sábado, 8 de dezembro de 2012

E - Capítulo 11


Pov Bella


"Pude ver que a morte nos esperava, faltava menos de meio metro para a gasolina alcançar o fogo e tudo ir pelos ares. Foi quando agradeci pela inconsciência me levar..."


Continuando...


A morte é totalmente diferente do que eu esperava, mesmo não sendo a primeira vez que fico cara a cara com ela. Foi calmo demais, sem dor. É assim ou só esta acontecendo assim por eu ter perdido a consciência antes do pior? Mas será que estou no tão falado purgatório? Isso não é o céu! E nada tem haver com inferno, aliás parecia mais um buraco negro, já que tudo estava escuro, não sentia absolutamente nada, foi então que algo aconteceu. Ouvi ao longe um apito que, pouco a pouco, se tornava mais presente, era como se estivesse aproximando, comecei a ouvir uma batida, como se fosse meu coração.


Ambos batiam na mesma frequência e começava a me incomodar, meu corpo parecia dormente? Minha cabeça pesada. Minha consciência voltava aos poucos? O bipe só aumentava, tentei entender o que se passava à minha volta. Tirando o bipe irritante eu não ouvia mais nada, nada de vozes, nada de passos, nenhum grito.


Tentava buscar minhas pálpebras, elas estavam pesadas o que me fez demorar a movê-las, foi um alivio finalmente ter o controle dos meus olhos, mas precisei piscar várias vezes até conseguir ver algo por causa da luz que queimava minha retina, indicando que fiquei tempo demais sem usá-la.


– Finalmente princesa!


– Pai? – minha voz saiu um pouco rouca.


– Me deu um susto e tanto!


– O que aconteceu? – digo tentando lembrar, carro, perseguição, capotando, fogo, Jasper – Jasper? – sinto o bipe disparar


– Calma pimentinha, ele está bem!


– Pensei que morreríamos!


– Graças aos céus isso não aconteceu! Você se lembra de algo?


– Um pouco, o fogo estava tão perto... não tinha força pra puxar o Jasper. Quem nos encontrou?


– Não sabemos, alguém ligou para o hospital e para a policia avisando sobre vocês! Ainda estão investigando.


– Ainda? Quanto tempo estou aqui?


– Dois meses.


– Isso tudo?


– É, seu quadro complicou um pouco... – se remexeu na cadeira – descobrimos uma nova alergia da pior forma possível!


– Sempre consigo estragar algo que já esta ferrado!



– Com mais isso os médicos a induziram ao coma!


– Vejo que minha paciente finalmente despertou! – disse senhor Cullen entrando.


– Senhor Cullen?


– Não sabia que estava tão desesperada para saber como me saio em minha profissão?!


– Eu adoro hospitais, como certamente viu em meu histórico.


– Seu pai me manteve informado – toci um pouco, minha garganta estava arranhando – tome – disse pegando um copo com canudo –está precisando de um pouco disso! – tomei um pouco de água e me senti bem melhor.


– Lembra-se do que aconteceu?


– Lembro. Mas quero saber sobre Jasper.


– Ele está bem, já recebeu alta há semanas.


– Que bom! É normal não sentir meu corpo?


– Como?


– Só estou sentindo meus braços.


– Fique tranquila que isto se deve ao sedativo, mas realmente ficará sem andar por um tempo.


– Porque? – digo cortando-o


– Você passou por duas cirurgias, a primeira para fechar os ferimento na barriga e na perna, portanto nada de se mover por umas semanas.


– E a outra?


– A outra foi para contermos uma nova hemorragia. Bella você sofre de Angioedema hereditário, um dos medicamentos causou a perda de uma proteína chamada de “inibidor de C1 esterase” dificultando seu quadro, e tivemos que mantê-la em coma induzido durante o período da “alergia”



– O que é isso?


