O silencio a minha volta dificultava
entender onde eu estava, meus olhos pesados, demorei mais do que o normal para
achar minhas pálpebras, abrindo meus olhos para uma luz fraca.
Um teto reconhecível, assim como os
moveis e as lembranças. Por minha visão periférica vi Edward, sentando em
silencio ao meu lado.
Ale...
Minhas mãos correram pelo colchão
enquanto me esforçava para falar, mas era como ter areia, uma grande quantidade
de areia agarrada por minhas cordas vocais.
– Ele esta bem.
–
disse ao dar a volta na cama e pegar um embrulho verde da cama.
A paz que me invadiu foi inexplicável,
finalmente houve sobrevivente as minhas desgraças, sua bochecha tocando a
minha, sua pele quente.
Sua mãozinha pastando por meu queixo, eu
queria virar e beijá-lo, mas só em inclinar a dor voltava.
As lagrimas deslizavam sem autorização.
Eu queria ficar assim, sentindo seu cheirinho de bebê me acalmar.
– Vou colocá-lo
na cama, minha temperatura esta infiltrando na roupa. – disse e tentei
um aceno – Carlisle avisou que poderá
ficar sem falar por alguns dias. Ate que o incomodo passe. – disso ao
retornar para meu lado, tomando minha mão entre as suas – quando a vi... daquela forma...
Sua face contorcida em dor, eu não
queria fazê-lo sofrer, apertei sua mão, meu polegar batendo duas vezes para
chamar sua atenção.
Queria confortá-lo, agradecer por trazer
meu Ale de volta, mas a voz faltava. Seus olhos âmbares me estudavam, seu rosto
de anjo voltou ao normal. Apenas com uma linha em sua testa.
– Charlie já
esteve aqui, voltará de manhã... – o que eu faria com Charlie? – ele
me odeia ainda mais. Tivemos que contar que Victoria era uma golpista que
tentou roubar minha herança da família sanguínea usando você e o bebê...
Charlie certamente implicaria com este fato,
qualquer coisa seria usada como desculpa, tudo para que ele pudesse manter
Edward longe de mim.
Acredito que ver Edward trancafiado na
cela da sua delegacia é seu desejo pouco oculto.
Deslizei meus dedos por seu pulso, em
uma caricia casta, uma forma de expressar que estou ao seu lado.
Nos livramos de Victoria, mas há os
recém criados. Esse fato não poderia ser esquecido por eles. Apertei seu
polegar, seus olhos voltaram para os meus e gesticulei lutando para que
entendesse o que eu queria, pensei em falar, mas a lembrança fresca da dor
anterior me calou no mesmo instante.
Edward permaneceu calado por instantes,
como se estivesse ouvindo algo importante, um breve segundo, mas para eu que já
conheço sua forma de agir, sei que isso tinha dedo de Alice ou Jasper.
– Enquanto segui
você e o Paul, os recém criados decidiram atacar – porque tudo
acontece de uma vez? – se acalme,
estamos todos bem. Quando puder se mover lhe apresentarei a alguns amigos,
amigos vampiros. Eles nos ajudaram. Assim como temos novos integrantes na
família... – como assim?
Haviam outros vampiros, assim... tão
rápido? Mas meu pai esteve aqui e quanto aos Quileutes?
Mesmo sobre aviso, Sam e os rapazes não
devem estar gostando de tantos vampiros em suas terras.
– Ainda não
sabemos se Patrick ficará conosco ou conseguirá dobrar Tanya e seguir com os
Denali. Ele é persistente e descarado.
Mas ele e aquela Denali? Eu não sou
louca, eu vi como ela olha pra ele. Quando vão parar de brincar comigo....
A noticia me desestabilizou e me mexi de
forma errada, minhas costelas latejaram, facas em brasas invadiam meu peito, a
dor me fez desesperar, meu pescoço latejou e o ar sumiu.
Edward se ergue em desespero, certamente
concluiu que estou sufocando, droga como isso dói!
