domingo, 18 de outubro de 2015

MVA - Capítulo - 20

Fase 3: Minha filha

Seu coração disparava, transformando os batimentos em um único som, que aumentava gradativamente em seu ouvido, desejando cobrir e abafar o som, mas precisa manter os punhos caso contrario poderia se debater.
A queimação chegou ao nível que não aguentaria mais manter o silencio e quando se deu por vencida sentiu o calor sumir de seus pés, de suas mãos. Como um elástico que fora esticado ao máximo e liberado, subiu por seu corpo, abandonando sua cabeça descendo por sua garganta.
O ponto exato onde o fogo se concentrou, ouviu um bater do coração antes do silencio, livre de da dor sobrou apenas à confusão, aos poucos o som voltou. Vários pássaros cantavam como instrumentos de uma orquestra, ouvia o zumbido do vento, a correnteza do rio no quintal dos fundos, os carros na rodovia.
Muito depois percebera que não estava respirando, inspirou fundo, vários cheiros ocupavam o local, não conseguia distinguir, muitas informações ao mesmo tempo, queria ver para reconhecer.
A claridade intensa a sugou, conseguia enxergar com detalhes cada forma e cada falha no gesso do teto, nas paredes e observou as partículas de poeira em uma singela dança, com a brisa que invadia o local. Um pequeno movimento ao seu lado chamou sua atenção e antes que percebesse já estava sentada.
Olhou para a maca, mal havia pensado em se mover e já estava sentada, analisava as fibras do tecido com muita atenção. Edward já não suportará permanecer em silencio e mover-se não surtiu efeito...
– Bella?
Ela pode ouvir uma melodia acompanhar a voz, reconhecendo imediatamente o dono dela, seus olhos encontraram com os dele no mesmo instante. Se antes poderia dizer o quanto encantada e fascinada sentia-se por Edward, agora ela percebera que nunca havia calculado corretamente.
Como humana jamais soube o que realmente era seus sentimentos e tudo que Edward lhe provoca. Seus olhos nunca fizeram jus a sua beleza, seus ouvidos nunca foram capazes de ouvir a melodia na voz rouca sussurrada.
Os lábios nas proporções adequadas para ela, tão convidativos e hipnóticos que não pode resistir ao desejo de correr para seus braços. Não se importando ao chocarem os corpos contra a estrutura da casa ou o som de rochas se encontrando.
Esperava por lábios frios e firmes, mas encontrou suavidade e calor, ao menos tinham a mesma temperatura que os seus, gemendo ao ser correspondida. Ao ter a língua atrevida estimulando a sua, sugando-a sem pudor, sem cuidados, desejo puro, entorpecendo-a.
Gemeu surpresa e se afastou ao ouvir o gemido de dor de Edward. Seu anjo estava encolhido em seus braços, segurando o riso. Lembrou-se de sua nova condição e diminuiu o aperto, deslizando suas mãos até o peito firme.
– Eu deveria pedir o divorcio por ter me evitado esse tempo todo – disparou e emudeceu ao ouvir o quanto sua voz parecia melodiosa, sedutora ao ponto de assustá-la.
– Não existe divorcio para vampiros, terá que me suportar pela eternidade – murmurou adornando o rosto.
Não conseguia parar de sorrir, sua esposa era a prova de que havia um nível acima da perfeição. Os lábios sedutores, o perfume que exalava a pele translúcida, o nariz arrebitado, os fios mognos. O corpo que recebera curvas acentuadas...
Não sabia se pela transformação ou resultado do parto antes da transformação, mas sua Bella estava ainda mais mulher, sentia o desejo vibrar em seu corpo, mas lembrou-se que sua família estava ali e já protagonizou uma cena.
Voltou sua atenção para os olhos carmins, aquele era o detalhe principal. A observou inclinar o rosto em sua mão, fechando os olhos.
– Agora temos a mesma temperatura – sussurrou sorrindo antes de abrir os olhos novamente e rir – eu vou demorar a me acostumar com minha nova voz.
– Bem, ainda não viu o que a imortalidade fez em todo – retrucou rindo, levando-a até o espelho.
Admirou o reflexo, primeiramente sem acreditar que aquele era o seu reflexo. Os olhos carmins e a pele translúcida lembraram Jane, poderia facilmente ver o monstro adormecido ali, dentro de seus olhos, o nariz arrebitado, então os lábios disformes, o inferior um pouco mais carnudo que o superior, erguendo a mão para se tocar, vendo o reflexo fazer o mesmo.