– É como o nome sugere, a doença é genética. É relativamente rara. A pessoa nasce com deficiência ou disfunção de um proteína do sangue chamada “inibidor de C1 esterase”. E como essa proteína tem importância na função do controle de inflamações, acabou causando agravamento no seu quadro.


– Então sou alérgica ao medicamento? – perguntei confusa.


– Não exatamente, ela passa geneticamente, o medicamento só acelerou o aparecimento da doença.


– O que foi pai? – perguntei ao vê-lo se remexer novamente na cadeira – eu perdi mais algum acontecimento? – ele fez “a cara” então resolvi mudar de assunto – então eu vou ficar quanto tempo ainda por aqui? – perguntei para o senhor Cullen.


– Umas boas semanas, seu pai me explicou o quanto inquieta você pode ser.


– Linguarudo! – digo e ambos riem.


– E como não quero que volte à sala de cirurgia, manterei você por mais algumas semanas.


– Ok – doutor Cullen me explicou mais algumas coisas e depois saiu, esperei um pouco e voltei meu olhar para meu pai – então senhor Samuel? Irá me falar ou terei que coagi-lo?


– Não é nada filha!


– Não minta pra mim.


– Eu só... me senti um inútil!


– O senhor nunca foi inútil pai.


– Sou sim. Eu nem pude lhe doar sangue e ainda tive que engolir o olhar de todos quando fui forçado a contar que é adotada.


– Não me interessa o que pensam! Eu te amo, o senhor é o meu pai e nada mais importa. Agora conta o que aconteceu?


– Eu nunca fui violento, mas... Senti uma vontade imensa de socar essa tal Renée... Ela parecia me provocar durante os primeiros dias, quando você teve essa alergia... O marido dela doou sangue novamente, ele doou antes e... ela fazia comentários provocativos, era como se me testasse e estivesse feliz por me ver incapaz de doar sangue a minha própria filha...


– Ela certamente não fez por mal pai...


– Mas ela não escondeu o sorriso ao ver que você tinha essa doença, senti minha mão coçar naquele momento, se ela estivesse mais perto – disse sacudindo a cabeça – eu não teria hesitado em esmurra-la!


Estendi minha mão até ele, não consegui entender essa atitude da senhora Swan, será que ela é louca? Meu pai logo estava perto de mim, beijou minha testa e ficou com a cabeça na dobra do meu pescoço:


– Está com medo de me perder, não é? Não precisa pai! – ele começou a chorar – mesmo o mundo sabendo que eu não sou biologicamente sua filha, você é o meu pai e continuará sendo... – ficamos alguns minutos assim até baterem na porta.


– Com licença, está na hora dos remédios... – disse uma enfermeira entrando e aplicando algo no soro – isso a fará dormir um pouco mais.


Os próximos dias foram irritantes, eu passei boa parte da minha infância e adolescência enfornada em um hospital e não estou gostando de voltar, Carlisle é ótimo, mas não dá pra gostar de hospital, mesmo com um ótimo medico. Eu não podia me mover por causa dos pontos e graças a Deus foi liberado a visita.


– Então posso ver meu anjo da guarda na terra? – ouço a voz de Jasper, ele entrava com Rosálie e Emmett logo atrás.


– Finalmente vida fora do hospital!


– Garota você nos deu um susto imenso –disse Emmett se aproximando e me abraçando


– Não a aperte Emmett! – ralhou Rose já prevendo algo.


– Ele não me apertou Rose! – digo rindo e meu sorriso aumentou ao vê-los abraçados.


– Sei que cheguei atrasado, mas invadi mesmo contra o médico – disse Jack entrando rápido e fechando a porta mais rápido ainda, me fazendo rir – oi gata, não se atreva a nos assustar desse jeito – disse se aproximando rápido e me beijando.


– Ai que nojo! Eu acabei de almoçar Black! – disse Jasper, nos separamos rindo. Nesse momento a porta abre e novamente o Dr. Cullen entra.


