domingo, 18 de outubro de 2015

MVA - Capítulo - 19

Fase 3: Anjo

Com sua mente atenta em Alice, Edward aceitou caçar, sabia que era preciso. Não sabiam o que o sangue do bebê causaria aos outros. Sorriu ao lembrar que agora poderia diminuir os cuidados quanto ao filho.
Ao passar horas admirando o sono de Bella, Edward criou coragem para se aproximar do ventre dilatado. Tocando com suavidade a pele clara, quase livre dos roxos, uma conversa sussurrada, um pedido para não chutar, para se mover de forma lenta. Jamais imaginaria que alem de ser atendido, ganharia a benção de ouvir a mente de seu filho.
Naquele primeiro momento Edward se recusara a acreditar. Mas ao passar parte da madrugada ouvindo pensamentos desconexos sobre estar aquecido. Sobre o bebê querer a voz de Bella, não houve duvidas. Esse pequeno fato lhe desestruturou, via os dias passarem ouvindo as reações de seu filho, ainda decidindo entre manter esse segredo para si, já que ninguém havia percebido o que ocorria ou contar a Bella.
Ao beijar os lábios vermelhos e o ventre dilatado decidiu por contar assim que voltasse da caçada. Seria um presente para sua amada.
Já estavam muito longe de casa quando finalmente encontraram um bando de cervos pastando entre pedras. Um pouco distantes dois alces de grande porte que duelavam.
 Fiquem com eles, vão precisar – Alice avisou jogando a carcaça seca de cervo sobre uma rocha.
O barulho causado pela debandada dos outros animais finalizou a disputa entre os machos que começaram a fugir. Em poucos segundos já estava com o animal imobilizado, quebrando o pescoço e afundando os dentes. Carlisle logo em sua frente. O sangue não tinha o gosto adequado que um puma teria, mas o fato da disputa aquecer mais o sangue amenizou a diferença.
Sua mente ainda estava alerta para Alice, por isso a visão chegou a sua mente desde o primeiro segundo. Reconhecendo a casa, Cindy afastava os fios dourados do rosto enquanto repetia o nome de Alice com fervor dentro do banheiro que um dia fora de Isabella.
Eu quero ver minha irmã, ela não tem ligado para Charlie. Preciso vê-la, Alice. Por favor, avise, vou passar em La Push primeiro...
A imagem desaparecia neste instante, Alice não se preocupou em forçar uma visão, estava cansada de empurrar sua mente para ver o futuro de Isabella, por esse motivo não se achou no direito de pedi-la para tentar ver alem da fronteira.
Com mais alguns animais abatidos, começaram a se agrupar e partiram de volta a mansão. Em determinado momento o vento trouxe o cheiro forte e desagradável de cachorro e minutos depois as imagens, os gritos mentais de Jacob.
A enxurrada de imagens o congelando por segundos.
Carlisle? – gritou afundando os pés na terra úmida, segurando-o pelo braço e arrastando-o em sua velocidade.
Jacob apenas teve o tempo de girar o corpo e sair do caminho de Edward, rolando sobre a grama tendo um vislumbre de Carlisle sobre as costas de Edward.
Registraram a imagem de Leah em sua forma lupina rosnando para Carmela que estava travada pelas patas de Seth afastada da casa, com Quil e Embry na porta da mansão.
– Tira logo, ele não esta rasgando, ele vai sufocar – o desespero na voz de Bella trouxe medo e dor ao coração congelado – Rosalie?
O pavor de Rosalie ao cortar a pele de Isabella o desnorteou, entrou no ambiente a tempo de ouvir o novo grito, fitando o rosto molhado de suor e sangue. As batidas falhas do coração ainda mais fragilizado. Os olhos reviravam na dor. O sentimento de inaptidão o enfraquecia, ouvia as vozes de Carlisle dispensando a ajuda de Rosalie e Emmett, enquanto caminha até Bella.
Tocou o rosto fervente, seus dedos deslizaram pelo sangue fresco, todo seu corpo tremia, as orbes chocolates voltaram ao foco e um pequeno sorriso surgiu nos lábios manchados de rubi, antes dos olhos fecharem novamente.
– Olhe para mim, meu anjo. Mantenha meu mar de chocolate aberto? – suplicou tocando a pálpebra suada.
– Nosso, filho. Nosso filho.