Acreditando apenas que era seu reflexo quando viu a marca da mordida de James, agora em cada detalhe da arcada dentaria, as lembranças borradas daquele momento passavam em sua mente enquanto ainda olhava para o reflexo.
Admirando os seios firmes e um pouco maiores do que costuma ser quando humana, mas não poderia fazer uma comparação adequada quando todas as lembranças estavam desfocadas. Desceu mais o olhar vendo a cintura fina, quadris um pouco mais largos e barriga lisa. O sentimento de errado ocupou sua mente antes que flashes do ventre dilatado, do chora infantil, da sua bebê, sua filha.
– Elisa – girou – onde ela esta, Edward. Ela esta bem?
– Sim.
O sorriso e olhos brilhantes foram o suficiente para acalmá-la.
– Como consegue mudar tão rápido? – a pergunta em outra voz a deixou em alerta.
Uma atitude errônea e precipitada de Jasper, mas não estava preparado para o que Isabella fazia. Podia ouvir o riso debochado de Emmett ao seu lado. Teria que pagar uma pequena fortuna por Bella ter “atacado” Edward e não os notado no local.
Isabella era uma recém criada diferente de todos com o qual teve o desprazer de encontrar. Olhar para Jasper fora uma experiência assustadora inicialmente. As diversas cicatrizes das mordidas que recebeu ao longo de sua imortalidade eram apavorantes.
Mas tomavam um grau de periculosidade quando transformava cada mordida em um vampiro morte. Jasper havia sido atacado por um exercito, assim como exterminou um exército. Um aviso claro para qualquer vampiro manter-se alerta em sua presença.
Bella deu alguns passos para trás, puxando Edward.
Jasper sorriu, levanto a mão devagar e dando um passo atrás, Emmett bufou irritado com a demonstração, recebendo a atenção de Bella. Comparado com Jasper a pele de Emmett poderia ser pura, havia algumas mordidas espalhadas por seu braço, diferente das profundas que Jasper possuía.
Os músculos bem desenhados fez uma careta como se fosse atacá-la e rosnou baixo, recebendo o sorriso debochado com covinhas, detalhe que sugou a atenção de Bella que sorriu de volta, vendo ser impossível não sorrir para o dono daquelas covinhas.
Entendendo perfeitamente os motivos de todos nunca repreenderem Emmett ou permanecerem muito tempo bravos com suas atitudes. Era impossível. Desta forma dedicou um olhar a cada membro. Carlisle abraçado a Esme. Suas características tornando-se mais acentuadas ou claras agora com seus novos olhos, o bater de saltos chamou sua atenção e escondida entre os músculos de Emmett e Jasper estava Alice.
Sua baixa estatura acentuada por ambos a esconderam do seu olhar, afastou ambos se colocando na frente, arrumando alguns fios atrás da orelha, sendo impedida por Jasper de seguir em frente e abraçar a amiga. Bufou, mas aceitou a restrição.
Sorriu, piscando um olho e erguendo a sobrancelha para a amiga, enquanto acariciava o braço de Jasper. Bella retribuiu ao sorriso e girou os olhos para o ato da amiga, abraçando Edward.
Emmett gargalhou batendo nas costas de Jasper e Carlisle – cara, foi à grama mais fácil de ganhar, estou com tanta sorte que vou pra Vegas dessa vez!
Bella olhou confusa para Edward que apenas revirou os olhos, beijando-a em seguida. Alice beijou Jasper e seguiu até a amiga, abraçando-a, desta vez Bella mediu sua força, adornou-a e gostou do cheiro de Alice, jasmim e algo cítrico.
– Eu vou levá-la agora – Edward bufou.
– O que foi?
– Você precisa caçar.
A simples palavra trouxe sua atenção para a queimação em sua garganta, acenou. Diferente do que imaginou viu Jasper e Emmett caminhar até a varanda e parou, então aceitou o fato de que agora, ela era o perigo. Deveria ter escolta para evitar qualquer ato que os delatasse.
Caminhou de mãos dadas com Edward, então partiram. Seus pés afundavam na terra, retirou as sandálias de salto, deixando na varanda. Correndo lado a lado com Edward, percebendo apenas quando já estava saltando que seu pulo era sobre o rio. Pousando na outra margem e olhou para trás, rindo da façanha.