Antes que fizesse um estardalhaço,
consegui força para segurar sua mão, ergui a outra pedindo um minuto. Mantive o
foco em um ponto imaginário no teto, procurando me acalmar.
Após um tempo o ar conseguiu encontrar
um caminho seguro ate meu pulmão, sem causar um latejar. Levei minha mão ate
minhas costelas.
Foi um estrago e tanto, que ainda
latejava, isso me deixará de molho por um bom tempo. Seus lábios gélidos
tocaram minha testa e sua mão deslizou por minhas costelas, diminuindo o calor
da dor. Uma boa anestesia.
Seu toque intimo trouxe lembranças, as
quais nunca me esforcei para negar, esquecer.
– Durma mais,
amanhã conversaremos – eu não queria que ele se afastasse. Queria seus
toques, sua voz, seu cheiro.
– Fica – forcei minha
voz.
vi e senti estrelas em minha garganta,
minha voz parecia o rosnar de um tiranossauro em meus ouvidos, mas acho que não
foi tão alto assim...
Ao menos teria que ser assim para valer
pela dor que estou sentindo.
– Se prometer
não falar e se mexer, eu fico. – apertei meus olhos em um sim.
Sentou mais próximo, espalmando sua mão
na base dos meus seios, amenizando a ardência em minhas costelas, mas este
toque trouxe mais daquela sensação. Seu cheiro já me inebriava.
– Queria te
pedir para não tentar nada imprudente pelos próximos dias, Alice ainda não teve
visões, mas... Aro não deixará a morte de Alec sem punição.
Eu o queria mais perto, eu não queria
fingir que não sinto nada, não agora, não quando tudo era ainda mais
definitivo. Minhas mãos tremiam pelo caminho que percorri em seu braço.
Enlaçando sua gola, e puxando para mim. Inclinou-se, próximo de meu rosto.
A tristeza e o medo pediam passagem em
forma de lagrimas. Eu queria que fosse fácil, que esse medo dele desaparecer
novamente não me enfraquecesse a cada dia.
Eu o amo tanto, mas não queria me
quebrar novamente, céus...
Não há o que ser quebrado, minha cota
acabou. Deitou seu rosto em meu pescoço, seu rosto gélido me fazendo recobrar o
juízo, parar de chorar.
Sem medo toquei sua nuca, as pontas dos
meus dedos formigavam por isso, sua respiração em minha orelha. Uma coisa era
certa, sempre amarei Edward. Não me manterei longe.
Não tenho forças para isso, mas não
pedirei nada. Eu o amo, eu o quero. Viveria minha vida por ele, mas ele é quem
sempre se afasta, como se um relacionamento o assustasse.
E não quero alguém pela metade, não
quando esse alguém é quem amo com tamanha intensidade.
– Amo-te
tanto, meu amor... não cante
O
humano coração com mais verdade...
Amo-te
como amigo e como amante
Numa
sempre diversa realidade.
Recitou e voltou a me olhar, nossos
narizes tocando.
– Amo-te
afim, de um calmo amor prestante
E
te amo alem, presente na saudade.
Amo-te,
enfim, com grande liberdade
Dentro
da eternidade e a cada instante.
– É lindo. Seu?
– minha
garganta latejou e me arrependi de perguntar.
– Não,
mas parece ser feito para você. Todo meu amor... – seus dedos
percorreram meu rosto. – Soneto do amor
total de Vinicius de Morais. Escritor brasileiro.
Esses momentos são aqueles mágicos, que
não precisam de palavras, aquele que apenas estar ali, junto da pessoa amada,
sem palavras, apenas olhar para ele, para seus olhos âmbares faz todo sentido.
Com a pouca força que me restava,
toquei-lhe os lábios. A dor que cortou minha espinha não me fez fraquejar, seu
halito cobriu minha boca. Um beijo calma em retribuição.
Um beijo que demonstrava toda nossa dor,
todo nosso desejo. Ele me quer tanto quanto o quero. Sua língua gelada por
minha boca fazia um tremor passar por meu corpo.