– Vocês ficaram bem, filha – ouvia Carlisle. – a morfina ainda não fez efeito... terei que continuar Edward.
– Não há como esperar?
– Bella já perdeu muito sangue. – avisou removendo mais do tecido que cobria o corpo frágil.
– Bella, quero que olhe para mim – suplicou, conseguia ouvir o desespero do bebê, a preocupação com a mãe apesar de estar desconfortável no ventre, a bolsa estava rompendo. – ele esta começando a sufocar, Carlisle – avisou voltando a olhar para a esposa. – doera muito o que Carlisle fará, morda. – pediu e com o aviso do filho, Carlisle usou sua velocidade para cortar as camadas de pele e gordura até alcançar a película escura em forma de bolsa.
Ver a dor que adornava o olhar de Bella o destruía aos poucos, seu corpo tremia um pouco a cada novo segundo. Não suportava olhar, mas a culpa o corroia, inclinou tocando a testa suada quando Carlisle se inclinou para romper com os dentes a bolsa. Ainda pode ouvir a curiosidade da criança, sentir os dedos em torno de seus pés, antes da linha de pensamento ser cortada.
Voltou sua atenção ao bebê pequeno que olhava para Carlisle com um pequeno bico, Edward procurava pela mente pura, mas nada. Carlisle virou e pode ver os olhos verdes encarando-o, sorriu encantado e abismado por assim como a mãe, também não ter acesso a sua mente.
Assustada, sem ouvir as vozes a pequena chorou, remexendo sobre as mãos de Carlisle que a admirava – minha netinha.
Ainda fascinado com a nova descoberta, Edward caminhou ate sua filha admirando os olhos inteligentes, tomando-a ao colo. Assim que sua mão tocou o pequeno punho pode ler com perfeição os pensamentos de sua filha. Paralisando encantado.
– Deixe-me vê-la – apenas a voz de sua amada o trouxe de volta a consciência, assim como o reconhecimento do bebê sobre a voz da mãe.
Com cuidado Edward depositou a filha nos braços de Bella, admirando o olhar de ambas, o conhecimento, o primeiro toque e sorriu ao ver que mesmo com poucos segundos de vida, sua filha estava tão fascinada pela mãe quanto ele.
– Minha filha – sussurrou apertando-a o quanto pode em seus braços fracos.
A felicidade o consumia, principalmente ao ver que a morfina estava em efeito, Carlisle já havia removido os residos da bolsa e já estava costurando as camadas de tecido de Isabella
– Nossa filha é perfeita, minha vida. – murmurou.
– Perfeita e nossa.
Quando o coração falhou duas batidas, Edward voltou sua atenção em Bella, os braços fracos afrouxaram o aperto no pequeno corpo. Rapidamente tomou a criança em seus braços quando, para seu desespero, Bella vomitou sangue novamente. E seu coração bateu forte antes de falhar.
– Cuide da nossa filha, cuide da nossa Elisa. Eu amo vocês.
Fora apenas um sussurro, antes do coração parar de bater.
– Bella? Isabella? – gritou desesperado ao ver os olhos foscos.
– Me dela Elisa, Edward. Rápido – Rosalie surgiu,
Carlisle se aproximou injetando a grossa pistola com o veneno de Edward que olhava para o corpo inerte, esperando o veneno ter efeito, tocando o rosto.
– Reaja, meu amor?
Tomou o pulso entre os dentes e despejou mais veneno, agoniado repetiu o ato em cada extremidade do corpo, mas o rosto inexpressivo e o coração mudo traziam o vazio que sempre temeu.
Não me deixa, meu anjo.
Carlisle tomou a frente – Não vamos desistir, filho. Com Esme foi assim...
– O coração...
– Vamos dar um incentivo para ele? – tentou sorrir, espalmando as mãos em cruz sobre o colo de Bella e iniciando a massagem cardíaca.
Amargurado e não querendo se sentir inútil, retirou as mãos do pai e tomou o trabalho para si. – Veja Elisa, por favor? Vou me assegurar de trazer a mãe dela de volta.
Todas já cercavam a pequena que terminava de ser banhada por Rosalie enquanto Alice escolhia a roupa. Carlisle entrou com sua maleta, já com as vestes trocadas. Sorriu ao poder ver a bebê e riu ao ver que assim como pai, alem dos olhos verdes, Elisa herdara a cabeleira da avó.