– Topa ver quem chega primeiro, maninha? – Emmett provocou socando o braço de Bella que virou os olhos.
– Emmett. – Edward e Jasper avisaram ao mesmo tempo.
– Fala serio, vem Bella. Larga esses chatos. No três?
– Três! – gritou empurrando-o e disparou pela mata.
Os três riram da atitude de Bella e correram para alcançá-la. Emmett se esforçava, não gostava de perder, Jasper um pouco a frente, Edward era o único que estava realmente se aproximando, alcançando-a algumas milhas antes da fronteira. Segurando-a com força, sorrindo com a sua gargalhada.
– Ganhei.
– Acho que aqui já é o suficiente – Jasper ponderou.
Os três farejaram o perímetro ate sentir o cheiro do bando, seguiram entre pedras e observaram, instruindo o que Bella deveria fazer. Enrugando o nariz, com nojo do cheiro. Jasper foi na frente e Isabella imitou seus passos tomando um veado, quebrando o pescoço e sugando o sangue, um queixume escapou com o gosto do sangue. Deixou a carcaça caída aos seus pés.
– O gosto é horrível e minha garganta ainda queima – resmungou.
– Esse é o gosto de herbívoros, com o tempo você acostuma. Não há pumas por perto – murmurou beijando os lábios crispados, desfazendo o pequeno bico.
O desejo voltou ao seu corpo, esquecendo de onde estavam e da caçada, concentrada nos lábios viciantes, buscando pela língua atrevida, colando os corpos. Emmett foi o primeiro a sentir o cheiro, deixando a carcaça para trás, correndo até Bella e Edward.
Segurando-a com força antes do vento alcançá-los e Bella enrijeceu com a aproximação. O aroma foi como álcool para as labaredas em sua garganta, Jasper aproximou segurando sua mão.
A tensão de estar cercada por três vampiros fez seu instinto ficar alerta, tirando sua atenção do doce aroma de humano. Edward em sua frente, Emmett em suas costas e Jasper ao seu lado.
Outra rajada de vento trouxe alem do aroma humano, a perfeição do sangue. O veneno molhando sua língua. Choramingou tentando escapar, Emmett fora mais rápido a prendendo em seu peito. Jasper se encolheu com sua dor e a de Bella.
– Que humano filho da puta – praguejou olhando para o irmão que apertava a mão de Bella.
Edward tomou o rosto de Bella entre as mãos, sentindo a dor que percorria sua amada que choramingou novamente, mas desta vez não tentou escapar, fechando os olhos tombando o rosto sobre o peito de Edward. Parando de respirar.
A agonia estava presente nos três vampiros ao ver que Bella permanecia petrificada, enquanto o vento não mudava a direção. Quase pularam quando, após minutos o vento finalmente mudou a direção, levando para longe o cheiro de sangue e do humano.
– Acabou, amor – Edward sussurrou beijando a testa de Bella que acenou voltando a respirar.
– Desculpe.
– Desculpar? Você foi incrível, meu amor. Poderia ter nos derrubado em poucos segundos e não fez.
– Mas eu cogitei fazer isso.
– Era o natural e esperávamos por isso.
– Definitivamente – Jasper retrucou se afastando.
– Vamos atrás de um leão da montanha ou um urso, vamos caçar de verdade, branquinha – Emmett sugeriu.
Correram por um tempo, até estarem o mais longe possível do local anterior, farejavam até encontrar o puma em uma arvore, vigiando cervos na margem do rio. Agora com o cheiro humano gravado em sua mente, poderia comparar, não era a mesma coisa, não chega minimante perto, mas era o melhor, era o que tinha, e o que deveria caçar para seguir sua vida ao lado de Edward e de todos os Cullens.
Ao lado de sua filha.
Por isso não esperou por explicações, instruções, apenas inalou profundamente, permitindo que o veneno molhasse sua língua, correu até a arvore, pulando sobre o mesmo galho em que o animal estava.
O rabo do puma tocou em sua perna, deixando-o alerta, nunca havia ouvido o rosnado e concentrou sua atenção ao som, aos movimentos do felino que girou e se preparou para soltar.
Ergueu os braços, amparando o animal e esquecendo de sua forma, afundou as unhas no pescoço, matando-o enquanto segurava a fera em seus braços. Não gostava do pelo, mas achou a veia correta, sugando com rapidez o liquido quente. Jogando a carcaça sobre as raízes da arvore.