– Vejo que não me ouviram, eu disse para entrar um de cada vez.


– Deixa a gente ficar tio? – dizia Rose toda matreira para Carlisle que sorriu.


– Rose não adianta fazer esses olhos pra mim, já aprendi a resistir com os de Alice... vocês não podem fazer bagunça.


– Não estamos fazendo... – começou Emmett.


– Vou deixar dessa vez, mas não voltem a desacatar minhas ordens.– conversamos mais um tempo e depois os meninos saíram, Jack foi arrastado por eles, e depois entra Alice chorosa e me abraça.


– Eu fiquei com tanto medo!


– Claro que ficou! Quase que eu morro e levo Jasper comigo, você tinha mesmo que ficar com medo! – digo rindo, mas meu sorriso logo some pela careta de dor que rouba o lugar, lembrar de não rir.


– Sua sorte Isabella é que está nesse estado, se não lhe daria umas bofetadas para não voltar a se atrever a duvidar de mim!


– Só estava brincando professora linda! – digo sorrindo.


– Ficamos com tanto medo... Sabe, todos ficamos nos revezando.


– Até meu irmão veio aqui...


– É ele parecia preocupado... o que aconteceu quando ele te levou pra casa? – perguntou Rose, puxando sua cadeira pra mais perto.


– Não aconteceu nada... então... o que aconteceu enquanto estive amarrada nessa cama? Já vi que Rose e Emmett se acertaram e você Alice?


– O que tem eu? – perguntou confusa


– Oras! Não deu o bote no Jasper ainda? – me olhou irritada.


– Digamos que Jasper estava preocupado com você e pensando em formas de espancar Emmett quando descobriu, de uma forma constrangedora, que ele está pegando a irmãzinha dele...


– E eu pensando que estava ajudando...


– Sem problema Bella! – diz Alice dando de ombros.


– Realmente, isso podemos resolver depois...


– Com certeza Rose! – digo vendo Alice sorrir.


Conversamos mais um pouco e elas tiveram que ir embora, meu horário de visitas havia terminado. Mais tarde descobri um momento constrangedor: o banho, dessa vez não seria panos úmidos com estavam fazendo enquanto eu dormia, mas sim uma enfermeira que me acompanharia.


Fiquei mais algumas horas sozinha até que o Dr. Cullen entra acompanhado de dois tiras.


– Com licença Bella, mas estes senhores querem falar com você.


– Prazer senhorita, precisamos lhe fazer algumas perguntas – fiquei apenas observando.


– Somos policias encarregados do seu acidente... – e nisso começaram a perguntar e resolvi fazer uma narrativa do que me lembro, quando terminei de contar eles pareciam ainda mais confusos e saíram após verem que eu estava começando a ficar sonolenta.


– Está sentindo alguma dor?


– Na verdade minha perna está começando a me incomodar...


– Isso é bom! Mostra que nada foi prejudicado e que não há vestígios do sedativo – disse sorrindo, batidas leves na porta o interrompe.


– Desculpe querido, mas estava com vontade de ver sua linda paciente – disse Esme entrando acompanhada de Edward.


– Eu deveria proibir... – parou de falar ao ouvir meu muxoxo e fiquei rubra por ter a atenção deles sobre mim.


– Eu já fiquei tempo de mais sozinha? – disse, mas soou como uma pergunta. Ambos sorriram e Edward me olhava sério.


– Foi um estrago e tanto? – disse.


– Estou começando a achar que tenho o corpo fechado, já passei a perna na morte tantas vezes!


– Ficamos tão preocupados, Alice não dormia direito há dias! – disse Esme.


– Alice passou algumas noites com você!


– A tampinha expulsava seu pai... – disse Edward sorrindo


Conversamos sobre coisas banais, depois Esme começou a perguntar sobre minha infância e meus pais, Edward permanecia calado fazendo caras e bocas quando o momento pedia. Esme falava algo fazendo carinho em meu cabelo até que meus olhos começaram a pesar, quando acordei já era manhã e meu pai entrava no quarto.