Uma mistura confusa de gelo e fogo, como
brasas em minhas veias. Esperando apenas um sopro, um único movimento seu para
me incendiar.
Antes que houvesse chances de me
acostumar se afastou. Beijou-me a testa, deitou ao meu lado, envolvendo seus
braços em torno de mim, mas sem tocar, apenas cobrindo os espaços para que nada
chegasse a mim sem tocar nele primeiro.
– Durma, meu amor.
Sua voz sussurrada por meu ouvido,
cantando minha canção de ninar trouxe o sono de volta. Preferi dormir, com a
certeza que ele estaria ao meu lado quando acordasse.
Um gritinho estalou no fundo da minha
mente, pisquei para me acostumar com a claridade do quarto. A porta de vidro
aberta, com Pamela e Alex sentados no chão enquanto faziam caretas para Ale que
libertava chiados.
Completamente interessado no que os pais
faziam. Pamela veio ate mim, deitando na cama e dando um beijo na testa.
– Eu deveria brigar com você por amar tanto
meu filho a ponto de por a vida em risco dessa forma. Nos iríamos resolver
isso...
– Não iria não, ela me queria... –
arrisquei sem pensar e por sorte não estava latejando como antes, apesar de
minha voz sair cortada.
Olhei em volta, buscando por Edward.
– Ele esta conversando com Jacob e os
Quileutes. Alguns garotos estão se transformando muito novos.
Começou a mexer em uma caixa sobre o
criado mudo, estendendo um copinho com um liquido âmbar, o gosto azedo
escorrendo por minha garganta como água fervente removendo gordura.
Abriu minha blusa, removendo ataduras e
aplicou um spray. Gemi me encolhendo com a temperatura.
– Eu não tenho 5 anos.. mamãe. – debochei.
– Mas apronta como se tivesse. Fica quieta
que tenho que amarrar de novo. Só estou tentando tirar um pouco desse roxo.
Quem manda ser tão branca! – apenas lhe dei língua.
Edward entrou quando Pamela terminava de
abotoar minha blusa. Sorriu e beijou-me a testa, sentando ao meu lado e
segurando minha mão.
– Charlie chegará um pouco mais de meia hora.
– Alice avisou da porta, sorriu e retribui.
– Então vamos lá embaixo meu lindo? – dizia
Pamela em uma voz infantil, pegando ale do carrinho, enrolando em uma manta,
enquanto Alex pegava o bebê conforto, piscou pra mim antes de seguir Pamela.
– Bella, eu conversei com seu pai ontem, um
assunto referente a você. Eu queria lhe dizer de uma vez, mas temos algumas
coisas pendentes. Quando Charlie pedir pra você ir com ele, poderia pedir que
eu a leve depois? Quero conversar com você. A sós.
Sua expressão concentrada, ao mesmo
tempo parecia nervoso, seus olhos tremiam, se Edward fosse humano ele
certamente estaria suando e gaguejando.
Acenei, eu estava com medo do que seria,
toda vez que pedia uma conversa coisas ruins aconteciam ou ele me abandonava.
– Alice virá lhe ajudar com sua higiene. –
disse e me beijou em um casto tocar de lábios.
Assim foi feito. Alice me ajudou a ir
para o banheiro. Aproveitei para medir minhas forças, movimentos bruscos eram
proibidos.
Sem esquecer o desconforte de ter Alice
ao meu lado enquanto fazia minhas necessidades, principalmente porque ela não
se oferece para sair, não saiu quando mandei e entre fazer nas calças e ela me
dar banho a fazer com ela me olhando. Não tive duvidas.
Ajudou-me com a roupa e me pegou no colo o que
foi constrangedor o bastante conseguiu piorar. Escovei meus dentes com
dificuldade.
– Já disse que posso lhe dar banho, já fiz
isso antes.
– E já foi constrangedor uma vez, não precisa
ser duas. – respondo ao ser posta na cama novamente, desta vez sentada.
Minha garganta estava bem melhor, apesar
de arranhar sempre.