– Bella ficará encantada. – Alice respondeu deixando a roupa sobre a cama.
– Deveria ficar irritada, tanto trabalho para ela ser a copia do Edward! – Rosalie implicou. – Agora esta descente mocinha e seu avô vai te examinar! – beijou a cabeleira ruiva de Elisa que mantinha os olhos atentos. – mostre para seu avô do que você é capaz?
– Do que esta falando, Rosalie – Esme perguntou olhando para Alice.
– Eu também não sei, não consigo ver nada alem de vultos, Rosalie esta sorrindo assim desde que entrou com Elisa nos braços.
Carlisle apenas colocou sua maleta sobre a cama, com dois dedos tocou o peito desnudo da criança que o encarava com um biquinho, antes de enrolar as mãozinhas sobre os dedos e imagens de Bella e Edward ocuparam sua mente.
– Por deus! – sussurrou tremendo com a compreensão.
– O que foi? O que foi? – Alice se pôs ao seu lado, completamente curiosa. – ela tem um dom? O que ela fez Carlisle?
– Veja você mesma. Mostre para sua tia, meu anjo?
Elisa estalou a língua antes de esticar as mãos, a testa franzida, irritada pelo avô não ter lhe respondido a pergunta, libertou a mesma imagem para Alice, focando no rosto da mãe, chiando em seguida.
– Ela quer a mãe. Ela me mostrou as lembranças dela? Ela é incrível!
Elisa perdeu a paciência e resmungou chorando em seguida. Rosalie a tomou no colo, vestindo a roupa escolhida por Alice enquanto com muita doçura explicava que Bella não poderia vir por um pequeno tempo o que apenas serviu para causar o desalento da criança que novamente chorou mostrando a força que os pequenos pulmões tinham.
Apesar de manter a esperança em relação à Isabella, todos se olharam meditando sobre o que fariam com Elisa quando o pequeno som rompeu, frágil, mas trouxe o sorriso aos rostos sérios.
Edward desabou sobre as pernas, causando um tremor na pequena maca, seu corpo convulsionava com os soluços do choro sem lagrimas, inclinando a cabeça sobre a barra de ferro da maca com certa força, causando a queda da mão inerte de Bella sobre seus cabelos, inclinou o rosto apreciando o toque, sugando o cheiro na pele manchada.
Beijando a palma quando voltava a estar de pé.
– Eu estou louca para conhecer minha sobrinha, mas ela certamente apreciaria um dos pais com ela – Pamela enviou o pensamento para Edward enquanto entrava – Alice e eu cuidamos de trocá-la.
Edward voltou a olhar para Bella, os olhos agora fechados, por Pamela que começava a remover a roupa rasgada e manchada. Ouviu a mente de Alice que segurava uma Elisa chorosa.
– Ela é completamente sua, Edward! Bom, tem o nariz e a pele da mãe e quentinha – a voz doce ao beijar a bochecha de Elisa que manteve a atenção no pai. – ela é incrível.
– Sim, tão perfeita quanto à mãe. – sussurrou admirado por não conseguir ouvir a mente inocente até ter a filha nos braços. – um pequeno milagre. Logo teremos a mamãe conosco, ela precisa dormir agora.
Conversava hipnotizados pelos olhos verdes, suas lembranças eram nebulosas, mas Carlisle havia mostrado todas de sua mãe, e podia ver muito de Elizabeth Masen na pequena em seus braços, a forma de franzir a testa, a pequena mancha no pescoço e a forma de olhar.
Naquele momento tudo o que queria era sentar com sua filha nos braços e esperar pelo momento que poderia voltar para o lado de sua esposa, mas não era tão simples. Cuidados com Elisa precisavam ser tomados, como por exemplo, o modo de alimenta-la, se aceitaria alimento humano ou se algumas das bolsas de sangue deveriam ser usadas. Levou os dedos aos lábios para ver que a pequena boquinha não continha dentes.
Não era o único com duvidas quanto a isso e após todos os cuidados não houve surpresa ao ouvir o som de metal maltratado, pode ver a dedicação de Rosalie ao retorcer até o metal se transformar em uma perfeita mamadeira.