Ergueu as mãos manchadas com o sangue, sorvendo das gotas. Recebendo o reflexo sobre sua pele do sol baixo no horizonte. Observando cada fragmento do brilho. Assim que os sentimentos de Bella e Edward modificaram, Jasper apenas puxou Emmett pelo ombro e correram para casa.
Completamente seduzido pela imagem, Edward caminhou com pressa. Escalando a arvore, pondo-se ao lado da esposa. Observando a pele exposta entre os rasgos que as garras causaram.
As garras traseiras causaram o rasgo de três tiras em fenda nas coxas, pode observar mais três tiras da base do seio até o ventre e a outra das costas até cintura, inclinou-se, colando-a ao tronco, gemendo com os toques por seu braço, admirando os olhos carmins levou sua língua pela gota de sangue que descia pelo pescoço fino, lambendo de volta até os lábios, beijando-a com ardor.
Bella não sabia como lidar, quase sufocada com sua excitação, retribuindo, unindo-os e gemendo quando as mãos grandes invadiram seu vestido, tomando suas coxas, subindo e apertando a pele ao erguê-la.
– Eu não vou conseguir esperar até em casa.
– Por favor, não espere.
Ali, sobre a grama, ao crepúsculo, Edward ajoelhou, erguendo o vestido de acordo com que deitava Bella sobre a grama, admirando os seios firmes, perdendo um controle e removendo suas roupas com rapidez, se desfazendo da calcinha. Deslizando as mãos pelas coxas à medida que Bella erguia e abria as pernas.
Encaixando seus lábios ali por um tempo, gemendo juntos. Segurando firme os fios cobres, os lábios se tornavam exigentes, a língua mais atrevida, subindo por seu corpo, tomando a urgência por senti-lo quando sugou seu seio.
Não estavam preparados para os sentimentos que explodiram com a união dos corpos, a necessidade crua e violenta do outro, deixando de lado o cuidado, a suavidade e aprofundaram com luxuria e desespero.
Deixando suas feras livres, surpresa por conhecer o outro lado de seu marido. A mão firme puxava seu cabelo, segurando com força, auxiliando-a a deitar a cabeça sobre seu ombro, enquanto um novo orgasmo queimava seus corpos antes de caírem novamente sobre a grama.
Deslizou o nariz no pescoço másculo, com os braços erguidos acariciando as madeixas cobres, ainda unidos por movimentos sutis e toques provocativos por seus seios.
– Ate a natureza esta á nosso favor! – Edward murmurou mordiscando sua orelha. – uma noite sem nuvens, céu estrelado, lua...
Ergueu-se, separando seus corpos, girando e sentando sobre o corpo viciante – não posso concordar, tendo olhos somente para o meu marido – retrucou guiando-o novamente para seu interior – principalmente quando descubro lados que me foram negados quando humana.
Estava acostumada a ver o rosto sempre tenso, o sorriso contido, os atos calculados e agora encontrava-se maravilhada com os sorrisos contínuos, com a luxuria em cada caricia. Com a nova forma que o dominava.
Novas medidas para sua nova vida, medidas das quais gostou profundamente. Podia ver seu marido doce e cuidadoso nas caricias pós gozo. Mas estava amando conhecer a fera que rompia sua camada de cavalheirismo, mostrando o vampiro dominador.
Apoiou as costas sobre as coxas firmes, ainda unidos e apreciando os toques em sua perna após mais um orgasmo. Admirando as centelhas de brilho que a lua causava em suas peles, uma forma suave comparada a que o sol causa.
– Acho que já conseguimos nos manter sobre controle, vamos voltar?
A pergunta a desarmou, lembrando do que fez anteriormente, e que ate onde viu, sua Elisa era um bebê como os humanos.
– Eu estou com medo, não quero machucá-la, ela é forte?
– Elisa já quebrou alguns dedos de Embry e outros Quileutes...
– Fica do meu lado?
– Sempre.
O caminho de volta foi mais fácil, nenhum odor, nenhuma distração. Apesar do peito desnudo de Edward. Agradecia por não corar ou sua bochecha a entregaria. Apesar do vestido estar realmente em retalhos, e não achar adequado aparecer assim na frente de sua família, ter a imagem do peito desnudo de Edward ajudava a distrair sua mente e espantar o medo que sentia ao estar novamente com sua filha, desviar o medo de não conseguir resistir ao sentir o perfume de Elisa. Quebrando sua camada de segurança, de que nunca machucaria a própria filha.
