. – eu devia ter desembarcado
em jacksonville, morar com minha mãe ao ver o que esse mundo causou aos meus
amigos, morar em Phoenix com os pais do Alex para a minha desgraça não
afetá-lo. Devia ter mantido distancia... de você... que me desorienta –
dizia andando de um lado ao outro do quarto, mas sem me olhar.
– Eu devia ter mantido distancia, mas...
– A questão aqui não é nos dois – disse
em fim me olhando – tem haver com a
segurança de Charles Alexander, de um bebê que não sabe o que há entre nos, nem
eu mesma sei. Nos nunca fomos um casal Edward, e nossa demora, a minha demora
em ver isso... causou tudo isso.
– Você sempre será importante pra mim, Bella.
– Importante em que? Eu não sou uma santa pra
ser adorada em um pedestal, Edward. E é assim que você age! Como se eu devesse ficar
em um altar, intocável e imaculada esperando você voltar e se dignar a se dedicar
a mim, como um devoto pedindo uma benção! – gritou cada uma das palavras.
– Eu estava com medo, Bella. Você é uma
humana no meu mundo, é complicado cuidar para que o mal que cerca o meu mundo,
não tire sua vida. Acreditei que me afastando antes e agora eu poderia levá-los
comigo – digo segurando suas mãos.
– É difícil aceitar, quando você é o
abandonado. – sussurrou fugindo de meu olhar.
Sequei suas lagrimas, segurando seu
rosto entre minhas mãos.
– Eu preciso conversar com você. Sobre o que
aconteceu... enquanto eu voltava com meus irmãos. – sem excesso de detalhes
fui contando aos poucos nossa situação.
Bella ouvia a tudo em silencio. Seus
olhos inexpressivos sobre a floresta. Seu peito acelerou com a menção da morte
de Alec, mas um pequeno sorriso surgiu.
– Então temos que encontrar Ale, antes da iminente
guerra contra os volturi. – desviou o olhar nesse momento – Pamela já voltou com noticias? – sua
postura mudou ao fazer a pergunta.
Aconteceu algo a mais enquanto estive
fora. Desta vez a magoa que atravessou suas palavras foram diretamente para
mim.
– Eu fui negligente nesta parte, voltei minha
atenção á você. Mas todos foram ate a fronteira, estão conversando com os
Quileutes.
– Agora que não há como esconder as coisas,
que o final mais correto é uma morte pelos Volturi, você resolve ser
transparente comigo? – a ironia pesando cada uma das palavras.
O que me desarmou e me encolhi.
– Eu só quero que confie em mim...
independente do que aconteça, eu sempre vou te amar.
Seu riso rompeu o silencio, Bella não me
olhava. Aquela a minha frente parecia muito com a Bella que chegou a Forks, a
que atacava pra se defender. Virou, andando a passos firmes ate minha frente.
Sua armadura estava posta, e me
prepararei para as palavras amargas e toda a raiva em seus olhos ser derramada,
mas algo aconteceu. Sua certeza ou melhor, a raiva se esvaiu, e por um tempo,
não houve palavras.
Seu calor emanava de encontro ao meu
corpo, mantive minhas mãos fechadas, meus braços colados ao lado do meu corpo,
quando na verdade meu desejo era tomá-la.
As lagrimas começavam a se acumular em
seus olhos, um leve tremor dos lábios vermelhos naturais, denunciavam o esforço
para conter o choro.
Poderia me sentir podre por fazer isso,
mas depois de toda a determinação que vi em seus olhos, eu não poderia ficar
parado, eu terei que me aproveitar de sua fragilidade, fazê-la entender,
acreditar em mim. Porque nada e ninguém, humano ou não, fariam eu me afastar de
Bella novamente.
Tomei sua cintura, deslizando minhas
mãos por suas costas, segurando no cós da calça e delicadamente adentrando meu
polegar pelo mesmo, juntando nossos corpos, ouvi um barulho de papel estalando
em seu bolso.
Bella pareceu despertar e o choro
rompeu, movia a cabeça em negativa enquanto mantinha os braços firmes, tentando
restringir os meus.
– Eu te amo, Isabella. Sempre vou amar. Posso
não ser mais humano, mas cometo erros como um, muitos. Eu não sou perfeito,
nunca fui, nem quando humano. E por todas as experiências que temos, ficou
claro que sou perito em escolher as piores decisões.
Suas mãos afundaram em minha blusa,
escondendo o rosto e abafando o choro em meu peito. Toquei suas costas,
afundando meus dedos por sua nuca, girando seus cabelos, firmes em minha mão.
Agachei erguendo-a pela coxa, enquanto
tomava sua boca. O gosto salgado das lagrimas misturavam-se ao beijo, suas mãos
subiram me segurando e retribuiu, com mais intensidade do que poderia esperar.
Antes que eu pudesse depositar seu corpo
sobre a cama suas pernas já enlaçavam meu quadril, uma pequena parte estava
consciente de suas mãos removendo minha blusa, a qual eu estava ajudando a
tirar, assim como minhas mãos que deslizavam por sua barriga exposta.
Eu ainda dominava meus anseios, seria
capaz de parar antes que pudéssemos consumar, mas as caricias me davam forças,
faziam-me acreditar que haveria futuro para nos. Mesmo sendo o errado para ela,
era o certo estarmos juntos.
O cheiro de sua excitação começava a
dominar o ambiente e antes que meu estado deplorável chegasse ao nível de
perder o controle, preferi cessar os beijos.
Bella respirava com dificuldade, seus
olhos não deixavam os meus. Sua palma quente tocando minha bochecha, minha
boca.
– Eu queria tanto acreditar em você... –
sua voz não passava de um sussurro. –
não imagina quantas vezes eu sonhei, desejei essas palavras. Mas agora... – o
choro recomeçou.
Toquei nossas testas e esperei pelo que
fiz por merecer.
– Um relacionamento é feito de confiança. Eu não
confia mais em você. – disse firme, seus mares de chocolate sobre meus
olhos. – eu te amo, de mais. Mais do que
serie saudável, mas não dá. Sem confiança só conseguiríamos nos destruir. Eu
não sei quanto a você, mas não resta muito de mim pra ser destruído.
Bella levantou lentamente, enquanto eu
permaneci na mesma posição. Suas palavras repetiam sem pausa em minha mente, se
inclinou pegando um papel sobre a cama, recolocou no bolso e suspirou.
– Eu preciso ir pra casa...
– Bella? Você pode desistir de mim, mas eu
não quero desistir de você. Eu vou provar, vou fazer por merecer sua confiança
e seu amor.
– Eu já ouvi isso antes, acabou pior do que
da primeira vez.
– Eu vou me empenhar, vou lutar por você, da forma
correta.
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