Sorriu agradecido quando Rosalie lhe estendeu a mamadeira com sangue morno, apesar do desejo de alimentar a bebê, Rosalie se conteve em admirar Edward erguer a mamadeira para Elisa que mexia a cabeça de boca aberta ao sentir o cheiro, choramingando.
Com toda delicadeza inclinou o bico metálico para que ela sentisse o liquido, o suficiente para sua atenção ser mantido no pai, que sorria ao comprovar as lembranças de Carmela, Elisa aprende rápido e sugou o liquido com destreza. Enquanto mantinha os olhos no pai.
Seus braços agitando quando o metal, agora vazio foi afastado, moldou o pequeno corpo ao seu ombro dando leves toques até ouvir e suave arroto. Mesmo com sua atenção voltada à filha, podia ouvir os pensamentos de Carlisle, sua curiosidade, suas preocupações e suas intenções a cerca do futuro de Elisa.
Entendia, mas assim como Carlisle não conseguia cogitar por mínimos minutos o ato de perfurar a pele delicada da filha para manter uma parte do sangue para estudo.
Carlisle apenas deixou tudo passar por sua mente, enquanto se aproximava, sentando ao seu lado e apreciando a pequena que mantinha os olhos no pai.
– Não é algo que me agrade – iniciou – e não sabemos se conseguiríamos de toda forma, assim como nosso veneno pode afetá-la.
“Sim, eu também tenho minhas duvidas sobre isso, talvez Carmela possa ajudar...” – lembrou-se de que ela não possui veneno – “e possivelmente, Isabella não permita quando despertar...”
– Imagino... – Edward sorriu para a filha e se ergueu – vamos logo.
Com tudo preparado com Elisa atenta aos seus movimentos, apenas acalmou a filha quando Carmela entrou, delicadamente passou o dente canino pelo pezinho de Elisa que chorou assim que a pele foi perfurada.
O choro forte ecoando pela casa, Carlisle rapidamente recolhia amostras do sangue em varias plaquetas e assim que se afastou, Carmela deslizou a língua pelo corte, removendo o sangue e fechando o pequeno corte com sua saliva. Complacente e arrependido do ato, Edward tomou a filha aos braços e seguiu para o quarto onde Bella estava.
Os batimentos fracos do coração era a musica da sua vida, sentou ao lado da maca, admirando o corpo frágil, um delicado vestido floral em tom de azul cobria sua pele pálida e marcada pelos hematomas e mordidas.
Respirou fundo vendo a imagem de Bella pelos olhos da filha que admirava a mãe, confusa por não vê-la se mexer como todos, sua curiosidade gritando.
O dia já havia dado lugar ao crepúsculo quando Alice entrou com outra mamadeira para Elisa. Sua concentração estava em ouvir as batidas mais altas do coração de Bella e as imagens mentais de Elisa, reparando realmente no horário quando tornaram-se desfocadas, o bocejo antes de seu rosto sair do foco da filha e os longos e densos cílios fecharem e sua respiração lenta diminuindo as batidas frenéticas do pequeno coração.
Com o berço preparado em seu quarto, deitou-a delicadamente sobe o colchão, Pamela e Rosalie entraram e se ocuparam de vigiar a bebê enquanto os outros voltaram à caça que fora interrompida.
Precisariam estar recuperados para quando Bella acordar, um recém criado sempre é imprevisível e Isabella poderia ser ainda mais. Voltou ao seu posto tocando o rosto morno da esposa, segurando a mão pequena entre a sua pra continuar com sua espera.
A lua já percorrera grande parte do céu quando captou algo alem dos sonhos coloridos da filha. Uma mancha negra e fogo.
À principio a duvida não o permitiu entender e acreditar que vinha de Bella. Que estava, pela primeira vez tendo acesso a mente dela. Via a confusão da mente que busca entender onde estava.
– Meu amor?
Percebeu o que seu chamado causou, não poderia medir sua dor com Jasper longe e Isabella ainda estava perdia entre sua mente confusa e, aparentemente, as doses de morfina. Estava feliz por não ver a dor em sua amada, mas apreensivo pela confusão mental, assim como feliz por ter acesso a sua mente, principalmente em um momento como a transformação.
Degustou de cada segundo, tornando-se apreensivo ao entrar e sair de foco os pensamentos, como uma estação de radio mal sintonizada, mas que se tornava clara aos poucos, até finalmente ter o acesso aos pensamentos.