Seu corpo travando no momento em que a casa surgiu em suas vistas – e quanto ao Ale? Se eu conseguir lidar com Elisa por ela ser minha filha e não conseguir me conter com Ale...
– Não precisa temer meu amor. Estaremos do seu lado. – beijou a fronte.
O toque firme em sua mão e após minutos fixando o olhar nas orbes douradas pode sentir mais segurança, sendo a primeira a saltar sobre o rio. Caminhava devagar, respirando fundo por costume e para se acostumar com o aroma de cada um.
Podia ouvir três ritmos de batidas, um humano. Ale. Alguns acelerados, mas não em sintonia.
– O bando esta aqui?
– Eles insistiram.
E mais um, fechou os olhos para apreciar a melodia única. Sendo o mais veloz de todos, sua concentração fez o som tornar-se o mais nítido. O aroma fez seu corpo se impulsionar e rapidamente estava na sala.
Todos se ergueram, necessitava olhar para a dona daquele coração. Buscava entre os rostos quem estava com ela. Com sua filha. Inalando novamente. Sentiu as labaredas em sua garganta, era uma surpresa a mescla de sangue e cheiro típico de bebê.
Minha filha
Jasper deu um passo à frente, completamente tenso com os sentimentos de Isabella. Sentia a urgência, a impaciência e as mais preocupantes; sua irritação e a sede.
– Agradeço pela calmaria, Jasper. Mas eu quero minha filha.
O tom exigente fez todos ficarem em alerta, alguns Quileutes tremiam nos cantos da sala, inalou novamente, olhando o ponto exato onde Rosalie segurava sua filha. Caminhou em direção, tendo seu caminho bloqueado por Jasper e Emmett.
– Não me parece adequado...
– Sai, Jasper.
– Eu sinto a sua sede e a sua raiva.
– Eu não vou machucar a minha filha. – sibilou.
– Meu amor... – Edward estava apreensivo. Bella perderia o controle.
– Entra com ela, Rose.
– A filha é minha. – rosnou.
Antes que pudesse compreender ou antecipar os passos, Bella já havia arremessado Jasper e Emmett de sua frente, passando por todos os outros e parando em frente à Rosalie no segundo andar.
– Bella, talvez seja...
– Ela é minha.
Não teve dificuldades em tomar a filha nos braços, rosnando em desafio para todos que se aproximavam. Elisa mantinha os olhos sobre a mãe, completamente atenta. Resmungando para chamar atenção.
Hipnotizada ainda não era a palavra correta, mas a mais próxima de como Bella sentiu-se ao olhar para a filha. Ainda estava com a imagem desfocada da pequena bebê, suja de sangue e placenta. Sorriu ao ver o bico nos lábios pequenos e rosados, tão parecidos com os seus.
Tocando com leveza as sobrancelhas ralas em tom de cobre iguais a cabeleira, e idêntica ao pai. Tocou a ponta do nariz arrebitado enquanto admirava os olhos em um tom intenso de verde.
– Uma pena que ela não tenha herdado os seus olhos, vou sentir falta.
Edward sussurrava à medida que se aproximava com cautela para não assustá-la. Todos estavam em suas costas, tensos. Preocupados com a possibilidade de Bella perder o equilíbrio ao sinal de qualquer aproximação.
– Mas saciou minha curiosidade. Elisa. Tão linda – murmurou entre risos, segurando a minúscula mão e cheirando a palma.
Os dedinhos firmes apertando seu nariz quando imagens saltaram. A imagem da mão de Carlisle, o colo do avô, o sorriso de Edward e então seu rosto. A imagem a desnorteou e antes que pudesse ter qualquer reação, Jasper a segurava com força e sua filha já não estava em seus braços.
– O que ela lhe mostrou? – Edward pedia tomando a filha aos braços e Rosalie se afastava novamente.
– Como... ela... ela me mostrou... os pensamentos dela?
Edward apenas acenou e Elisa resmungou, agitando os braços antes de chorar desesperadamente. Todos os circularam tentando ver o que acontecia, Bella sentiu a dor, seu instinto exigia finalizar a causa do choro. Antes que pudesse arremessar quem entrasse em seu caminho, Edward se pronunciou.