– Bem, de qualquer forma preciso lhe ensinar a
esconder os roxos em seu pescoço – disse e desapareceu do quarto, voltando
segundos depois com um grande estojo de maquiagem. – essas são as bases, passe essa pomada para hematomas, depois o pó do
seu tom de pele.
– Obrigada, Alice.
– Não me agradeça ainda... – disse de uma
forma diferente, havia algo entre sua frase, mas ela apenas sorriu e seguiu
para a porta – Charlie já esta na sala e
virá conversar com você. Mantenha a calma.
Não passou muito tempo entre a saída da Alice
e a entrada de Charlie. Achei estranho a forma que entrou no quarto. Primeiro
põs apenas a cabeça dentro da porta, seu rosto se contraiu com medo.
Por um instante imaginei que ele estava
nervoso por eu não estar dormindo.
– Entra, pai.
Sorriu fraco, entrando envergonhado no
quarto, olhando para todos os lados. Ainda em duvida sentou sobre a cama. Sua mão correndo pela colcha, acho que poderia
ouvir as engrenagens de sua cabeça.
– Pai, eu estou bem... Não precisa ficar
assim... só a garganta que tá doendo, mas foi por causa... de uma pancada.
Charlie balançou a cabeça, sentou mais
perto e segurou minha mão com força. Seus olhos fixos em mim. Sorriu e voltou a
ficar quieto.
– Bella aconteceu uma coisa, não é bem uma
coisa, é uma pessoa. Eu não fazia ideia, não acreditei quando soube... –
ele se enrolava com as palavras na tentativa de me explicar sem me alterar, mas
dessa forma ele realmente estava me deixando temerosa.
– Pai, esta me deixando nervosa, vai direto
ao assunto. Não há muitas formas de reagir no estado em que estou – digo
acenando para minhas costelas. Charlie puxou o ar com força, olhou firme e
acenou.
– Você tem uma irmã.
– Vocês são rapi... espera “tem” no sentido
de já nascida... – a compreensão veio no meio da frase, assim como a
surpresa.
Se minha mãe dissesse isso, eu
acreditaria no mesmo instante, mas vindo do Charlie é difícil de acreditar.
– Tá pai, não precisa de pegadinha, eu torço
por vocês e espero mesmo por irmãos, apesar de não me ver como uma boa irmã ou
irmã mais velha. – digo rindo, mas a cor de seu rosto sumiu.
– Laura não esta grávida Bella, acho –
disse pensativo.
– Ok, vou fingir que não ouvi essa frase, mas
porque disse sobre ter uma irmã? Esta bebendo?
– Foi por isso que você tem uma –
sussurrou tão baixo que fiquei na duvida se era mesmo isso que disse. – acontece que ontem, quando Edward foi
atrás de você, ele encontrou uma garota que estava cuidando do Ale...
– Garota cuidando do ale.
– Ele não te contou?
– Na verdade, eu só vi o Ale um pouco e dormi
o restante – editei.
– Ela é parecida conosco, com você.
Eu ouvi toda sua narrativa sobre como a
encontraram, sobre o teste de DNA, sobre ela ter ido pra nossa casa, sobre o
encontro marcado com a mãe dela para essa tarde.
– Então? – perguntou apreensivo.
– Eu estou realmente surpresa, se eu fosse
uma galinha teria botado dez ovos seguidos... – tentei brincar.
– E o que você acha sobre ter uma irmã,
esta... decepcionada comigo?
– Não, pai. É só surpresa mesmo. Ela esta
aqui?
– Esta. Não sei o que Edward ou Alice
disseram pra ela, mas ela não parou de falar de você... – sorriu e
retribui.
Eu tenho uma irmã... é estranho...
– Eu vou buscá-la. – respondeu levantando
e apenas acenei.
Charlie já batia na porta voltando, pelo
tempo só havia ido ao corredor, vindo atrás de mão dada esta... minha irmã.
Alta, mais alta que eu, corpo bem
definido os seios mais fartos, ela em si é mais farto que eu, cabelos longos, loiro.