Bella não conseguia entender o que ocorria, o bater doloroso do coração ou o que ela imaginava ser e estar seu coração, era tudo o que a fazia acreditar, assim como onde deveria ser seus pulsos.
Inicialmente acreditou ser apenas o sangue pulsando com força em suas veias, ate entender o padrão de queimação. Sabia que algo importante acontecia, que precisava abrir os olhos para algo importante que necessitava dela. O quanto antes.
Mas essa consciência serviu apenas para aumentar a queimação, dessa vez não era apenas os pulsos, seus dedos e toda a palma queimavam, assim como seus pés e pescoço. O reconhecimento veio muito depois, quando sua cabeça começou a queimar e o calor a percorrer seu corpo. Estava sendo transformada.
Queria pedir para pará-la, para a matarem, mas sentia que não poderia, que devia sobreviver e mesmo que quisesse não conseguia achar sua voz entre toda a queimação em seu corpo. Não conseguia gritar, não conseguia se mexer e algo rompia em seu interior, tomando proporções maiores a cada segundo que o fogo aumentava.
Morfina.
O simples nome a trouxe para o conhecimento, paralisada pelo que ainda restava da morfina enquanto o veneno percorria seu corpo, transformando em cinzas tudo que havia de humano em seu corpo, dando-lhe a esperada imortalidade.
Sem o conhecimento do tempo, em seus sentidos nada era compreendido. Sentia apenas que suas mãos e pernas ferviam, seus ossos poderiam derreter com as chamas que percorriam sua pele.
E quando sentiu que não havia morfina em sua mente, precisou controlar o desejo de gritar. O toque só fora percebido no exato momento em que se preparava pra gritar, para implorar que apagassem o fogo. Era como jogar cubos de gelo em uma labareda, não faria diferença, mas seria notado por poucos segundos.
Era isso que os toques gelados traziam.
– Bella, meu anjo?
Tão suave quanto notas de uma canção no piano, era o sussurro em seu ouvido. Um alivio entre o desespero.
Edward.
Ele estava ao seu lado, seu toque. Havia prometido e cumpriria, por isso manteve-se o mais estática possível, temendo murmurar seu nome e distribuir todos os gritos até que a queimação finasse.
– Perdoe-me, anjo. Isso vai acabar. Perdoe-me... mas que merda. Eu não consigo mais.
– Isso é bom, filho. O veneno esta funcionando, assim como o coração.
Coração
Seu coração queimava entre as batidas, sua pele, mãos, pés, olhos, ouvidos. Tudo fervia, algo liquido como lava descia for seu crânio, mandíbula, tocando a ponta de sua língua e descia por sua garganta, devorando seu equilíbrio.
Carlisle procura acalmar Edward, que desde o momento em que pode ler a mente de Bella não se separara de seu leito, absorvendo cada sinal, cada confusão mental como o mais precioso conhecimento.
Claro que ter acesso a sua mente em um momento como a transformação não era a mais prazerosa forma ou como desejava ter acesso ao seu paraíso, mas era o que lhe foi dado e realmente, não havia uma palavra adequada para o que sentiu ao compartilhar da mente e da dor de Bella.
E mesmo sentindo-se ainda mais inútil, era perfeitamente aceitável que carregasse estas lembranças por toda eternidade e principalmente, não usar morfina quando, por alguma infelicidade, precisassem transformar outro humano.
Cuidava da filha durante as duas manhãs e permitia que Rosalie e as mulheres distraíssem sua filha ocupando-se exclusivamente de Bella quando as mudanças tornaram-se visíveis. A pele tornando-se saudável, os cabelos perdiam o tom escuro, voltando aos poucos para seu mogno, os lábios ganhavam cor e hipnotizavam seu ser, o coração acelerando enquanto a pele perdia gradativamente a temperatura.
Os pulsos fecharam-se evitando espasmos e Edward ergue-se atento. Observando as mudanças enquanto o coração acelerava drasticamente. Isso não era o esperado, Bella deveria reagir apenas na madrugado do próximo dia.
Pamela e Rosalie seguiram para o sótão com Elisa e Ale, sendo guardados por Jacob, Quil e Seth.
O coração tornara as batidas aceleradas em um único som antes de começar a falhar, batendo mais três vezes após todos os Cullen estarem posicionados, preparados para o despertar de Isabella.
A última batida, o silencio.

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