– Ela é persistente! – disse com os olhos em Alice. Quando ele chegou? Sorri para ele que me abraçou, passei mais algumas semanas recebendo visitas e mais paparicos, das meninas, meus padrinhos e o pessoal da faculdade. Quando Carlisle viu que os pontos estavam quase cicatrizados me deixou ter alta desde que ficasse quieta em casa.


Ficou decidido que eu ficaria na casa dos meus padrinhos, assim teria mais pessoas para me ajudar, já que sou temporariamente uma invalida. Eu queria ir para minha casa, mas não tive opção por causa dos pontos. Alice passou apenas a ligar e tive uma discussão desnecessária com ela e minha família.


– Eu quero ir pra nossa casa pai?


– Eu não estaria em casa para cuidar de você.


– Meus amigos não se sentem bem em vir aqui por causa dessa rixa entre Swans, Denalis e Cullens, e em minha casa eu mando e entra quem eu quiser!


– Eu fico triste com isso querida, mas não podemos força-los a aceitar alguém que não é bem vindo a casa deles.


– Alice sempre esteve comigo e agora, mal consigo falar com ela por celular!


– Desculpem, mas eu acabei ouvindo a conversa – disse minha madrinha entrando no quarto – convide-a, não a trataremos mal. Eles são seus amigos – disse dando um beijo em minha testa – e também não aguento mais isso! – sussurrou em meu ouvido e se afastou piscando.


No dia seguinte uma Alice saltitante invadia o quarto acompanhada de Rosálie e Emmett e logo atrás deles estava James. Alice me abraçou sem cuidado algum enquanto os outros se acomodavam.


– Eu cheguei a pensar que só voltaria a vê-la na faculdade!


– É ruim heim! – digo a abraçando


– Pancadinha feia, heim lindinha?


– Oi James!


– Ficamos preocupados – disse se aproximando – e eu queria poder dizer ao meu maninho que eu pisei na casa dos Denali – disse sapeca perto do meu ouvido.


– Interrompemos? – disse uma voz feminina, nos viramos e encontramos Renée, Charlie e Victoria Swan na porta.


– Não, entrem! Pensei que não viriam...


– Mudamos de ideia – disse a senhora Swan – como está querida?


– Tirando a parte de ser invalida e me esquecer de mover com delicadeza e sentir uma dor do caramba, está tudo bem – digo rindo.


– Bellinha é terrível, pelo que contaram! – começou Emmett e dei língua.


– Você fala isso porque pode se mover sem ter alguém te controlando.


– Doi muito querida?


– Agora nem tanto! – digo dando de ombros.


– Isabella, sua pimenta malagueta dos infernos! Como se atreve a me esquecer – ouço um grito potente e me espanto ao ver Erick invadir o quarto.


– Oi? – digo sem graça e ele continua esbravejando em inglês agora.


– Oi? Como assim oi sua pimenta? Você me esqueceu por semanas, passa por uma merda de acidente e não me comunicam?


– Eu não queria te preocupar...


– Me preocupar? Sua desgraçada! Eu fiquei louco sem noticias suas, eu quase morri quando seu pai me contou – disse a última parte chorando e veio me pegar no colo.


– Perdemos algo?


– Erick? – meu pai chegou no quarto – ela não pode se mover rápido – ralhou.


– Eu deveria dar uma surra nos dois por me deixarem de fora durante todo esse tempo – disse irritado pro meu pai e me abraçando mais forte.


– E quem é você? – pergunta Emmett.


– Eu sou Erick Monteiro, melhor amigo dessa desnaturada.


ç                      è

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem e façam uma Autora Feliz!!!

Visitas ao Amigas Fanfics

Entre a Luz e as Sombras

Entre a luz e a sombras. Confira já.