Sua pele em um tom claro, como as surfistas. Aquele bronzeado lindo.
O rosto lembrava o meu de alguns anos atrás,
mesmo com corpo de mulher seu rosto continha alguns traços muito juvenis. Mas
lá estava os olhos dos Swans.
O sorriso que esta em seu rosto começou
a desaparecer e percebi que esta a encarando por muito tempo. Sorri e sua expressão suavizou.
Olhei para Charlie e ele suspirava em
alivio.
– Oi?
– Oi. Eu sou a Cindy e estou muito feliz por encontrar
vocês, é tão legal não ser a única no mundo.
– Pelo menos dessa vez eu acertei em alguma
coisa...
Cindy abraçou Charlie, ela parecia
realmente feliz por ter Charlie na vida dela.
– Eu não sei nada sobre ser irmã, então... –
eu realmente não sei como agir – eu vou
precisar me acostumar.
– Não tem problema, aprenderemos! Vou tentar
não ser a mais chata das irmãs.
– Então podemos ir pra casa, certo? –
Charlie pronunciou tentando disfarçar a vergonha.
– Eu acho que sim, Carlisle ainda não falou
nada.
– Então eu vou chamá-lo, vou prometer cuidar
de você e rapidinho ele deixa – disse de uma forma que só faltou pular,
perigosamente parecida com Alice.
– Acho que ela é irmã da Alice, isso sim!
– Fico feliz de estar tudo certo por aqui,
não sei como será quanto a mãe dela. Ela estava furiosa no telefone, ela esta
vindo de Maine.
– Maine, do outro lado do país? Nossa!
– Pois é, apesar da forma com que aconteceu
não ter sido as melhores, ao menos serviu para encontrar a Cindy.
– Por isso precisa conhecer outros lugares
alem de rios e represas de La Push, pai.
Carlisle subiu com Edward ao lado,
tateou minhas costelas e viu minha garganta.
– Nada que repouso, movimentos leves e muito
liquido não resolva!
– Então já vamos, e mais uma vez obrigado,
Carlisle.
– Eu gostaria de falar com a Bella por um
instante, senhor Swan.
Por um momento imaginei que Charlie
arrancaria a cabeça de Edward que apenas sorriu fraco, constrangido e veio ao
meu lado.
Carlisle deixou uma cadeira de rodas ao
lado da cama, Edward enlaçou minha cintura com cuidado, colocando-me na
cadeira.
– Vamos... vamos, pai. – Cindy arrastou
Charlie para fora do quarto.
– Eu deveria esperar mais para dizer isso,
quando você estive bem, mas Alice viu que será impossível eu conseguir outro
momento como este quando você estiver com Charlie.
Edward puxou minha cadeira, colocando-me
de frente para a cadeira que havia no canto do quarto, sentando e nos deixando
ao mesmo nível.
– Bella, eu não sei mais o que dizer. Eu
quero acreditar que o que aconteceu ontem foi porque tomou uma decisão, mas
tambem estava sob pressão com tudo o que aconteceu. Eu não voltarei a tomar
qualquer decisão que lhe envolva ou não sozinho.
– Edward...
– Me deixe falar, por favor. Eu sou um
vampiro, mas isso não apaga o humano que fui ou faz com que eu não cometa
erros, a prova é que venho cometendo muitos nos ultimos anos. Eu sempre pensei
que se acontecesse de me envolver, de ter uma parceira que ela fosse uma
vampira, eu não me via transformando alguém, tirando dessa mulher o que eu
quero pra mim. Se eu soubesse de alguma possibilidade de me tornar humano pra
você, eu faria no mesmo instantes, mas isso não é possível. Chegamos a um nível
que amar machuca, não amar mata.
Suas palavras me desestabilizaram, ele
dizia justamente o que eu queria ouvir.
– Você sempre buscou ser o mais perfeito e
correto comigo e vê-lo cometer tantos erros... parecia não ser você, como se
esperasse que eu desistisse de estar ao seu lado.