– Ela só quer a mãe, só isso. Bella já mostrou ser capaz de lidar com nossa filha – sorriu para a esposa, entregando Elisa que assim que sentiu os braços da mãe, finou o choro, enredando a pequena mão entre os dedos de Bella.
A manhã passou com Bella atenta a filha em seus braços, absorvendo de cada lembrança da filha, abraçada a Edward. Aquele primeiro contato, primeiro momento em família não fora perturbado por ninguém.
Ficaram sobre o sofá, sorrindo,aprendendo a lidar com Elisa e seu temperamento. A cuidar da higiene e alimentação da filha. Uma decisão que deixou todos nervosos novamente, mas Bella não admitiu ser contrariada, preparando a mamadeira e dando a filha.
Completamente em seu controle. O banho e as fraldas. Já era á tarde quando as imagens perderam a nitidez, os olhos fechando com mais frequência até que Elisa adormeceu.
– Be?
Pamela entrava na sala, sorriu para a amiga, sentindo um aroma sobre ela, aroma que fez seu veneno umedecer a língua. Sendo perceptiva de que aquele aroma era o de Ale. À medida que se aproximava o cheiro tornava-se mais forte, irresistível.
É apenas um teste, esse cheiro é do Ale, meu afilhado, meu filho também, filho da minha irmã de coração.
Mentalizou como um mantra enquanto respirava fundo caminhando de encontro a amiga e inalando profundamente em seu ombro, onde o cheiro era forte. Fazendo a queimação em sua garganta crescer consideravelmente.
Afastou-se, sorrindo e recebendo um enorme sorriso da amiga – espero não ter lhe apertado muito.
– Não, você esta melhor do que eu...
Observou o buraco onde deveria ter uma janela e o outro lado onde deveria ter uma parede. Ambos destruídos quando arremessou Jasper e Emmett.
– Ainda preciso pedir desculpar a Esme por isso.
– Eu quase queimei todo mundo, parede e janela é fichinha!
Sorriu, recedendo um novo abraço da amiga, Alex descia sorrindo para ambas. Sem cuidado apenas correu para Bella, abraçando-a e tirando do chão.
– Eu sabia que mesmo saindo com Edward, você não resistiria ao meu charme e daria um jeito de voltar pra mim, baby? Casar e ter filho foram exageros de sua parte! Era só pedir com jeitinho – provocou encerrando o abraço.
– Idiota – ambas retrucaram com Edward acompanhando.
– Vou levar Elisa para o berço. – levantou com Elisa e beijou a esposa, Bella sorriu beijando a testa da filha.
– Ciumento... pena que eu não pude ir na sua caçada! – Alex provou novamente.
– Vamos à próxima, amor. Agora... quer ver o Ale ou acha que esta forçando?
– É melhor amanhã. Quero caçar de novo antes de vê-lo...
...
– Ela não vai sumir – sussurrou mordiscando o pescoço desnudo.
Bella sentia cada centímetro de seu corpo despertar com as caricias, gemendo e se afastando do berço. Admirar Elisa dormir tornara-se um excelente passa tempo e sentia como se cada segundo ao lado de Elisa, sentindo seu aroma, tornasse a sede aceitável e um preparativo para quando encontrasse com Ale.
– Eu sei, mas ela é... tão perfeita.
– Nos podemos deixar para observar cada segundo em que ela estiver acordada – replicou tomando-a nos braços e sentando sobre a cama – e enquanto ela dorme, nos podemos...
Deixou a frase morrer, demonstrando em gestos, como beijos em seu pescoço, desabotoando a blusa, abaixando a alça do vestido, deixando claro quais eram suas intenções.
– Se ela acordar?
– Ela não vai acordar.
– Os outros?
Girou o pequeno corpo, apoiando o indicador na gola do vestido, rasgando o tecido. Completamente nua. Cobriu os lábios com o dedão, pedindo silencio, sussurrando – quietinha – tomando um dos seios e levando-a para a sauna.
Não via problema algum em se esconderem para um momento a dois, só deles, antes do dia clarear e os problemas surgirem novamente. Sorriu fechando a porta e rasgando os tecidos, deixando-o nu.
– Se não há perigo dela acordar... – sussurrou estimulando-o.
Sorriram apreciando a união dos corpos, dos lábios com toda noite pela frente.

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