– Muitas vezes eu esperei que me pedisse pra
esquecê-la, para não me aproximar, talvez assim eu aceitasse a distancia. Só
quero que, após tudo o que passamos possamos continuar juntos, nos corrigir
juntos. Eu quero uma vida ao seu lado. Eu quero fazê-la minha esposa. Isabella
Swan, você me aceita? Aceita se casar comigo?
– Edward, casamento é coisa seria. Uma vez
casados não poderá me abandonar no primeiro perigo que tivermos, principalmente
com a luta contra os Volturi.
– Eu não tenho medo de viver a eternidade com
você, eu te amo.
Eu não conseguia acreditar, talvez eu
estivesse arrumando desculpas, mas ele não esta falando serio, só esta com
medo, preocupado com o que acontecerá com os Volturi.
Eu nunca pensei em me casar e bem,
apesar disso. Acredito que casamento seja pra uma vez. Me vejo tendo uma vida
ao lado dele, mas não cederia assim tão fácil, poderia ser só o desespero.
Quando ele passasse eu seria abandonada
no altar e todos pensariam coisas terríveis de nos, de mim.
– Acho que esta se antecedendo...
– Não, eu te amo e deveria ter feito isso
antes.
– Quando todo o transtorno, toda a pressão
pela luta contra os Volturi passar se você ainda pensar em casamento, nos
conversaremos.
– Compreendo que não acredite na veracidade
do meu pedido, mas eu vou esperar. Não precisa me responder agora. Estarei
esperando sua resposta, demore o tempo que durar! – sussurrou com seu rosto
próximo ao meu, beijou minha bochecha.
Sua caricia foi lenta, um caminho suave
ate minha boca, uma beijo lento. Um limpar de garganta nos fez afastar.
– Acabou o tempo, garoto. Vamos, Bella. –
disse segurando minha cadeira e manobrando.
Nas escadas os dois ajudaram a me
descer, na sala apenas os Cullen e Laura que segurava um Ale sonolento.
– Tomem café? Bella ainda não comeu nada.
– pediu Esme.
– Já deixamos tudo pronto. – respondeu
Laura.
– E eu prometi que vou cuidar dela.
O caminho de volta pra casa foi em
silencio, como se soubessem que algo importante foi a pauta da minha conversa
com Edward.
Cindy sorria e por seu comportamento
esperava uma permissão para me fazer perguntas das quais senti que não gostaria
de ouvir.
Quando Charlie estacionou o carro de
Laura, vi jake sentado na varanda, Cindy ajudou a remover o Ale da cadeirinha,
enquanto jake me retirava do carro.
– Oi, gata.
– Oi, vocês pegaram leve com o Paul?
– Ele teve um tratamento vip, sabe como é,
nos curamos rápido – disse debochado.
– Jake...
– Se você deixar ela cair eu te mato, Jacob.
– Com esses braços fortes, duvido. –
disse Cindy e jake olhou para ela e foi como se ele não estivesse mais ali.
Seus braços tremiam, seus olhos fixos em
Cindy. Ela corou e afastou o olhar, mas jake continuou. Suas pernas
fraquejaram.
– Jake?
– Eu... – sua voz saiu baixa, seu olhos
voltaram aos meus. Eles estava diferente. Com dor. – eu tenho que sair daqui agora, eu prometo que volto.
– Você...
Não permitiu que eu terminasse de falar,
seguindo ate Charlie que abria a cadeira e me pôs nela, beijou minha bochecha e
se afastou. Correndo ate seu chevet.
– Ei, garoto? – Charlie tentou chamar,
mas não adiantou. – o que deu nesse
garoto?
– Também não entendi, ele olhou para a Cindy
como se estivesse vendo um fantasma, sei lá. – Laura respondeu.
– Eu falei algo errado? – Cindy me
perguntou.
– Não, acho que eu sei o que é. Você não fez
nada de errado.
Ate porque é a certa.
Cindy é a imprinted do jake.
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